Capítulo 12 - Um, dois...

219 31 206
                                    

Choi San

"Oh, talvez eu pare de falar antes que eu perca o controle
Estalando em um, dois... Onde está você?"
Snap - Rosa Linn

  Honestamente, eu estava com muita preguiça de ajudar qualquer pessoa a fazer uma mudança hoje — apesar de ter facilitado a de Wooyoung mais cedo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

  Honestamente, eu estava com muita preguiça de ajudar qualquer pessoa a fazer uma mudança hoje — apesar de ter facilitado a de Wooyoung mais cedo. Meu desejo de inércia se intensificou ainda mais quando descobri que o apartamento de Jongho precisava ser limpo. Mas a verdade é que está sendo ótimo, relaxante até. Não é como se eu fosse conseguir me deitar e pegar no sono tranquilamente perante a tudo que está acontecendo.

  É difícil quando a insônia deixa de ser falta de sono e passa a ser falta de alguém. Sei que agora minhas próximas noites se vingarão por cada pensamento que evitei nas últimas semanas, enquanto paranoias transbordavam da cabeça do homem que perdia o sono ao meu lado.

  Pelo menos limpar e organizar as coisas do meu novo vizinho essa tarde tem sido terapêutico. Afinal, quem gostaria de estar em um apartamento cuja sensação de entrar no que era nosso — agora meu — é de completa estranheza? Nem sequer reconheço mais aquele ambiente, e duvido que todas as minhas coisas que ficaram, por mais pequenas que sejam, tenham ainda o mesmo significado de antes. Afinal, é isso que o amor faz; ressignifica.

  Deitar em uma cama nunca mais foi simplesmente deitar em uma cama desde que Wooyoung e eu adormecemos nos braços um do outro pela primeira vez. E apesar de há muito tempo já não o sentir perto, mesmo estando no mesmo colchão, queria isso de poder enrolar-me no lençol e ter ali o corpo dele, seu cheiro e seu calor.

  E agora o que me resta? Uma cama fria onde o pensamento se agita com medo de adormecer, sonhar e virar saudade — ou arrependimento...

  Voltar para casa e adormecer nunca foi uma opção favorável. De certa forma, estou feliz por ter sido "convidado" a ajudar nessa mudança do Jongho que, por sinal, está no quarto dobrando roupa por roupa para guardá-las em seu novo armário. Já Yunho e eu fomos para a cozinha, onde toda sujeira parecia estar mais concentrada. Limpamos todos os armários e agora nos ocupamos em desembalar alguns pratos e copos embrulhados em jornal.

   — Presenteei esse jogo de pratos para a minha mãe no natal do ano passado, ela sequer abriu e agora olha onde veio parar. — Yunho quebra o silêncio, me mostrando uma pilha de pratos de legítima porcelana.

  Na verdade, não estamos em total silêncio assim. Em cima da bancada, uma caixinha de som toca uma canção lenta e envolvente que nos faz mexer o quadril ou a cabeça no ritmo de vez em quando. Me concentro muito para não pensar na letra, pois, de alguma forma ela faz com que eu pense em coisas que ainda não dei a permissão para serem refletidas.

  A bagunça de caixas, fitas rasgadas, papéis, poeira sobre os móveis deixados pelo antigo proprietário e plástico bolha parecem ter criado vida própria e se expandido pelos cômodos, o que de certa forma deveria me tranquilizar por saber que teria a mente bem ocupada pelas próximas horas, mas de repente tudo surtiu um efeito contrário.

Ame-me, Sou Seu | Woosan & SeongsangOnde histórias criam vida. Descubra agora