Capítulo 46

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Cecília

Acordo em um sobressalto, desde o dia em que aquele monstro apareceu, eu não tive paz para dormir. Quase todas as noites tenho pesadelos, com ele.

Suspiro olhando Adam que dorme tranquilamente, tenho medo do que ele posso fazer contra meu menino. Ele sabe muito bem que meu ponto fraco é Adam. Então se ele for me atingir, vai querer fazer alguma maldade com Adam.

Não foi nada fácil para mim ir até uma delegacias registrar um BO contra ele, estava com muito medo. Mas Augusto e meu pai estavam lá comigo, os dois me deram forças.

Me senti bem tranquila quando tive o acompanhamento de uma mulher na hora do interrogatório. Quando você é covardemente violentada, você não consegue confiar em ninguém, você se sente insegura em tudo, a todo momento tem medo de algo ruim acontecer, pelo menos é assim que me sentia e me sinto ainda, a maior parte do tempo.

Mas minha tábua de salvação é Adam, sempre será ele. Hoje encontrei alguém especial, com toda certeza Augusto foi um belo presente na minha vida.

Olho no relógio em cima do criado e são dez para às seis da manhã. Resolvo levantar, não tenho mais sono, e logo tenho que ir trabalhar. Tomo banho e visto uma roupa confortável. Adam ainda dorme quando saio do quarto.

Entro na cozinha e levo um susto ao ver Beatriz sentada a beira da mesa, ela me vê e sorri.

— Oi, mas já acordou? — Ela pergunta e me sento a sua frente.

— Sim, tive um pesadelo, então não consigo dormir mais. — Digo a ela, que me entrega uma xícara de café. Tomo um gole e aprovo o café, bem forte, como eu gosto.

— Com aquele monstro? — Ela pergunta e afirmo. — Juro que quero matar ele. — Ela diz com raiva e sorrio. — É sério, deixa ele aparecer na minha frente, irei enfiar minhas unhas nos olhos dele, irei arrancar suas bolas e enfiar em sua garganta com um cabo de vassoura.

— Obrigada. — Digo a ela que se levanta e vem me abraçar.

— Você não tem que agradecer, eu amo você, é minha irmã. — Ela diz sorrindo. — Me fez entender as coisas, me fez ver o quão errada eu estava em agir daquela maneira. — Ela diz e sorrio a abraçando apertado. — Eu estava ajudando na padaria, mas arrumei um emprego, em um escritório de advocacia. — Ela diz empolgada.

— Eu estou feliz por você, papai e Fernanda devem estar tão orgulhosos de você. — Digo a ela que sorri mais feliz ainda.

— Eu contei a eles, ficaram tão felizes. Eu percebi que estava perdendo meus pais agindo como se nada mais importasse pra mim. — Aperto sua mão, não sei o que levou ela a agir assim, mas sempre acreditei em seu bom coração. — Sabe eu namorava um cara, íamos casar, assim ele dizia. — Ela sorri triste. — Mas aí ele me traiu, eu fiquei mal, não falei pra ninguém. Preferi sofrer sozinha, então eu comecei a agir assim, tinha encontros, sumia no outro dia sem dar tchau. — Ela diz sorrindo. — Mas eu estava cansada de viver assim, então a minha linda irmã me deu um toque de realidade.

— Eu só quero o seu bem.

— Eu não podia ficar sugando somente o dinheiro dos nossos pais, e agir como se eles não existissem. — Percebo que ela disse nossos pais, bem que Fernanda é mais minha mãe, do que minha própria mãe. — Eu não queria nada com a vida, nem estudar e nem trabalhar.

— Um neném. — Digo rindo. — Nem trabalha e nem estuda. — Ela gargalha.

— Essa foi boa. Mas agora eu arrumei um emprego, me aproximei mais dos nossos pais.

— Isso é muito bom. Estou aqui sempre. — Digo a ela que afirma. — E como é nesse novo emprego?

— Tranquilo, legal.

Trilogia Irmãos Guerra - Amor Além Do DNAOnde histórias criam vida. Descubra agora