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05. CONCUBINO
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Atsumu podia finalmente sair do quarto.

Mais dois dias inteiros se passaram desde que acordou. Agora já conseguia andar normalmente, apesar de ainda sentir falta de sua forma híbrida. Havia também outro fato que o estava irritando.

Sua visão.

As coisas estavam embaçadas, sem forma. Apenas aquilo que estava próximo tinha nitidez. Isso o estava enlouquecendo. Sua visão nunca tinha sido assim antes, então logo constatou que isso era algo da forma humana.

Tinha dado de cara nas paredes mais vezes do que podia contar. Elas serem todas azuis não ajudava em nada.

Mas agora finalmente ia sair.

— Ali fica a porta principal — disse Akaashi, apontando para um lado. Atsumu não foi capaz de distinguir a porta. — Mas hoje vamos sair por uma porta lateral.

— Como o banheiro?

Atsumu tinha um quarto a parte que servia para suas necessidades e banho, um banheiro particular. Claro que ele tinha que tatear as paredes inteiras para achar a entrada. Nisso ele também já tinha achado um outro quarto vazio.

— Hm, de certa forma. Venha por aqui. — Enquanto eles saiam, Akaashi explicou. — O palácio vive mudando. Ele se molda conforme a vontade de Sua Alteza. Em um dia você pode passar por uma sala e no outro ela vai ter se transformado em um corredor.

— Isso não o deixa confuso? Você não se perde?

— Na verdade não, o palácio sempre me guia para onde preciso ir. Vai fazer o mesmo com você.

Atsumu não acreditava nisso, mas não partilhou sua falta de crença. Ao invés disso perguntou:

— Por que não vamos sair pela porta principal?

— O palácio é dividido em diversas áreas específicas que não mudam sabe? Uma delas é a área dos quartos. Os nossos, de concubinos, e o de Sua Alteza. Quando abrimos a porta principal, nós entramos na área conjunta desses quartos. Aliás, ao redor desses sete quartos fica o jardim particular de Sua Alteza.

Então o quarto de Sua Alteza ficava mesmo próximo do de Atsumu. Ele não sabia bem o que pensar disso.

— Se é particular, então por que...

— Nós, concubinos, somos os únicos com a permissão de Sua Alteza de ir em seu jardim. Claro que isso depende da porta que você abrir.

Atsumu estava ficando com dor de cabeça. Isso era muito confuso.

— Sinto que vou me perder — comentou.

— Você vai ter tempo para aprender — respondeu Akaashi com uma risada. — Uma das portas sempre vai ser fixa para sair no jardim e outra na área conjunta. Mesmo que você vá para o outro lado do palácio, pode só pedir uma porta para seu quarto e pronto.

— Espera, quando disse que o palácio mudava...

— Isso mesmo. As portas apenas abrem onde elas quiserem.

Magia. As portas, o palácio, era tudo mágico ali.

— Veja, nós com certeza não estamos no jardim de Sua Alteza.

De fato não, eles estavam em um longo corredor.

Atsumu estava achando que sua alma ia sair correndo.

— Por que não saímos na área conjunta mesmo?

— Porque os outros estão lá. E achei que seria demais para você conhecer o palácio e eles.

O Reinado da Raposa (AtsuHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora