PARIS, FRANÇA
Quando você faz parte de uma das famílias mas bem respeitas e influente da sociedade bruxa francesa você precisa prestar atenção onde pisa, porque um passo em falso, um errinho se quer pode colocar tudo a perder. E quando você menos espera sua vida está desmoronando à frente de seus olhos e você não pode fazer nada que se não apenas observar.
Cegar uma garota não estava em meus planos, como também não estava em meus planos ter que me mudar de instituto ou país. Eu adorava estudar em Beauxbatons e morar na França, era minha cidade natal, onde meus pais biológicos Nora e Stephen viveram seus dias mais felizes. E também a cidade de meus pais adotivos, Ares e Freya, era a cidade onde os Rosier tinham um legado e uma marca a deixar...mas aquele acidente...aquele maldito acidente tirou isso de nós. Tirou isso de mim.
O ministro da magia da França achou que eu era um perigo a sociedade francesa, meu caso quase foi levado a julgamento e quase garantiu uma passagem só de ida a Azkaban. Porém eu e a "vítima" somos menores de idade, e isso ajudou para que o caso não vazasse para a imprensa. O que não foi válido de nada, já que isso não impediu da fofoca se espalhar de maneira errada.
Ouvi tantas versões sobre essa história que começo a me questionar quais delas são realmente verdade, quais delas eu realmente fiz? Foi um acidente...eu juro que foi...em um segundo estavam conversando e no outro eu arremessei Charlotte para o outro lado do quarto. O pior é que não consigo me lembrar como ou o porque, éramos tão amigas...e de repente ela me considera uma vilã? Alguém perigosa? Isso não faz o mínimo sentido para mim.
(...)
Aquela era a última noite de verão e eu estava arrumando minhas malas para viajarmos a Londres no dia seguinte, digamos que você ser afilhada do diretor de Hogwarts tem lá seus privilégios. Eu não me importava muito para onde seria mandada, desde que estivesse com minha família eu estaria satisfeita e feliz.
— Arrumou tudo? — perguntou minha mãe assim que entrou pela porta de meu quarto. Ela era uma mulher muito linda, uma bruxa excepcional, seu cabelo loiro destacava seus olhos. Olhos parecidos com os meus.
— Sim, estava apenas...escrevendo — deixo o diário de lado e me levanto da cama indo ao seu encontro. — Te amo muito, sabia disso?
— Sim eu sabia, — ela me abraçou fortemente, como fizera naqueles últimos dias.
Desde que Dumbledore disse a nós que conseguirá uma vaga para que eu estudasse em Hogwarts em Londres, meus pais pareciam mais ariscos que o normal com a ideia de nos mudarmos para lá.
— Ei, está tudo bem?
— Sim querida, não tem nada que precise realmente se preocupar — afagou meus cabelos deixando um beijo em minha testa. Me sentia tão segura nos braços de minha mãe. — Você deveria parar de ler as matérias de Rita Skeeter, aquela mulherzinha não vale nada.
Droga, ela notou o jornal em cima da escrivaninha.
— Ninguém deveria se importar ou acreditar no que essa mulher diz — disse minha mãe confiante caminhando até a escrivaninha e pegando o jornal daquela manhã. — "Filha problemática de Aurores famosos de mudança para Londres", meu Merlin...como essa mulher é podre.
— É...ela realmente deveria saber usar suas palavras, — digo sem dar muita importância, o que no fundo na era verdade. Droga, Rita Skeeter, essa chegada era pra ser segredo e em breves terei fotógrafos em meu encalço. — Beatrix trouxe para mim está manhã quando veio me visitar, ela só queria me alertar não fique brava.
— Não estou brava com Beatrix, estou brava com a situação!!
— Que situação? — perguntou meu pai, Thomás, ao entrar no quarto com duas xícaras de chocolate quente. Ele sabia mesmo como aliviar todo o clima.
— Rita Skeeter sendo inconveniente, — respondeu minha mãe lhe entregando o jornal. — Alguém tem que parar está mulher...
— Não deveriam se importar, eu não acredito que alguém realmente de atenção a está mulher — meu pai sentou-se ao meu lado me entregando uma das xícara. — Com canela, seu preferido.
— Obrigada!!
— Deveríamos falar com Dumbledore sobre isso, talvez deixar que Aurora vá para Hogwarts não seja uma boa ideia. — sugeriu minha mãe, ela realmente não gostava da ideia de irmos a Londres, e eu à Hogwarts.
— Freya, meu amor, já conversamos sobre isso...— disse meu pai calmamente. Ele sempre teve mais paciência que minha mãe. — Vai ser o melhor para ela. E outra, fofocas são só fofocas .
— Papai está certo, fofocas são só fofocas...logo algo mais interessante acontece , e eu deixo de ser o assunto da vez. — não que eu acreditasse firmemente naquilo, porém, ainda sim gostaria que acontecesse.
— Viu? Nossa filha é um poço de compreensão — brincou meu pai depositando um beijo calmo em minha testa. — Te amamos querida!!
— Eu também amo vocês, mas agora...tá meio tarde e eu queria descansar.
— Nem me toquei que já passavam da meia noite, — disse minha mãe conferindo o relógio no pulso. — Aurora está certa, melhor irmos.
— Certo vamos lá, durma bem senhorita e qualquer coisa nos chame tudo bem?
— Pode deixar papai. Vou dormir feito um anjo, boa noite.
— Boa noite querida, — minha mãe se despediu em seguida apagando a luz e saindo com meu pai.
Eu os amava. Acho que sempre os amei, desde que cheguei em seus braços, sempre tive este sentimento. Freya e Ares são os melhores pais que alguém poderia ter, eles sempre foram muito compreensivos comigo, sempre me deram espaço e estiveram ao meu lado quando eu mais precisava. Eu sei que talvez possa parecer um pouco de ingratidão de minha parte em relação aos meus pais biológicos, Nora e Stephen, mas...eles morreram tão jovem, eu mal havia completado um ano quando partiram. Eu não me lembro muito bem de seus rostos, a única coisa que tenho é um porta retrato, porque de resto...perdi tudo quando a casa foi atacada.
Freya conta que a família tanto de Nora quanto a de Stephen decidiram que eu deveria ficar com eles, já que eram muito amigos de meus pais biológicos. Eu quase não vejo essa parte da família, eles fazem parte da realeza na Escócia. Muito difícil acesso, a única coisa que tenho deles é o dinheiro que me mandam no aniversário...mas pra ser sincera, nem sei se sabem o meu nome.
Mas não me importo, felizmente Freya e Ares nunca me deixaram faltar nada. Desde o material quando o emocional, sempre foram pais presentes e nunca fizeram diferença alguma comigo. São meus pais, minha família. Eu sou o legado deles. Me sinto assim, e nem ao olhar para a foto de Nora e Stephen eu sinto algo diferente...é como se eu não os conhecessem...não sinto nada aqui dentro. Não vem nada, lembranças e muito menos sentimentos. O meu coração não bate por eles.
Desde muito nova eu tenho um sonho, um pesadelo para ser mais sincera, estou em uma casa, um homem encapuzado está subindo as escadas, eu as escuto ranger de longe. Ele está furioso, com muita raiva. Ok lugar cheira a morte. A medo. A um casal, o garoto morre primeiro...a dor é agonizante, depois a garota, ela luta o quanto pode mas é em vão. O quarto se enche pelo choro de crianças, duas crianças, estão chorando tanto...estão com tanto medo. Quando eu me aproximo do berço para pegar a primeira criança e a proteger, não a nada, apenas fuligem, a criança se transformou em pó. Sumiu. Como se nunca existisse.
E logo depois disso eu acordo. Já tentei muitas e muitas vezes encontrar uma resposta para isso...é claro que tudo tem sido em vão até agora, mas algo me diz que isso vai mudar. Tem que mudar.
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𝐒𝐔𝐏𝐄𝐑𝐍𝐎𝐕𝐀 | DRACO MALFOY
Fiksi Penggemar𝐒𝐔𝐏𝐄𝐑𝐍𝐎𝐕𝐀 || Quero fugir. Queria correr ou voar para onde ninguém me encontrasse, e esquecer por um instante quem eu sou e quais são meus desejos. Mas onde quer que eu vá, sei que nunca poderei me esconder de mim mesma. Nesta versão da his...