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37. ÁRVORES E CORRENTES
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A raiva da noite anterior ainda queimava dentro de Saki. Ela era sua maior motivação. Saber que Shoyo teve a coragem de tomar Atsumu como namorado a enchia de ira. E era isso que a fez se levantar da cama e seguir Bokuto, junto com Osamu, até uma casa grande na melhor área da cidade.

— O que estamos fazendo aqui?

— Isso parece luxuoso — comentou Osamu.

— É aqui que vamos ficar — esclareceu Bokuto, tirando uma chave do bolso e destrancando a porta.

— De quem é essa casa? — questionou Saki. O que ela realmente estava perguntando era quem Bokuto matara.

— Do Shoyo.

— Por que ele teria uma casa no reino humano? Ele os odeia.

— Porque ele tem casas em todo e qualquer lugar. Agora, será que tem como vocês entrarem?

Sem escolha, ambos entraram. O interior era muito bem decorado. Saki olhou em volta, procurando. Não havia nenhum resquício de vermelho.

Então Shoyo ainda odiava essa cor.

— Bom, deixa eu explicar como vai funcionar — começou Bokuto, guiando eles para os sofás da sala. — Saki, você sabe que vai precisar ficar no castelo, certo? E Osamu não pode ir com você.

— Por quê? — perguntou o híbrido.

— Queremos esconder o fato que sua mãe é uma puro-sangue, Raposinha.

— Não me chama assim.

— Voltando. Imagino que você já tenha juntado os pontos. Mas eu vou explicar. Humanos não confiam em nós, puro-sangues, e com razão. Raposas não tem uma boa reputação, por isso vamos esconder que você é uma. As pessoas não podem saber que você tem um filho, porque Osamu é muito velho e você não parece ter mais que vinte e cinco, Saki.

— Sua explicação é horrível — disse a raposa. — Você realmente espera que eu te deixe sozinho com meu filho?

— Bom, então prefere que eu mande ele pro Norte? Assim ele fica com o irmão e o Shoyo vai ter três reféns.

Saki bufou, sabendo que ele estava com a vantagem. Talvez Osamu pudesse se passar por seu irmão mais novo ou por um primo... Não, até daria certo, mas ela não conseguiria se concentrar no que tinha que fazer sabendo que seu filhote estaria solto pelo castelo. Porque obviamente eles não poderiam ficar juntos durante o trabalho.

A única e mais segura opção era deixar Osamu aos cuidados de Bokuto.

— Você vai jurar cuidar dele e protegê-lo — decidiu Saki.

— Eu juro, pela minha vida, que irei cuidar e proteger Osamu.

Saki piscou, desacreditada que ele realmente jurou. Um juramento não era brincadeira. Não podia ser feito de forma leviana.

— Você sabe o que fez? — Um suspiro. — Você e Shoyo são realmente irmãos.

— Foi você quem disse para eu jurar. Então eu jurei. Não há motivo para você não ir agora. Pode acreditar que Osamu vai ficar seguro.

Saki acreditava. Já havia lutado pessoalmente com Bokuto. Ele era um adversário quase tão formidável quanto Shoyo, apesar de ficar muito atrás.

— Certo. Próximo tópico — disse Saki.

— Já consegui o emprego para você. Começa amanhã.

— Como conseguiu tão rápido? Foram só algumas horas — comentou Osamu.

O Reinado da Raposa (AtsuHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora