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Percorrendo a escuridão
Tentei me reencontrar
Pois muito perdida estou
Mas nesse mundo de crueldade
Somente me perdi mais
Já que não sei quem sou
Nunca acharei quem fui
Nem poderia ser diferente
Do nada que sou agora
O mantra da verdade
É minha melodia favorita
Pois a mentira corrompe
Mesmo quando a expulso
Ela vem atrás de mim
E me toma outra vez
Então eu proferi as palavras
Aquelas que tento esconder
Ansiando apenas a vencer
Eu sou completamente falsa
Não tenho forma própria
E nenhum traço que seja meu
Invejo as pessoas reais
Porque não sou assim
Não consegui me completar
Avisto um lápis e uma folha
Começo a me desenhar
Mas sou incapaz de terminar
Meus pés mal tocam o chão
Porque vôo na imaginação
Em realidades por mim criadas
Tentando não sucumbir
Ficando assim angustiada
Recorro a pedir ajuda
Acabo com doses diárias
De algumas balas mágicas
E conversas terapêuticas
Descobrir meu verdadeiro eu
Aquele que eu pensei não ter
Virou uma completa confusão
Vi minhas máscaras criadas
Que nem sabia que usava
E percebi que tinha rosto
Que cogitei ter desmanchando
E meu eu interior era múltiplo
Eu era um desenho com cópias
Era tudo muito novo
Mas também muito bom
Porque eu vi que era real
Não tinha só uma de mim
Mas sim, várias delas
E todas bem diferentes
Jamais me veria sem elas
O mundo não lhes entendendia
Mas já bastava eu entender
Eu vivia sempre acompanhada
Era uma sensação estranha
Mas não sabia o porquê
Me confundia tantas versões
Que surgiam sem avisar
Então logo nomes as dei
Melina não gostava de gente
Mary era calma e meio fria
Mia era inocente e boazinha
Em meio a tantas identidades
Havia o meu quieto ego
Sempre muito autoconsciente
Ele aparecia para dominar
E guardar suas variações
Um controlador incurável
Minhas personas malcriadas
Assustadas quando ela surgia
A primeira e a verdadeira
Mariah a sem contorno
Mariah a que se descobriu
Mariah a que se dividiu
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𝐅𝐑𝐀𝐆𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐔𝐌 𝐈𝐍𝐒𝐓𝐀𝐍𝐓𝐄 𝐃𝐄 𝐏𝐀𝐑𝐀𝐋𝐈𝐒𝐈𝐀
Poesía𝐄𝐬𝐭𝐞𝐬 𝐬𝐚̃𝐨 𝐚𝐩𝐞𝐧𝐚𝐬 𝐝𝐞𝐥í𝐫𝐢𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐢𝐧𝐪𝐮𝐢𝐞𝐭𝐚.
