Commander and Princess (Clexa)

Capítulo 2

Lexa

A comandante e todo o seu exército grounder marcharam para Polis e foi quase o dia inteiro de viagem, ao entrar na cidade, todos mostravam o seu respeito para a comandante:
- Heda! Heda! Heda!
Lexa passou pelas pessoas, acenando com a cabeça ocasionalmente, observou quando os familiares se reencontraram com os grounders que estavam presos na montanha. A noite teria uma festa para comemorar a volta de todos, comemorar a batalha que fora ganha. Quando eles nem chegaram a lutar.

* * *

Lexa tinha acabado de se tornar Heda, com 18 anos, após a morte da comandante anterior. Tinha escolhido um grupo para irem até a tribo da água para uma reunião com a comandante deles para firmar um acordo para que seu povo pudesse trocar alimentos, produtos e se transportar pelo mar sem conflitos. Para que os dois clãs fossem aliados. Lexa acompanhada de seu guarda Gustus, sua mentora Anya e a guerreira Indra cavalgaram até o mar, lá dois grounders da tribo da água os aguardavam com duas canoas.
- Comandante. - cumprimentaram os grounders.
Lexas e seu povo se dividiram nas canoas, os grounders remaram até a ilha em que a tribo vivia. Lexa foi recebida por dois guardas que a cumprimentaram e a levaram para onde a comandante a aguardava.
- Lexa. - Lila a cumprimentou. 

- Lila. 

Lila levou Lexa para o lugar onde eram realizadas as reuniões, no caminho elas passaram por grounders que estavam treinando com espadas, um homem e uma mulher. Só pela postura era possível perceber que a mulher era uma boa guerreira, era rápida e ágil, tinha cabelo castanho e um corpo esguio, estava de costas para Lexa, mas quando o adversário a desarmou e ela rolou no chão para pegar a espada os seus olhos se encontraram quando ela ficava de pé. Lexa sentiu uma conexão imediata com a guerreira, ela chegou a parar de andar por um momento mas o homem imobilizou a garota, aproveitando-se de sua distração e colocou a espada em seu pescoço e ela precisou cortar o contato visual. A comandante continuou andando, podia sentir o olhar da garota em sua nuca, mas não poderia olhar para trás. Quem era ela?

***

Clarke

Clarke teve uma noite terrível. 

Sonhou com Mount Weather, podia ver as crianças sofrendo em agonia e apontando para ela, suplicando para que ela as salvasse. Mas ela não podia, nunca podia. Acordou achando que estava tarde mas não poderia passar das 9 da manhã, o bunker escuro não ajudava a saber que horas eram. Clarke estava faminta, arrumou as coisas na bolsa velha que encontrara no bunker e decidiu continuar andando. Clarke andou por alguns minutos, querendo se afastar do bunker o mais rápido possível. Tinha o pressentimento de que seu povo mandaria alguém atrás dela, sua mãe especificamente. A fome a impediu de continuar, ela precisava caçar! Mas caçar o que? Bellamy costumava caçar. 

Bellamy... 

Clarke sacudiu a cabeça para afastar o garoto do seus pensamentos e decidiu se concentrar no agora. Clarke pensou nas suas armas, duas pistolas e uma faca. Talvez pudesse fazer uma lança com a faca? E faria o que com a lança? Se pudesse pescar... Clarke sorriu aliviada ao lembrar que tinha um riacho a frente, era bem raso, talvez pudesse encontrar alguma coisa. Andou até o riacho, mas desistiu de pegar algum peixe depois de algumas tentativas fracassadas, suas botas estavam molhadas e ela já sentia frio. Sua cabeça doía, seu estômago roncava e ela estava cansada, não conseguiu dormir direito. Ela já considerava voltar pro bunker quando se lembrou: Lexa a convidara para ir a Polis com ela! É claro, a comandante havia partido seu coração e traído sua confiança, mas ainda assim... era um lugar seguro e Clarke poderia pegar o necessário para ir para outro lugar. Talvez nem precisasse ir à a Polis, já que não sabia mesmo chegar lá. Mas tinha um lugar onde ela sabia chegar. TonDC. 

A vila que foi atingida pelo míssil. Mas e se não tivesse ninguém lá? Ou pior, se tivesse alguém lá e não reconhecesse Clarke ou não gostasse dela? Ela seria morta. Sabia disso. Não queria morrer. Seus sentimentos eram contraditórios, mas se martirizar e passar a vida sozinha parecia punição melhor do que morrer. 

Clarke fez o caminho receosa até TonDC, quando faltava pouco para chegar a vila, resolveu entrar mais na floresta e sair da trilha. Sair da trilha foi sua decisão de ouro, saiu em uma plantação de maçãs! As macieiras estavam carregadas, frutas vermelhas e convidativas, cada árvore cuidadosamente alinhada. Quem as cultivou tinha um cuidado enorme com elas, sem pensar duas vezes Clarke jogou a bolsa no chão e começou a pegar as maçãs dos galhos mais baixos. Sem poder esperar mais, mordeu uma. O sumo doce encheu sua boca e escorreu por seu queixo, ela sorriu. Sem ter outra escolha, ela comeu maçã até não poder mais e guardou algumas na bolsa.

O doce das maçãs trouxe outro problema: a sede. Precisava de um recipiente para encher de água, onde poderia encontrar? Novamente, Polis lhe veio a mente. A menina se afastou das macieiras antes que aparecesse alguém. Voltar para o acampamento Jaha ou para o Bunker estavam fora de cogitação, Clarke pensou um pouco e decidiu ir em frente. Não precisaria ir para Polis, se ela não estava pronta nem para olhar nos olhos do próprio povo, como poderia olhar nos olhos da comandante? Então, ela daria um jeito de viver na floresta, sozinha. Mais uma vez, Clarke pensou, é uma questão de sobrevivência. Isso é tudo o que ela sabia fazer.