Cap 7. Angels

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"I cry when angels deserve to die."

Não tive paz por duas semanas seguidas, quase que diariamente uma alucinação me seguia, eu a via em diversos lugares, como espelhos, poças de água, reflexo da televisão e por ai vai. Fiquei assustado por um tempo mas agora estou horrorizado.

— Tá, oque você vai fazer agora? Você já tem um plano? — Chris disse andando de um lado pro outro roendo suas unhas.

— Relaxa, eu vou descobrir oque fazer fica calmo. — me assustei quando Chris começou a gritar.

— TÁ MALUCO PORRA? RELAXAR? VOCÊ PODE MORRER A QUALQUER MOMENTO E AINDA QUER QUE EU RELAXE? — Disse com lágrimas nos olhos. — Desculpa, desculpa eu sei que-

— Não, eu entendo, você está preocupado, está tudo bem, vem cá. — o abracei, afinal eu entendo o lado dele, ninguém consegue se manter são enquanto seu melhor amigo pode morrer.

— Por favor Bin, procura ajuda, eu não quero te perder. — disse chorando mais, seu choro era dolorido, como uma criança que tinha se machucado bastante.

— Eu vou, fica calmo, eu vou procurar ajuda tá? — confortei.

~~

Algumas horas haviam passado, agora eu estava indo cuidar de mais um espírito, Chris e Minho ainda pareciam preocupados, tanto que não conseguiam se concentrar em procurar o espírito e agora ficavam de olho em mim o tempo inteiro.

— Seo Changbin, sua hora chegou.

— An? Que isso? — me assustei, a voz parecia mais perto, muito mais alta e muito mais real. — Não, não é!

— Changbin oque está acontecendo? — Minho perguntou.

— Eu não sei, alguma coisa me disse que a minha hora chegou mas não é o mesmo espírito que estava falando comigo, eu não sei quem é, eu tô com medo!

— Seo Changbin, você não pode fugir de mim! — a voz desconhecida disse mais uma vez, meu aparelho estava apitando loucamente, algo estava errado, muito errado.

~~


A única coisa que eu conseguia ouvir agora era a ambulância que me levava para o hospital. Eu não conseguia me manter acordado, não conseguia me lembrar oque tinha acontecido.

De repente ouvi alguém dizer que meus batimentos estavam caindo, senti alguém me tocar algumas vezes também. A última coisa que senti antes de apagar foi uma tristeza enorme, meu coração doía, fiquei me perguntando oque aconteceria se eu morresse, eu estava usando o máximo de forças que ainda tinha para resistir. Pensei em como Chris ficaria, em como eu me sentiria sozinho, e em como eu sentiria falta do cheiro dele, da voz dele, do abraço quente que ele me dava. Mas nada importava agora.

~~

— Ei, você acordou! Tudo bem? — Chris me perguntou mas eu não tive forças pra responder. — Você se lembra do que aconteceu? — neguei lentamente com a cabeça. — Ninguém te viu, ninguém sabe dizer oque aconteceu só entramos onde você estava e te vimos no chão, será que foi aquele espírito que tava te perturbando?

— Não sei. — disse rouco e senti uma dor enorme na garganta.

— Vou buscar uma água pra você, depois a gente se preocupa com isso tá?

Foi uma péssima ideia contar para Chris, mas foi bom contar para alguém. Depois que a minha mãe foi embora senti muita falta de ser acolhido e amado por alguém.

~~

Eu estava andando a algumas horas, decidi deixar o hospital por conta própria antes que Christopher voltasse, eu estava sem forças, estava morrnedo de fome e tinha certeza de que tinha sangue escorrendo por algum lugar afinal a roupa que eu estava usando agora tinha se tornado vermelha. Algumas pessoas se assustaram comigo, algumas ofereciam ajuda, mas eu não parei em nenhum momento. Tudo oque eu queria agora era Chris me dizendo que tudo ficaria bem, mas claro eu fui idiota e fugi. Bom a culpa não era exatamente minha, me senti assustado demais pra ficar lá, uma crise de ansiedade tinha tomado conta de mim pelas últimas duas horas, talvez um recorde mundial.

— Ah, desculpa. — disse ao esbarrar em alguém que agarrou meu braço. — não, eu não quero ajuda, desculpa eu preciso ir. — disse sem olhar quem estava me segurando.

Assim que fui solto continuei andando mas parei quando passei na frente de um vidro espelhado. Céus eu estava terrível. Meu rosto estava pálido, meus olhos tinham olheiras enormes, meu cabelo estava encharcado de suor, minhas vestes estavam sujas de sangue e terra das vezes que caí no chão. Eu não estava mais sustentando o peso do meu corpo, meus membros pareciam gelatina, algumas pessoas estavam me olhando, algumas estavam gritando, alguns flash's de celular estavam apontados para mim, cachorros latiam, carros buzinavam, crianças choravam e por fim eu ouvia alguém gritando meu nome. Era informação demais, não aguentei nada disso e me escondi onde pude, minha respiração estava acelerada e minha cabeça girava, nada parecia fazer sentido até que senti um calor familiar. Só ai percebi o quão alto eu chorava.

— Ei, eu tô aqui com você, ta tudo bem, se acalma neném. — falou calmamente.

Estava tudo bem agora.

Ghosts - BinchanOnde histórias criam vida. Descubra agora