Meu Adorável Chefe Tirano → Rudy Pankow

Rudy, I Still Lov...

NARRADORA

Passar a noite em claro era algo normal para Rudy, mas passar a noite em claro ouvindo Morgan chorar, ou ter pesadelos era algo perturbador para ele. Nunca soube como consolar alguém, nem fazia questão de fazer isso quando alguém precisava, mas deixá-la sozinha parecia ser a pior coisa a se fazer.

Sua perna doía horrores e Morgan dormia praticamente agarrada a ele como se fosse o último bote salva vidas no mar, com o rosto escondido no seu pescoço agarrada a sua camisa, suas pernas estavam enlaçadas, mais um pouco e davam um nó.

Nunca imaginou que sua assistente estranha demais, animada demais era na verdade alguém com traumas. Por fora alguém feliz, mas por dentro um rio de tristezas e lembranças amargas.

O mais estranho ainda era essa necessidade de reconfortá-la, cuidar dela. Fechando os olhos afastou esses pensamentos, não podia, sabia que não podia, ele nasceu para ficar sozinho, se não Elaine não seria ninguém.

Então por que sentia essa vontade absurda de cuidar dela? Uma pergunta que preferia não descobrir a resposta. Olhando a garota agarrada a ele, Rudy respirou fundo e conteve a vontade de abraça-la.

Não iria fazer isso com ele mesmo, muito menos com ela, Morgan não merecia isso. Se soltando dela, Rudy lutou para não a acordar. Depois de perder dez minutos se soltando de Morgan ele se viu livre, em pé ao lado da cama a olhou e a cobriu de volta.

Fez sua higiene pessoal e saiu do quarto dando de cara com sua mãe que o olhava preocupada.

— Querido, sei que não é da minha conta, mas não consegui dormir essa noite, a casa inteira ouviu os gritos de Morgan a cada trovoada, ela está bem? — Sua mãe perguntou.

— Está, ela tem medo, trauma para falar a verdade. — Responde descendo as escadas com sua mãe.

— Pobrezinha, me lembra quando você era pequeno, morria de medo do escuro. — Rose disse. — Mas você cuidou dela né?

— Por quê a pergunta?

— Ora, são nessas situações que a gente costuma mais precisar daqueles que amamos. — Ela responde.

— Se eu falar que cuidei e passei a noite em claro por ela, vai parar de fazer perguntas sobre a noite passada, não quero mais comentários, pela Morgan, ok? —  Ele pediu olhando sua mãe que sorriu carinhosa.

— Está cuidando dela até agora, não se preocupe. — Ela garantiu. — Como está sua perna?

— Bem. — Ele respondeu, depois do banho a dor deu uma amenizada.

Ambos seguiram até a sala de jantar onde todos tomavam café da manhã, Rudy sentiu o olhar de todos em cima dele, mas ignorou.

— Bom dia. — Saudou se sentando.

— Bom dia filho, está tudo bem? — Seu pai pergunta.

— Sim, porque não estaria? Perguntou de volta.

— Será porque ninguém conseguiu dormir ontem a noite com sua noiva berrando feito uma louca!

— ALEC! — Rose brigou.

— Alec, eu só não levanto dessa cadeira e te arrebento por respeito aos demais, mas sugiro que pense duas vezes antes de falar merda sobre minha noiva no meu ouvido, porque da próxima vez faço você engolir esse copo.

— Calma Rudy, ele não falou por mal, é que foi uma noite difícil para todos. Seja lá o que houve, espero que Morgan esteja bem. — Elaine disse tomando a frente, recebendo um olhar agradecido de Rose e Andrew.