Capítulo 08

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Cecília

Idiota isso que ele é. Onde já se viu, não prestar atenção na estrada. Quase atropela meu filho, mas se eu ver aquele homenzinho de novo irei arrancar o couro dele.

Adam me olha ainda assustado, coitadinho do meu bebê. Morro de medo de perder ele. Ele é tudo que tenho, é a minha vida. Ele é meu tudo.

— Filha, ele está assustado, mas não é pelo ocorrido. — Meu pai diz segurando minhas mãos. — Ele está assim, por que você esta nervosa. Se acalme.

— Desculpa. — Digo passando as mãos no rosto. — Eu fiquei com tanto medo.

— Tudo bem querida, qualquer mãe ficaria assim. — Fernanda diz me abraçando e gosto do seu abraço. Quem saiba eu consiga retribuir algum dia. — Agora se acalme e vai acalmar seu bebê que está com medo.

— Obrigada. — Digo a eles e vou até Adam que está com uma funcionária da padaria. — Obrigada Berta.

— De nada. Ele é um amor. — Ela diz saindo. Pego ele no colo, logo seus bracinhos me aperta o pescoço em um abraço apertado.

— Mamãe não chora. — Ele diz triste e me sinto péssima por ter ficado descontrolada na frente dele.

— Não tô chorando mais não. — Beijo seus cabelos e abraço ele mais ainda. — Te amo, está tudo bem.

— Te amo mamãe. — Meu coração se derrete cada vez que ouço ele falar que me ama.

— Tudo bem, já está tudo ok, passou o susto. — Meu pai diz sorrindo ao olhar pra nós. — Agora que tal nós irmos todos pra casa?

— Vamos, vou ensinar umas receitas pra você e amanhã vou levar vocês pra conhecer uma amiga. — Fernanda diz pegando suas coisas.

Meu pai vai até os funcionários conversa com eles e logo nos acompanha. Quando entramos no carro, Fernanda e ele conversam sobre coisas deles. Sempre tentam me colocar nas conversas.

— Em que trabalhava lá querida? — Ela pergunta me olhando.

— Eu trabalhava em um mercadinho. — Digo sem prolongar o assunto.

— Mas em que área?

— Em tudo, ajudava mais na parte administrativa. — Digo a ela que sorri.

— Já pensou em fazer administração? — Ela pergunta e só quero ficar na minha.

— Já pensei, mas desisti quando Adam nasceu.

Meu pai percebe que não quero falar da minha vida e muda de assunto. Sei que ela não estava perguntando por maldade, mas pra saber mais de mim.

Muitas pessoas acha que é falta de vontade minha não ter estudado. Mas como eu iria levar Adam comigo pra uma Universidade? Como eu poderia deixar ele tão pequeno com alguém? Como alguém conseguiria fazer as coisas vivendo uma vida que nem a minha? Se pelo menos tivesse alguém pra me ajudar, mas eu não tinha.

— Querida chegamos. — Desperto com a voz do meu pai. Adam dorme encostado em mim. — Quer ajuda com ele? — Antes mesmo de eu negar ele pega Adam e sorri entrando pra dentro.

Eu o sigo, quero descansar, abraçar meu bebê e ficar bem grudada nele. Hoje o dia foi terrível, nao gosto nem de pensar no que poderia ter acontecido se aquele cara não tivesse parado a tempo.

— Qualquer coisa que precisar me fala. — Ele diz beijando a testa de Adam e faz o mesmo em mim. — Se não quiser ir com Fernanda amanhã na Luiza é só falar querida, não tem problema. — Ele diz sorrindo, sei que quer me dar espaço, no fundo eu só quero que ele fique perto de mim o tempo todo, gosto da maneira que eles me tratam. Mas não sei como dizer a eles.

Trilogia Irmãos Guerra - Amor Além Do DNAOnde histórias criam vida. Descubra agora