MORGANEm toda minha vida existe apenas três coisas que tenho certeza que nunca escutaria, e uma delas é exatamente o que meu chefe disse.
Fui pega de surpresa, vendo que seu olhar é sério perante ao meu ataque estranho de risos — que sempre acontece quando fico nervosa — paro de rir na hora.
— O senhor está falando sério? — Pergunto chocada.
Ele não responde, apenas continua a me encarar seriamente indicando que o que ele falou é extremamente sério, mas por que diabos ele quer isso?
— Por quê? — Pergunto em um fio de voz.
— O real motivo não vem ao caso no momento, apenas preciso que finja ser minha noiva por cinco dias. — Ele responde tirando as mãos do bolso da calça e sentando na cadeira enquanto continua a me encarar.
— Não posso fazer isso, Sr. Pankow. — Digo ainda em choque. Óbvio que eu não aceitaria isso mesmo ele sendo meu chefe, aliás, era exatamente por isso que diria não, ELE É MEU CHEFE!
— Eu te pago o dobro, ou melhor, o triplo do que ganha. Serão apenas cinco dias. — Ele oferta me olhando.
— Desculpa senhor, mas isso não se trata de dinheiro, mas sim da minha dignidade. — Declaro ficando ofendida com o rumo do assunto absurdo.
— Sua dignidade? — Pergunta.
— Sim senhor.
— Ok, Srta. Martinez, o que você quer? É só pedir que mando entregar. — Ele fala impaciente.
— O senhor não ouviu? — Pergunto também impaciente. — Não vou aceitar isso. — Digo. — Ah não ser...
—Ah não ser o que? — Pergunta me olhando atentamente.
— Que o senhor me diga o porquê dessa oferta absurda. — Digo determinada a ouvir a verdade.
— O real motivo não é da sua conta. — Ele responde rude.
— Então é não! — Digo alto cruzando os braços.
Ele me encara e eu faço o mesmo. Não vou aceitar nada a não ser que eu tenha uma explicação plausível para isso. Respirando fundo, percebo que ele está se controlando possivelmente para não me assassinar nesse exato momento.
— Minha tia-avó morreu e seu último desejo foi que eu noivasse antes de sua morte, infelizmente isso não aconteceu. Nesses cinco dias será seu velório, quero que minha família veja que levei a sério seu pedido, partiria o coração da minha avó se soubesse que não levei a sério o pedido dela. — Responde de cabeça baixa.
Em seguida me olha, confesso que fico sem palavras para o que o mesmo me disse. Caramba meu chefe tem coração. Puxa vida, deve ser difícil para ele, perder a tia-avó e o último desejo dela foi que ele encontrasse alguém especial, e ele me escolheu pra fingir ser esse alguém, mas íamos mentir para a família dele?
— E sua família? — Pergunto com a voz calma.
— Bom, isso eu resolvo depois... Serão apenas cinco dias Srta. Martinez, nada mais nada menos. Será algo supérfluo, só quero que minha família não ache que sou um monstro sem coração que não dei a mínima para o pedido dela. — Ele responde sério.
Sinto pena dele pela primeira vez, dando um leve sorriso eu me sento na cadeira a sua frente.
— Eu aceitarei, mas com algumas condições. — Digo séria.
— É claro que tem, o que é?
— Primeiro, vai ser um chefe mais legal comigo...
— Chefe legal? Eu pago seu salário, mais legal que isso é impossível. — Ele me interrompe.
— Segundo, vai parar de mandar eu fazer tarefas absurdas em prazo mínimo. Vai me elogiar de vez em quando. Vai parar de dizer que eu sou lenta. Vai aumentar o meu tempo de almoço e quero um aumento de 4%. — Falo determinada.
— 3%. — Ele diz.
— 3,5%, é pegar ou largar. — Digo séria.
— Certo, mas não espere mais do que isso. — Ele declara.
Eu dou um leve sorriso.
— Não se preocupe. — Digo.
— Meu motorista vai passar na sua casa sexta-feira as oito da manhã. — Ele diz abrindo seu notebook.
— Sim senhor, mas Sr. Pankow, e se sua família descobrir?
— Eles não vão, é apenas cinco dias, já disse. — Ele responde digitando algo. — É só isso, pode sair...
Ele me encara e eu faço o mesmo cruzando os braços.
— Por favor Srta. Martinez, pode se retirar, não solicitarei mais de seus serviços hoje. — Ele diz parecendo que está engolindo ácido ao falar de modo tão educado.
Sorrindo me levanto.
— Sim senhor. — Digo saindo.
Fecho a porta atrás de mim. Parece que a ficha do que acabou de acontecer cai. Caramba eu vou fingir ser noiva do meu chefe diante da família dele no velório da sua tia-avó.
— Deus, eu vou para o inferno... — Sussuro para mim mesma.
∞|∆|♪
RUDY PANKOW
— Você mentiu para a Morgan dizendo que uma tia-avo sua, que nem existe morreu, e o último desejo dela era que você noivasse? — Drew pergunta e eu apenas continuo a comer na maior tranquilidade.
— Sim.
— Sim? É só isso que vai me dizer? E quando desembarcarem em Edmonton, ela vai perceber que não existe velório nenhum, o que vai fazer Rudy? — Drew pergunta me olhando, eu o encaro.
— Isso eu vou resolver lá, eu tive que acitar algumas condições dela, uma delas foi um aumento de 3,5%, nunca percebi que trabalho com uma mercenária. — Resmungo bebendo minha limonada e lembrando em como minha assistente é boa em negociações.
NARRADORA
Drew gargalhou. Morgan era muito esperta, arrancar um aumento de Rudy só ela mesmo para conseguir isso, com certeza seriam cinco dias bem interessantes de acompanhar.
Rudy por outro lado pensava ao contrário, esses cinco días para ele seriam um inferno, ficar com sua família incluindo seu irmão adotivo, Elaine e Morgan Martinez, ele pensa seriamente em desistir da merda toda.
Mais seria impossível, ele já estava envolvido nisso quando confirmou com sua mãe que estava sim comprometido e que havia acabado de pedir Morgan em noivado, será que teria como piorar a situação?
— Está preparado? Amanhã é sexta amigo, dia de viagem. — Drew falou animado.
Rudy ignorou. A semana passou rápido e ignorou sua assistente ao máximo. Iria passar cinco dias olhando para ela. Fechando os olhos Rudy já previa uma imensa dor de cabeça, amanhã começaria o jogo que seu amigo idiota inventou, nunca foi muito de preces, mais rezava para que Deus tenha dó dele e faça os cinco dias voarem.
Porque a partir de amanhã ele seria um homem "apaixonado".
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Meu Adorável Chefe Tirano → Rudy Pankow
RomanceDeixe-me ver se entendi. Meu chefe está me pedindo em noivado só para a familia dele largar do seu pé? Sem contar que teremos que passar cinco dias com sua familia em Edmonton como se fossemos o casal mais apaixonado do mundo? Ok, eu não ganho o suf...