Capítulo 43

586 111 12
                                    


Augusto

Às  vezes sinto uma vontade enorme de pegar a cara do meu irmão e socar até ele falar japonês e russo. Álvaro está mega insuportável.

Se não bastasse Sebastião ficar no meu pé todos os dias, agora ele se aliou também, e agora os dois tiram o dia pra me atormentar.

— Álvaro, me deixe em paz. — Digo pela milésima vez. — Por que não vai trabalhar?

— Eu já disse, ficar aqui vendo essa sua cara de homem apaixonado, é melhor. — O bastardo diz assim, mas quem vê não imagina a florzinha que ele é. Ele é o mais romântico de nós, ele é mais sensível. E age como se fosse o fodão.

— Deixe o cara em paz, freira. — Sebastião aparece sorrindo. — Por que não vai rezar um pouquinho?

Se não bastasse Álvaro estar aqui me atormentando, agora vem mais um. Deixo o que estou fazendo e vou pro meu escritório. Pego um pano e limpo a graxa das mãos.

— Ah sua galinha, falando assim, até pensam que é um santo, mas adora ficar provocando o borracheiro. — Álvaro diz e começa a rir. Ódio não chega nem perto do que estou sentindo deles. Sebastião o olha sorrindo.

— Borracheiro? Da onde tirou isso? — Ele pergunta sorrindo. Álvaro sorri. Minha vontade de matar os dois só aumenta.

— Oras, não sabia? O apelido dele é esse. — Finjo que eles nem estão ali, no meio da minha sala me atormentando. — A adorável Cecília o apelidou.

— Cara, estudou anos, pra no final ser chamado de borracheiro. — Sebastião diz rindo.

— Vocês tem inveja. — Digo a eles. — Vocês não tem ninguém, pra por apelido de casal em vocês.

— Nem quero, esse apelido é horrível. — Sebastião diz rindo como uma hiena.

Reviro os olhos pra idiotice deles. Nem vale a pena eu perder meu tempo discutindo com eles. São uns completos idiotas, que um dia vão se apaixonar e ficar pior que eu. Aí vai ser o dia em que eu irei dar o troco.

— Ainda não falou com nossa mãe que está namorando? — Álvaro pergunta e nego. — Cara, ela vai ficar bem chateada com você.

— Eu sei, mas não estou tendo tempo pra ir lá. — Digo bufando. Minha mãe vai virar uma fera. — Não quero dar uma notícia importante por telefone.

— Gente, Augusto todo apaixonado é a versão mais fofa que existe. — Sebastião diz rindo.

— Jura? Fofa? Fofa vai ficar a sua cara, pois eu irei arrebentar ela. — Digo sorrindo pra ele. — Agora que tal cair fora?

Aponto a porta pros dois sairem. Eles ri, quando eles abrem a porta e sai eu ouço uns gritos. Mas ignoro, devem ser os caras. Álvaro entra com tudo dentro do escritório todo assustado.

— Augusto, a Cecília está lá fora. — Ele diz e me levanto pra ir até ela. — Cara ela não parece nada bem. Está gritando por você. — Ele diz e saio correndo até ela. Quando chego perto dela, seu rosto está banhado de lágrimas, suas mãos estão trêmulas.

Abraço seu corpo bem apertado. Não sei o motivo de ela estar assim. Suas mãos me agarram, aperto ela mais ainda, quero mostrar que estou aqui, pra tudo e pra sempre.

— Cecília, meu amor, o que ouve? Por que está chorando. — Pergunto desesperado. Ela só chora, suas mãos trêmulas puxam minha camisa e o que ela diz me deixa sem saber como agir. Não sei o que está se passando.

— Ele me encontrou, ele me achou. — Ela grita desesperada, fico sem reação, pois eu não sei a quem ela se refere. Abraço mais seu corpo.

Trilogia Irmãos Guerra - Amor Além Do DNAOnde histórias criam vida. Descubra agora