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De Atsumu para Shoyo:

">>Ele foi bom, e delicado<<
Mas era mal e era tão mal educado.
>>Foi tão gentil e tão cortes<<
Por que será que eu não notei nenhuma vez?"

De Shoyo para Atsumu:

">>Eu reparei no seu olhar<<
>>Que não tremeu quando chegou a me tocar<<
Não pode ser, que insensatez.
>>Jamais alguém me olhou assim nenhuma vez<<"

(Alguma Coisa Acontecer, A Bela e a Fera)

16. LUZES
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Sua Alteza ainda estava lá quando Atsumu acordou. Mas dessa vez a raposa estava deitada na coxa do príncipe, que ainda fazia carinho em seus cabelos.

Atsumu relembrou tudo que disse e como agiu durante seu período de febre e subitamente desejou desaparecer. Refletiu por um momento. Tinha sido totalmente sincero, mesmo com sua consciência confusa. O problema é que não tinha filtro, então agiu de forma mimada e ainda revelou ciúmes e inseguranças.

Atsumu tinha certeza que o príncipe já sabia de tudo sem ele precisar dizer, mas mesmo assim...

— Você pensa demais. — Atsumu ouve a voz suave dizer acima de si, sem reprimenda mas com riso.

— Sua Alteza?

— Como está se sentindo? Quer dormir mais?

Em nenhum momento o príncipe parou com o carinho. Parecia temer que se parasse Atsumu se afastaria, como um animal acuado. Estava dando certo, apesar da vergonha, a raposa não queria sair dali e daquela carícia.

— Me sinto bem. Quanto tempo eu dormi?

— Cerca de cinco horas.

As preocupações de Atsumu foram para as comemorações do Equinócio; como ficou a decoração, o banquete, como estavam os outros. Mas o que saiu de sua boca foi:

— Sua Alteza ficou aqui todo esse tempo?

— Claro que sim. Você também me abraçou forte e não me deixou ir.

Atsumu corou e tentou esconder o rosto. Não deu certo. Ele ainda estava deitado na coxa de Sua Alteza. Ele virou para o lado errado e enfiou o rosto na barriga do príncipe. Sua Alteza usava apenas uma camiseta branca de tecido fino, então Atsumu foi capaz de sentir a firmeza de seu abdômen.

De repente a vontade de desaparecer se tornou uma de morrer.

— Eu não imaginei que sua repulsa por mim fosse tão grande — comentou o príncipe, gentilmente o afastando.

Repulsa? Sua Alteza tinha entendido sua vontade de morrer como repulsa?

— Não é isso, Alteza. Eu só... Só é muito constrangedor.

— Então é vergonha. Não me odeia?

— É claro que não! — Atsumu olhou de canto para o príncipe, vendo o pequeno sorriso satisfeito que ele exibia. — Sua Alteza poderia só ler meus pensamentos e emoções, por que está me fazendo dizer essas coisas?

— Descobri com o você febril que amo ouvir as coisas diretamente da sua boca.

— Isso não é justo.

— Tem razão, mas é divertido. — O príncipe segurou a ponta dos fios dourados de Atsumu. — Vai ter que me perdoar, mas eu não vou parar.

Atsumu apenas suspirou e decidiu mudar de assunto.

— O que Sua Alteza disse antes é verdade? Sabe mesmo tudo sobre mim?

— Sim.

— E só vai me contar quando julgar adequado.

O Reinado da Raposa (AtsuHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora