Capítulo 34

542 102 8
                                    


Cecília

Suspiro ao ver meu menino sair de mãos dadas com Álvaro. Ele estava com tantas saudade de Augusto que não tive coragem de dizer não a ele.

— Ele foi ver Augusto? — Meu pai pergunta e afirmo.

— Álvaro pediu pra levar ele lá.

— Não tem chance de vocês voltarem?

— Pai, nós nem tínhamos nada, e justo quando ele propôs algo, eu estraguei com tudo.

— Não se culpe, vocês dois só estão magoados, é só sentarem e conversarem que tudo se resolve.

— Não sei se ele vai querer alguém como eu.

— Ele gosta de você, é duro eu admitir isso, mas ele gosta de você de verdade.

— Eu não sei.

— Eu juro que não queria te perder pra algum cara. — Ele acaricia meu rosto. — Quando vocês começaram a sair eu pensei, poxa, nem bem ganhei minha filha e já estou perdendo ela pra um marmanjo com umas tatuagens entranhas.

— Nunca irei abandonar o senhor. Vocês são minha família agora.

— Eu te amo minha menina, quero que seja feliz. — Ele diz me abraçando. Gosto tanto do seu abraço.

— Ninguém me chama pra participar do abraço? — Fernanda aparece com uma cara emburrada, mas quando sorrio abrindo os braços ela me sorri, se juntando ao abraço.

Eles são minha família, amo os dois. Fernanda é a mãe que não tive. E pensar que eu por um certo momento da minha vida a odiei.

— Tá bom, chega de ficar abraçando, vamos trabalhar. Se não eu começo a chorar. — Fernanda diz sorrindo e meu pai a abraça beijando seus lábios. Acho lindo o amor deles, mesmo que tenha começado de forma errada, mas eles são tão felizes juntos, que imagino que ele jamais seria feliz assim com minha mãe.

— Então vamos. — Meu pai diz sorrindo. Ele se vai, e ficamos somente eu e ela. Ela me sorri.

— Obrigada querida.

— Pelo que?

— Por ter trazido a felicidade ao seu pai. — Ela diz emocionada e fico sem entender.

— Tenho certeza que ela era e é feliz ao seu lado e de Beatriz.

— Ele era sim, mas a felicidade dele nunca foi completa. — Ela diz sorrindo. — Ele nunca deixou de pensar em você, todos os dias ele chorava pensando em você, mas não tínhamos nem uma notícia sua. Eu juro que tive vontade de achar sua mãe e dar uma boa surra nela, por ter levado você e também levado a alegria do coração de Carlos.

— Por que não foram atrás de mim? Por que meu pai me deixou ir com ela? — São tantas perguntas, são tantas coisas pra minha cabeça. Quero entender tudo.

— Meu amor, ele tentou pegar você quando se separou da sua mãe, mas ela não deixou, acho que ela foi embora com você sem dar notícias, como uma forma de punição pro seu pai.

— Punir ele? Pela traição?

— Também, mas ela não queria perder ele, então como vocês dois eram apegados, seu pai te amava de mais, ela usou isso ao favor dela, tirando você dele ele iria sofrer.

— Não sei porque ela me levou, nunca me deu amor, nunca. Por que não me deixou com meu pai? — Quero chorar, mas seguro o choro.

Não sei porque minha mãe me levou, a forma como ela me tratava era com indiferença. Ela tentou várias vezes implantar coisas na minha cabeça, até que eu nunca quisesse conhecer a nova família do meu pai. Tive medo de não ser bem vinda.

Trilogia Irmãos Guerra - Amor Além Do DNAOnde histórias criam vida. Descubra agora