Capítulo 12

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Cecília

Assim que vejo que os dois saírem volto para o balcão, acho que estou sendo um pouco grossa com o tal Augusto, ele pediu desculpas e bem, nada de ruim aconteceu, então acho que deveria ter aceitado as desculpas, mas ainda estou um pouco indignada com a situação.

— Fernanda, eles são filhos da dona Luiza?

— Sim. São uns amores, amo esses meninos. Deveria aceitar as desculpas do Augusto, ele é um bom homem, cuidadoso, provavelmente estava distraído e outra nada de muito grave aconteceu. — Apenas afirmo e continuo meu trabalho. Em casa ajudo Fernanda a preparar o jantar, aproveito que ainda está relativamente cedo, pego Adam e vou no mercado comprar algumas coisas que preciso.

Nunca vi um mercado tão cheio, nem mesmo em São Paulo, não largo da mão de Adam nem por um segundo, quando saio do local já está bem mais tarde do que esperava, as ruas quase não possuem movimento de pessoas e muito menos iluminação.

As sacolas ficam ainda mais pesadas em uma só mão, mas não vou soltar a mão de Adam por nada. Faço uma prece para que cheguemos bem em casa. Fico assustada quando ouço uma voz me chamar, mas então reconheço ser Augusto. Na hora que ele oferece carona me lembro que é perigoso, eu não conheço ele e muito menos seu irmão, Fernanda falou que são bons, mas não devo confiar, tenho medo de me machucaram ou então a meu filho.

Nem comigo negando ele desiste e começa a caminhar conosco, vejo Adam ficar animado, meu menino se apega facilmente as pessoas e tenho medo, não sei se posso confiar nesse homem. Ele retira as sacolas de minha mão e agradeço mentalmente, já não estava mais aguentando.

Ele até que é agradável, educado e muito gentil, eu ri internamente da cara que ele fez quando o chamei de borracheiro. Adam está encantado por ele, posso ver a animação de meu garotinho só de ver Augusto falar em carros, não acredito que os dois tem esse ponto em comum. Nunca entendi essa fascinação de meu filho pelo assunto e ao ver essa mesma fascinação nos olhos de Augusto entendo menos ainda.

Fico um tanto assustada quando ele fala de sair, depois tenho vontade de rir de sua explicação, então olho para meu filho, ele quer tanto conhecer essa oficina que seus olhos imploram para que eu aceite e eu faço o que? Aceito.

Oh merda.

Eu devo estar louca, por que aceitei? Não acredito que fiz isso! Adentro a casa com Adam, assim que entramos meu pai e Fernanda se levantam.

— Graças a Deus, estávamos preocupados.

— Eu peguei o caminho mais longo, ainda não conheço muito a cidade e o mercado estava cheio. — Fico confusa com o abraço que recebo deles, nunca recebi carinho, nunca ninguém se preocupou comigo.

— Deveria ter te acompanhado de carro.

— Não se preocupa vovô, o tio Augusto acompanhou a gente.

— O Augusto? Filho da Luiza e do Joaquim?

— Sim, ele nos viu de longe e se aproximou para nos acompanhar.

— Quando foi que vocês começaram a se entender?

— Carlos!

— O que eu estou perdendo? Eles se encontraram uma vez e foi quando ele quase atropelou o Adam.

— Ele esteve hoje na padaria, pediu desculpas, agora de noite nos encontrou e tornou a pedir desculpas e aceitei, ele parece legal.

— Ele é querida, todos os filhos da Luiza são uns amores, gostamos muito deles, não é Carlos?

— É. — Meu pai diz a contra gosto e sorrio, acho que ele está com ciúmes, gosto de receber carinho e atenção dele e de Fernanda, me sinto querida e amada, tão diferente de como era com minha mãe, a indiferença dela e a falta de carinho me marcaram, suas palavras ainda me perseguem.

Trilogia Irmãos Guerra - Amor Além Do DNAOnde histórias criam vida. Descubra agora