𝐅𝐑𝐀𝐆𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐔𝐌 𝐈𝐍𝐒𝐓𝐀𝐍𝐓𝐄 𝐃𝐄 𝐏𝐀𝐑𝐀𝐋𝐈𝐒𝐈𝐀

𝐈.

O ar que você respira
É o que escapa dos meus pulmões
Você é como um veneno
Gostar de você me faz mal.

Apenas abra seus olhos
Não se negue a ver
Eu preciso que você entenda
Por mais desconhecido que seja.

Quando você sorri,
O céu se abre pra mim.
E a claridade me assusta
E eu sei que não posso fugir.

Estamos de lados diferentes
Você sabe, uma bagunça linda
Temos medos e traumas
Do que nos tornamos.

É escuro e frio
Onde o sentimento está
Agora dizeres e fazeres
Não importam mais.

Eu tentei tapar
Os olhos, os ouvidos, a boca
Mas tudo ainda vibra
Dentro de mim, e dói.

Culpa, você não a possui
Eu também não
Estou cansada de sentir
É pesado, e parece resistir ao tempo.

Desconheço o que você sente
E ainda sim tudo é tão denso
Eu mergulhei em você
Na calmaria, quietude.

Nadei me afogando,
Em preconceitos e julgamentos
Mas afundei em mim
No alvoroço, tamanha balbúrdia.

Tentando silenciar meu corpo
Enquanto minha mente clamava
Caí na igenuidade do meu ser
Inocência pensar que conseguiria.

Tentar deixou de fazer sentido
Perdi a pureza dos meus quereres
Ponderei o que é sentir
Degustei como é se afeiçoar.

Tal imunda alma sádica
Quiz por um momento
Ter o mesmo efeito sobre você
Como você, tem sobre mim.

A ausência de diálogo é irrelevante
Nos deciframos, nos codificamos
Pura e impetuosa
Essência masoquista.

Vibrei em prazer
Me vendo ir tão fundo
Sentindo a dor
Que eu mesma me causei.

Não deixei as marcas cicatrizarem
Elas se petrificaram no meu ser
Te ver antes me desconcertava
Te ver agora me faz chorar.

Então temos a despedida
Porque para ti só quero o bem
Tragicamente ao meu lado
Bem não vais estar.

Não estou bem mas vou ficar
Dar uma pausa e respirar
Me afastar, ir longe
Estimar minha compania.

Namorar a mim primeiro
Para depois, me libertar
O tempo vai carregar
Tudo o que sinto por você.

Desde os detalhes
Que te traçam linda e imperfeitamente
Até seus fazeres
Que te moldam tão perfeitamente.