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Maria Luiza 💖

Cabelinho não diz mais nada apenas me olha com desprezo.

Ele passa por mim e puxa a Vitória.

- Eu não confio em tu - ele diz - A primeira graça que tu fazer a bala da minha glock vai atravessar a tua cabeça.

Diz friamente e saí do quarto.

Respiro fundo e tento não chorar.

Você deixou isso acontecer Maria Luiza! A culpa e sua por se envolver demais.

- Vou dizer que consegui te prender e que vou sair daqui direto pra delegacia - começo a contar sobre a minha ideia - Mas no meio do caminho vou sofrer um atentado e você vai fugir e levar as provas.

- Isso não vai pegar legal pra você... - a Vitória diz meio distante.

- Eu já pensei em tudo e só fazer o combinado.

Puxo a algema da minha cintura e o cabelinho da um passo pra trás.

- tu não vai por isso em mim.

- Preciso que eles acreditem em mim!

Ele começa a xingar uns palavrões e estica o braço.

Coloco a algema nele e a porta e aberta bruscamente.

- Qual chefe? - bg entra apontando a arma pra mim - Então tu que era o x9

- Borges abaixa a arma - Cabelinho diz autoritário.

- Porra chefe ela merece bala! O que tu tá fazendo? - ele diz irritado.

- Abaixa a porra da arma! - ele ordena - Eu também queria muito estourar a cabeça dela, mas a gente precisa dela agora.

Borges abaixa a arma.

- Preciso te algemar também.

Ele estica o braço e eu coloco a algema.

- Vitória entra na viatura, tenta não ser vista! - digo pra ela.

Vitória não diz nada apenas faz o que eu peço.

Está me matando essa diferença dela comigo.

Coloco uma toca preta na cabeça do Borges e do cabelinho.

Melhor ninguém ver o rosto deles.

Guio eles pro lado de fora e empurro pra dentro da viatura.

- Maria Luiza? - Rodrigo chega atrás de mim - O que temos aqui? - ele olha pra dentro da viatura.

- O dono do morro - do de ombros - o babaca deu um mole dos grandes, tô levando pra delegacia.

- Precisa que eu te acompanhe até lá? - ele olha pra dentro do carro.

- Não, ainda tem muito o que fazer por aqui! Vou e volto em um pulo só.

Rodrigo se afasta do carro e eu acelero.

Passo pelos corpos jogados no chão e me aterrorizo.

- É isso que vocês fazem! Matam com a desculpa que estão fazendo o bem - a Vitória diz do banco de trás.

Olho pra ela pelo retrovisor e a mesma está chorando.

Que droga! Não queria que chegasse a esse ponto.

[ ... ]

Olho em volta e desvio e paro a viatura, desço da mesma e a Vitória ajuda aos meninos a descer também.

Solto os dois.

- Preciso que isso fique real. - entrego a arma na mão do cabelinho - Atira em mim.

- Qual foi? - ele se assusta.

- Atira em mim! - grito e os três me olham.

- Não precisa disso você já nos ajudou - Vitória diz.

- Precisa sim! Sem suspeita.

Olho pro cabelinho que encara a glock que está em sua mão.

Ele levanta a mesma e aponta mirado pra minha cabeça.

Vitória e o Borges dão um passo pra trás.

- Tá ligado que eu poderia atirar na tua cabeça - ele anda até mim e pressiona a arma na minha testa. - Mas tu é uma filha da puta Maria Luiza! E me fez gostar de tu, ou gostar da tua personagem ainda não sei.

Ele dá uma leve batida da arma na minha cabeça.

Seu olhar frio sobre mim e o que está mais me machucando.

- Nem tudo foi mentira Vitor! Eu gostei de todos os nossos momentos, gostei de conhecer uma versão sua diferente e... - olho pra Vitória que observa tudo - Eu amei a minha amizade com a sua irmã - começo a chorar - Borges eu vou sentir saudades das suas palhaçadas - sorrio.

Cabelinho nega rindo.

- Isso tudo faz parte do teu teatro também? - ele se afasta de mim - Pela primeira vez na vida eu consigo sentir nojo de alguém - ele ri - Sinto nojo de você! Te mataria com facilidade, mas vou levar em consideração o seu ato de nós ajudar.

Ele me olha nos olhos e mira na minha perna.

Ouço o disparo e meu corpo cai no chão.

A dor e horrível, mas nada se compara com a dor que estou sentindo no peito.

O olhar frio do cabelinho quando ele puxou aquele gatilho.

- Vitor! - grito o mesmo que está com as costa virada pra mim - Você ainda pode realizar seu sonho.

Ele balança a cabeça negativamente e saí andando sem olhar pra trás.

OUTRO PATAMAR ( PAUSADA ) Onde histórias criam vida. Descubra agora