Commander and Princess (Clexa)

Capítulo 7

Usando a frase de efeito da Octávia:
" I'm back bitches!"

Clarke.

A menina do céu estava distraída trabalhando com dois grounders que falavam inglês, a dor nos músculos era boa, ela estava se sentindo útil e não destrutiva e culpada.

- Clarke - ela ouviu a voz de Indra atrás dela e se virou.

- Indra.

A guerreira acenou em reconhecimento:
- A commander pede sua presença. 

Ela apontou para uma tenda e se afastou sem esperar resposta, Clarke bufa, é claro que ninguém jamais consideraria deixar Lexa esperando. Mas o que a comandante queria agora? 

O estômago da menina protestou e ela pensou que seria bom se a commander a estivesse convidando para almoçar. Andou vagarosamente até a tenda, o guarda na porta abriu para ela.

- Comman... - sua voz morreu quando ela viu quem estava ali, Kane e sua mãe.

- Clarke! - Abby suspirou e puxou a filha para um abraço.

A menina se deixou envolver nos braços da mãe, sentindo seu cheiro familiar e aconchegante, sentiu as lágrimas inundarem os seus olhos e piscou para impedir que as lagrimas escapassem. Ela se afastou devagar do abraço e recebeu um sorriso caloroso de Kane:
- Bom ver você, Clarke.
- Bom ver vocês vocês também. - ela respondeu cautelosamente, as emoções começavam a enevoar sua mente.

Abby e Kane ainda estavam sorridentes para ela quando Lexa se manifestou:

- Com licença - Clarke olhou para a commander agradecida - Vou deixa-los a sós para conversarem melhor.
Ela saiu da tenda sem lançar a Clarke um olhar sequer, a estranheza do gesto não passou despercebido para a Sky Girl, mas não é como se ela quisesse fazer algo a respeito.
- Então, Mãe, o que vocês estão fazendo aqui? 

Abby e Marcos se entreolharam antes que que a mãe de Clarke respondesse, ela pegou nas mãos da filha e a guiou para um dos bancos no canto da tenda. 

- Mãe, o que está acontecendo?

- Bellamy e uma patrulha foram à Mount Weather cremar os corpos... - Abby hesitou, olhando a filha cuidadosamente - Um grupo de guardas que já tinham usado nosso sangue escaparam.

Clarke abriu a boca, surpresa e soltou as mãos que sua mãe segurava.

- Eles são prisioneiros? - conseguiu perguntar em voz baixa, fitando a saída da tenda.
A mãe dela suspirou exasperada:
- Só um deles, mas ele disse que existem outros e eles estão atrás de você. 

Clarke fechou os olhos e inspirou profundamente, ela não estava com medo. Não podia culpa-los. Se a morte lhe procurava, então ela merecia isso.

- É por isso que estão aqui? Para me levar para a Ark? - sua voz saiu mais fria do que pretendia e ela viu dor nos olhos da mãe. 

- Filha, eu sei que você se sente culpada, todos nós nos sentimos, mas aquela era a única opção!  Poderia ser eu a ter que tomar aquela decisão! Nós iriamos morrer, eles matariam sem remorso todos nós para que pudessem viver em terra firme, você fez o certo para o seu povo. Você salvou tantos quanto pôde.

Clarke sentiu as lágrimas inundarem seus olhos. 

- Eu não posso voltar.. Ainda não.

- Nós entendemos, mas você precisa saber que ninguém está julgando as suas ações, você não é culpada disso! Se deseja culpar alguém, culpe a comandante por ter nos abandonado. Ela é a culpada. 

A skygirl balançou a cabeça:
- A comandante também não deve ser julgada como culpada, ela fez o que era melhor para o povo dela, nenhum de nós é inocente. 

Abby assentiu, resignada, discutir com a filha não ia adiantar nada:

- De qualquer forma, acho que você vai ficar mais segura no acampamento Jaha. Você precisa voltar para casa, nós vamos te proteger.  

Foi a vez de Clarke de suspirar:

- Mãe, eu não vou voltar para o acampamento! Estou ajudando aqui e depois e vou continuar indo... Lexa permitiu que eu ficasse por algum tempo, e estou segura aqui, eles não sabem onde estou, não é?

Tristeza inundou a expressão de Abby, a ex Chanceler já sentia que estava perdendo a batalha contra Clarke e temia não mais conseguir alcançar sua menina.

Som de tiros ecoaram pela vila. Como força do hábito, Clarke levou a mão ao coldre em sua perna e puxou sua arma, tirou da trava de segurança e apontou para a entrada da tenda. Era possível escutar os gritos de grounders, a correria e as ordens de Indra... Espera, Indra? Onde estava Lexa? Movida por uma súbita preocupação com a commander, e um instinto protetor, a garota correu para fora da tenda.
TonDc estava um caos, pessoas se escondiam atrás de escombros, atrás de troncos. Grounders eram bons com espadas e arcos, mas com certeza tinham problemas com armas. Clarke se escondeu atrás de metade de uma parede, olhou em volta mas Lexa não estava à vista, onde ela estava?
Ela viu um grounder ser baleado na perna e cair bem perto de onde ela estava, com algum esforço conseguiu puxa-lo para trás da parede. 

- Preciso ver seu ferimento. - soou como um pedido, mas apenas um tolo não ouviria como uma ordem.

Ele apenas assentiu, a menina virou sua perna e viu que a bala atravessou, bom.
- A bala atravessou, você vai ficar bem - ela disse e rasgou uma tira da sua blusa para estancar o sangramento da melhor maneira que podia. - Onde está a commander? Você a viu?

O tiroteio acabou tão inesperadamente quanto começou, Clarke esperou um tempo antes de se levantar. Não parecia ter outros feridos além daquele que ela tinha estancado o ferimento, mas tinha mortos. Ela avaliava a destruição com o maxilar tenso. Mais uma vez pessoas morriam por culpa dela. Sua mãe fora até ali em uma armadilha, era Clarke quem eles queriam. 

Indra entrou em seu campo de visão, saía da floresta com mais três guerreiros, a expressão preocupada e a espada suja de sangue. Clarke se apressou para chegar até a guerreira.
- Indra, onde Lexa está? - perguntou sem fazer questão de esconder sua preocupação.
Indra respondeu sem olhar para a garota, apenas andando mais rápido:
- Ela foi atingida. 

Ela sentiu como se tivesse levado um tapa no rosto, a comandante tinha levado um tiro? Tentou perguntar a Indra o estado dela mas era inútil, a guerreira estava muito concentrada para lhe distribuir explicações. Sem esclarecimentos ou permissão, seguiu a guerreira até uma parede cerca 500 metros de onde Clarke se escondera.
Lexa estava lá, uma maca improvisada no chão e o curandeiro Nyko tentando estancar o sangue em sua barriga.
- Lexa? - Clarke se abaixou ao lado dela que estava de olhos fechados, suando e com os labios cerrados.
- Lexa? - ela chamou de novo enquanto tentava inspecionar o ferimento.
A menina arfou quando Nyko deu espaço para ela ver o ferimento na barriga de Lexa, o tiro atingira pouco acima da barriga e o pior, a bala não tinha atravessado.