Commander and Princess (Clexa)

Capítulo 13- Who are you?

Genteee, é bom lembrar que este capitulo é um ponto de vista de Clarke, todas sabemos como ela está emocionalmente confusa agora, e todos os seus esforços estavam concentrados em odiar Lexa, então essa é uma grande mudança, pode ser confuso e monótono. Vamos com calma. Espero que gostem, beijos no coração! 

Clarke.

A menina não pensou sobre o que estava prestes a fazer, mas momentos depois ela agradeceu a si mesma por não ter pensado, se tivesse provavelmente não teria feito.

Ela se lembrava de beijar a comandante antes, mas a única sensação daquela vez foi surpresa seguida de confusão intensa. Mas aquele momento, quando ela tinha tomado a iniciativa, de certa forma tudo pareceu mais real e agora ela já não se encontrava confusa ou vazia. Clarke sentia um frio na barriga ao se afastar de Lexa, abrindo os olhos devagar para encontrar os olhos brilhantes. Ela sentiu seu rosto se esquentar e um sorriso tímido se formou em seus lábios. Por um momento ela era a antiga Clarke, a menina com esperanças e sonhos, a que sorria muito e apreciava as pequenas coisas, ela não sentia culpa ou rancor. Era só paz.

Um beijo pode te deixar em paz?

Uma pessoa pode te fazer sentir como estar dentro de um furacão de confusão e no momento seguinte ser o arco iris depois de um dia de chuva?

Lexa observava Clarke com expectativa, sua constante calma fora abalada com o gesto inesperado da sky girl. A menina mordeu o interior da bochecha ao perceber como gostava de ver a comandante daquela forma. 

- Então... - Lexa começou desviando o olhar.

Clarke seguiu seu olhar para os raios de sol que entravam pelas enormes janelas, parecia simples. Podia ser simples? Talvez não para sempre, mas por algum tempo talvez pudesse ser. Abusando de seus 20 segundos de coragem, Clarke pegou a mão de Lexa e brincou com a ponta de seus dedos, para falar sem precisar encarar seus intensos olhos verdes.

- Então...

- Então... - Lexa disse novamente fazendo a outra menina sorrir sem jeito.

Clarke não conseguia pensar numa forma de explicar como se sentia, como queria se sentir e o que Lexa era para ela. A menina estava tão distraída tentando encontrar uma forma de se expressar que quase pulou da cama quando Lexa começou a falar:

- Você não sabe, não é? - a commander deu um sorriso cansado e ergueu o queixo de Clarke para encontrar seu olhar - Está tudo bem, Clarke, nem tudo precisa ter um porquê imediato, você sente algo por mim - sua voz falhou levemente com a emoção - e eu sinto algo por você também, Clarke. 

Clarke sentiu seus lábios se abrirem em um sorriso ao ouvir Lexa repetir seu nome, ela sempre gostou da forma como a mulher o pronunciava, com respeito, de uma forma especial. Ela sentia um formigar em seu peito ao escutar.

Ela esteve tão determinada em odiar Lexa, as vezes ela queria vingança, em outros momentos chegou a desejar a morte da commander. Mas agora ela se perguntava: vingança do que? Por que?

Lexa estava consciente sobre seu erro, mas acertou para o próprio povo e tinha pago seu preço pessoal por quebrar a aliança, já estava se punindo o suficiente. A garota se lembrou de uma frase que ela vira em um de seus livros digitais na Arca, uma das frases favoritas de seu pai, dizia: Pessoas fortes são aquelas que encaram as consequências, tanto as dos próprios atos, quanto as dos atos dos outros. 

Ela tinha que ser forte, os fortes não jogam a culpa nos outros ou se vingam por erros que eles mesmos cometeram, todos aprendem a lidar e seguem em frente. Estava ali, ela só tinha que seguir o caminho.

Suspirando para tentar organizar seus pensamentos ela começou a falar:

- Lexa, essa guerra tirou muito de mim, mas me deu o que eu queria inicialmente também. Todo esse tempo eu achei que era tudo culpa sua, malditos grounders e seus guerreiros egoístas! Mas por Deus, como eu estava enganada! - ela fez uma pausa para se concentrar no calor que emanava da mão de Lexa e no sorriso que iluminou os olhos da comandante - Estou pagando por escolhas que eu fiz aqui, escolhas que são unicamente de minha responsabilidade e eu vejo dois caminhos aqui. Um que eu posso seguir sozinha e me lamentar pelo resto da vida, voltar para o meu povo como essa casca vazia... ou posso ficar aqui algum tempo, me perdoar, ser simples e me encontrar.

 Clarke observou quando Lexa franziu as sobrancelhas enquanto processava suas palavras, então seus olhos se abriram mais em surpresa e suas bochechas ruborizaram levemente.

  - E qual você escolhe, Clarke of the sky people?  

Clarke achou que tinha algum problema com seu coração, porque quase não o sentia pesar e a menina estava acostumada ao peso, mas de alguma forma o tom suave e delicado de Lexa o fez leve. Ela não queria admitir... 

- Depende - responde.

- Do que? - Lexa pergunta se inclinando para avaliar a menina a sua frente.

Clarke olhou nos olhos da comandante, eles não estavam frios e seu tom não era cortante e autoritário, era paciente e atencioso. Era assim que Clarke gostava de pensar nela, em sua mente a menina chamava de " A verdadeira face de Lexa".

Lexa costumava ser uma comandante impiedosa, fria e calculista pelo seu povo, a líder que eles precisavam. Mas quando estavam a sós era apenas Lexa, uma mulher gentil, visionária e com um coração machucado. Clarke já vira seu lado sombrio, atormentado por seus fantasmas, sua máscara de ferro para tomar decisões, mas e esse lado que ela só mostrava quando estavam sozinhas? Essa era a Lexa por trás da mascara da Heda? A menina gostaria de saber.

- Depende de quem você será hoje, e quem será amanhã... você vai me abandonar para morrer ou vai ser honesta sobre suas intenções?

Clarke mordeu seu lábio com força e desviou o olhar para não dizer o que realmente pensava e ficar vulnerável. 

Porque eu quero que você fique.

- Clarke, olhe para mim. - Lexa esperou enquanto Clarke, relutantemente levantava o olhar para encontrar o dela - Você ainda não sabe que eu sou? Sério? Eu tirei a máscara para você, baixei a muralha que impede que alguém se aproxime de mim, essa sou eu. E a única que pode ver é você.

Seu tom de voz funcionava como massagem no coração de Clarke. 

- Mas e quanto a ficar? - Clarke perguntou fazendo um beicinho de leve.

Lexa olhou para suas mãos juntas e entrelaçou seus dedos, admirou por um momento como a sensação era boa. 

- Você é como o lar para mim, Clarke. - aqueles olhos verdes eram tão sinceros e vulneráveis, mas suas palavras eram firmes e decididas - Mas, por enquanto, não vou te prometer pois você quer que as coisas sejam simples. Então, contanto que o sentimento que você tem por mim não seja ódio, vamos descobrir o resto.