OUTRO PATAMAR ( PAUSADA )

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Maria Luiza ( Laís) 💖

É hoje!

Hoje que eu vou escutar tudo que vai acontecer naquela reunião.

Vou ter uma prova concreta contra o cabelinho.

Cabelinho sempre foi bem cuidadoso com a sua identidade e sobre o que faz na favela, por isso nenhum policial tinha provas contra ele.

Mas  dependendo do que eles falarem lá vou conseguir uma boa prova.

Arrumo todo o equipamento no meu quarto e fecho a minha janela.

Ninguém pode ver o que eu estou fazendo.

Vou até a minha porta e tranco a mesma também.

Sento me na mesinha que está meu computador e ligo o auto falante.

Vitória falou que a reunião seria a noite, então ainda tenho um tempo.

Decido ir pra cozinha tomar um café.

- Tudo escuro, tá fugindo de que nega? - né assusto quando ouço a voz do Cabelinho.

Ele tá todo lindinho.

- Que susto! - coloco a mão no meu coração.

- Tu acha que eu esqueci do teu show lá - ele cruza os braços.

- Que show? - do uma de sonsa.

Cabelinho caminha até mim e me puxa pra próxima do teu corpo.

- Tu não e mais uma Laís! Não sei o que tô sentindo por tu, mas sinto que tu e diferente tá ligado!

Meu coração acelera e sinto vontade de chorar.

Eu sou uma péssima pessoa.

- Vitor - mordo meus lábios.

- Tô agindo na transparência com tu, nos deixa o bagulho fluir.

- Não dá - digo e ele fica assustado - Melhor a gente se afastar.

- Papo reto não te entendo! Tu colocou mó marra lá, achei que queria um bagulho comigo e agora vem nesse! Qual a tua Laís?

Sinto meus olhos encherem de lágrimas.

- Só vai embora daqui! Me deixa - empurro ele na direção da porta.

Abro a mesma e tento não olhar pro seu rosto.

- Mais tarde vou colar aqui pra nós conversar essa parada direito!

Ele diz antes de sair.

Fecho a porta com força e me jogo no sofá.

Minha vontade era de dizer que eu também sinto algo por ele.

E tudo muito recente, mas gosto dele.

Só que não posso larga meu trabalho por conta dele, não posso abrir mão da minha vida!

Qual futuro eu teria aqui?

Não posso deixar uma carreira que foi construída com muito esforço ir embora assim.

Isso com o cabelinho talvez seja algo só de momento.

Ainda mais vindo dele!

Preciso me ergue novamente e seguir em frente com tudo.

Quando eu conseguir a gravação vou embora no mesmo instante e nunca mais piso aqui.

Nunca mais vou precisar ver ele.

[ ... ]

Cabelinho👑

Mulher e uma coisa complicada!

Pow fui sincero com a mandada lá, queria que o bagulho fosse mais pra frente com ela.

Tava curtindo Namoral! Queria ter ela mais presente comigo.

E aí a doida vem com uns papos estranhos, não me desceu nada daquilo.

Aí tem coisa.

- Borges vou colar lá com uns crias! Fica de olho lá - digo e ele logo entende.

Pra mim a Lais tá armando algo.

Não e só porque tô mexido com ela que vou dá uma de burro.

Tenho que ficar alerta o tempo todo.

Borges mete o pé e eu pego a minha motinha pra ir pro complexo do jacaré.

A reunião com os manos vai ser lá.

Vou pelos becos e chego lá rapidinho.

Deixo minha moto estacionada em qualquer canto e cumprimento uns manos antes de entrar no galpão.

E mó sigiloso essas paradas que rola aqui.

Entro no galpão e pego logo um copo de whisky.

Do um gole no mesmo e ando até a mesa de centro.

Sento no meu lugar de sempre e todo mundo começa a se sentar também.

- Fala meus manos, convoque geral aqui pra falar sobre a nova carga! - GB começa falando - Vai chegar segunda, bagulho do bom mesmo vindo lá de fora.

- Essa parada vai passar pela rodovia? - pergunto.

- Cabelinho o frente do PPG tá com medinho? - ele ri irônico - Paguei um cuzão lá pra arrumar isso pra nós.

- E como vai ficar a quantidade pra cada um? - Japinha pergunta.

- Calma, calma - ele ri - Vamos pensar em um passo de cada vez. Precisamos deixar em lugar seguro, fazer tudo com cuidado pra não chamar a atenção dos vermes.

Não sou de falar muito nessa reuniões, gosto mais de ouvir e prestar atenção.

No mundo do crime todo mundo que ser melhor que todo mundo.

Se tu der um mole nego tenta te matar.

O papo continua e de vez enquanto do um palpite.

Mas desvio a minha atenção quando o meu celular toca.

Vejo que e o Borges e me distancio do pessoal.

- Fala tu - digo ao atender.

- A Laís catou tudo aqui e meteu o pé. - ele responde

- Como assim? Tu deixou ela sair assim?

- Tu queria que eu fizesse o que?

- Caralho Borges!