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26. BOO
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A sensação de estar nos céus era maravilhosa. Atsumu olhava ao redor extasiado. Tudo era vultos lá em baixo e ao redor. O escudo de Sua Alteza bloqueava o pior do vento, mas deixava uma leve brisa passar e bagunçar os fios do cabelo da raposa. O canto do príncipe seguia sendo maravilhoso.

Era... Era incrível. Mesmo com o frio na barriga e a velocidade alarmante. Era completamente incrível.

Atsumu olhou ao redor, encarando o céu azul, até eles entrarem em uma nuvem. Sua Alteza parou de cantar e olhou o redor. Esticou a mão até ela sumir no branco e então a trouxe de volta, carregando um pedaço de gelo disforme. Ofereceu a Atsumu.

— É frio demais para chover no Norte; ocorre apenas no verão, quando é mais quente, no restante de ano temos chuva de granizo — explicou Sua Alteza. — Uma das formas de renda daqui é a exportação desse gelo. Se fizer da maneira correta...

O príncipe tocou com o dedo o gelo e esperou por um momento. As partes finas quebraram, se transformando em pó, o excesso foi levado pelo vento. Atsumu agora segurava um pequeno quadrado transparente. Sua Alteza o tocou novamente e um brilho azul percorreu o gelo, iluminando uma pequena rosa. A raposa girou o objeto, sorrindo ao ver que cada lado mostrava um lado da rosa, como se ela realmente estivesse em sua mão.

— Agora é só envolver em magia e pronto, nunca vai quebrar ou derreter — finalizou a serpente. — Claro que isso depende do poder de quem fez. Mas como esse fui eu...

— É linda — sussurrou a raposa, encantado. Atsumu beijou a bochecha do príncipe e se recostou nele. — Pode mandar para o meu quarto, por favor? Não quero que saia voando.

— É claro.

Um tempo depois, ainda dentro da nuvem, Sua Alteza sussurrou.

— Temos companhia. — A raposa ficou tensa, olhando o branco ao redor. — Não se preocupe. Eles não são ruins. Vieram por mim. Porque eu chamei.

Atsumu apenas começou a se perguntar quem eram eles quando o primeiro apareceu. Era uma ave, era pequena e de pelagem roxa, tinha um formato diferente. O bico era curto e fino, a cabeça pequena, o pescoço longo e o corpo grande, as asas estavam bem fechadas ao lado do corpo, mas parecia que não precisava delas para voar, e por fim tinha uma cauda de pavão, que se abria e fechava e mostrava um degrade de tons de roxo.

— Ela é uma uzu[1] — disse Sua Alteza, erguendo a mão para ela pousar. — Responde ao canto assim como todas as criaturas do Norte. Pode tocar.

— Então, com licença...

Atsumu ergueu a mão e esperou por um momento, deixando a uzu se acostumar com sua proximidade, e então a tocou. As penas em seu pescoço eram a coisa mais macia que já havia tocado, mas pareciam familiares.

— Nossas roupas são feitas com as penas delas. Ao menos em partes — contou o príncipe, conforme o pássaro se emplumava e esfregava seu bico no braço dele. — Elas soltam muitas penas. Tenho criados cuja única função é juntar essas penas.

— Então as suas roupas são feitas delas. Por isso é tão macio.

— As suas também. Assim como seus lençóis. E suas meias, que também são costuradas com káike.

— Sinto falta das minhas meias.

Atsumu fugiu da conversa sobre as penas. Ainda era estranho pensar em ter todas essas regalias. Sabia que era uma regalia mais específica essas das penas. Uma dúvida lhe surgiu.

— Apenas as nossas roupas são feitas com elas, ou as dos meninos também?

— Eles tem roupas feitas de penas de uzu, mas são trages de concubinos, não roupas do dia-a-dia. Apesar de que devo ter dado algumas para Oikawa em um de seus aniversários.

O Reinado da Raposa (AtsuHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora