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12. PRIMEIRA VISTA
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Perdido em pensamentos, Oikawa colocou mais um livro na prateleira, até perceber que era o errado e ter que tirar de novo com raiva. Havia uma suspeita em sua mente que estava lá desde quando pintou o cabelo de Atsumu, há dois dias. Ela o estava deixando disperso e um pouco distante, ao ponto de deixar Ushi preocupado.

Mas não podia falar disso com o amante. Só havia uma pessoa com quem poderia falar, e ela estava ali naquela biblioteca.

Suspirando, Oikawa terminou de arrumar aquela prateleira. Ele empurrou o carinho, ainda com alguns exemplares, pelos corredores até chegar a área da frente.

Akaashi estava casualmente relaxando em uma poltrona, com um livro no colo e uma xícara de chá na mesinha ao lado.

— Terminei.

Akaashi ergeu o olhar para o carrinho, depois voltou ao livro.

— Não terminou não.

Oikawa segurou um bufar.

— Ei, quero te perguntar algo.

— Pergunte quando terminar de arrumar.

Oikawa se sentia como uma chaleira, prestes a apitar de raiva. Virou-se com raiva, empurrando o carrinho com mais raiva ainda, mas não guardou os livros com raiva. Aquela era a biblioteca do Norte, podia não ser a pessoal de Sua Alteza, mas tinha escritos muito valiosos. Por isso o coelho teve cuidado.

Depois de 15 minutos terminou e voltou até Akaashi.

— Isso foi rápido — constatou a coruja. — Certo, o que você quer perguntar?

Como irritava quando Akaashi usava aquele tom. Como se falasse com uma criança. A pior parte é que Oikawa nem podia reclamar, pois não era exclusivo com si.

— Eu tenho observado as coisas por um tempo. No início eu achei que estivesse ficando...

— Vá direto ao ponto.

— .... louco. Porque tipo, não tinha como esse tipo de coisa acontecer, sabe? Era algo totalmente fora do comum e...

— Oikawa! Vá. Direto. Ao. Ponto.

Akaashi falando pausadamente era quase tão assustador quanto Sua Alteza Hinata com raiva.

— Eu acho que Sua Alteza dá tratamento especial a Atsumu. — A expressão de Akaashi mostrou sua surpresa. — Eu sabia, é uma loucura pensar assim, afinal é Sua Alteza. Mas, sei lá, acho que tem algo na forma como Sua Alteza olha para Atsumu. E, escuta essa, Sua Alteza deu flores a Atsumu. Flores!

— Oikawa...

— Nós dois sabemos o quão severa a alergia a flores de Sua Alteza pode ser. Céus, alguns tipos de pólen são capazes de paralisar Sua Alteza por ciclos inteiros. E mais, a flor que ele deu a Atsumu é uma que só cresce no reino humano. Onde que isso não é tratamento preferencial?

— Oikawa!

Opa, tinha falado demais.

— Sim....? — sussurrou, já temendo o sermão.

— Você é muito tapado.

A água na chaleira que era Oikawa chegou ao ponto perfeito de infusão.

— Eu sabia, sabia que você ia me chamar de louco. Mas eu não sou viu? Eu não sou louco. Eu tenho certeza. Sua Alteza trata Atsumu de um modo diferente, especial, quase como se estivesse...

— Apaixonado — completou Akaashi. — E eu não disse que você é louco. Disse que é um tapado, afinal só percebeu agora.

— Akaashi, você está me dizendo que...

O Reinado da Raposa (AtsuHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora