Cecília
Se eu disser que dormi, estarei mentindo. Não preguei os olhos a noite inteira, fiquei olhando Adam dormir e pensando em um jeito de sair daqui. Só tem uma pessoa no momento que pode me ajudar, mas não sei como pedir ajuda. Ser sozinha é tão ruim em uns momentos desses.
Me arrumo para ir trabalhar, pego a mochila da escola de Adam e deixo junto da minha bolsa. Espero que eles tenham saído já. Olho no relógio já está na hora dele acordar.
— Amor, acorda. — Beijo su testa. — Vamos Adam, você não quer ir a escola?
— Preguiça mamãe. — Ele diz sonolento, acho que nem compreende o que digo.
— Ah então não vai a escola? — Digo sorrindo. Ele pula na cama em alerta.
— Escola? Eu vou, hoje a professora vai dar presente pra gente. — Diz empolgado descendo da cama.
Dou um banho rápido nele e tomo o meu, sempre olhando pra porta. Saio de casa com ele e dou graças a Deus por não ter encontrado nem ele ou minha mãe. Passo na padaria de sempre e tomamos nosso café da manhã. Deixo Adam na escolinha, e vou para meu emprego. No caminho ligo para meu pai, nem bem chama ele atende.
— Querida, que bom que ligou. Como você está e meu neto? — Ele diz do outro lado e sinto uma vontade imensa de chorar. — Cici querida tá tudo bem? — Ele disse meu apelido, a única lembrança dele é essa, meu apelido. Minha mãe nunca gostou que me chamassem assim, pois segundo ela trazia lembranças dele à ela.
— Oi, estamos bem. E o senhor?
— Eu estou bem, agora fiquei melhor ainda.
— Eu pensei, e talvez eu possa ir ficar um tempo ai. — Digo com vergonha. — Tudo bem pro senhor?
— Querida...Eu...Nossa isso é ótimo, eu pensei que nunca ia vir, eu estou feliz, não sei nem o que falar. — Ele diz e não consigo segurar o choro. — Eu estarei te esperando, sempre, quando vem?
— Estou pensando em ir hoje? Posso?
— Claro que pode, eu vou estar te esperando, vai vir de ônibus ou avião?
— Irei de ônibus. — Digo a ele. — Eu preciso desligar, tenho que trabalhar, quando eu chegar em Minas irei ligar pro senhor.
— Claro meu anjo, eu irei estar esperando vocês, todos vão ficar feliz aqui, é bem vinda.
— Ok, pode por favor não dizer nada a minha mãe que vou ir aí? — Peço a ele, não quero que ninguém saiba onde estou.
— Meu amor, não irei falar nada. Não quero contato com aquela mulher, ela acabou com minha vida quando tirou você de mim. — Ele diz e quero muito acreditar que ele me ama. — Eu te amo Cici.
— Breve estarei ai.
Me despeço dele e faço meu trabalho como todos os dias, no fim do expediente vou direto pra sala do meu chefe, peço demissão, não conto pra onde vou, apesar de gostar bastante do senhor daqui, ele me ajudou muito e entendeu que tenho motivos.
Quando termino tudo, corro pra pegar meu bebê, não sei se toda mãe é como eu, que fica a todo momento com saudades do filho. Adam é minha vida, não sei se teria conseguido sobreviver a tudo que passei se não fosse por ele.
— Mamãe, eu não quero mais ficar lá. — Ele diz enquanto caminhamos pra casa.
— Eu sei querido, que tal a gente morar em outro lugar? — Pergunto a ele que sorri.
— Eu quero, uma casa grande com cachorro e um carro pra mim. — Nunca entendi essa paixão dele por carros.
— Bom, não garanto uma casa grande ou um carro, mas iremos ter o nosso cantinho.
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Trilogia Irmãos Guerra - Amor Além Do DNA
RomansaAugusto Guerra, marcado por uma decepção amorosa, fecha-se para o amor. Cecília Xavier, mãe solteira batalhadora, enfrenta um dilema passado e busca auxílio na última pessoa que imaginaria. Juntos, eles descobrem o verdadeiro significado do amor e l...