45 - Emergency Call

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  O fim de ano já estava aí, finalmente!
  Resolveram que iriam passar ali mesmo, seria uma comemoração tranquila, onde só elas permaneceriam. 
  Faltando poucos dias para a virada, Alice começou a sair com um amigo da escola as duas responsáveis se perguntavam se havia algo a mais mas tentavam não conversar sobre isso.
Natasha e a garota da praia, começaram a se envolverem sério. Maia conheceu formalmente as meninas num jantar não tão bem elaborado, a base de pizza e refrigerante.
A garota era bonita, inteligente e advogada. Não combinava com o perfil de Natasha, mas os opostos se atraem e elas estão super bem.

O dia na cidade estava frio, chuvoso mas Piper mantinha o som no talo, limpando a casa, arrastando os móveis e cantando não tão afinado as músicas que gostava.
Alex e Natasha saíram para resolver negócios e Alice saiu com Lucas e umas amigas, aproveitaram levar o Max para passear.

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O dia passou, a noite chegou e por volta de nove e meia da noite Alex retornou com a amiga e notou que a casa estava apagada.
Ambas estranharam pois Piper e Alice estavam em casa esse horário.
Trancaram o carro e abriram a porta que não estava trancada, todas as luzes estavam apagadas.

— Piper? Alice? — Alex chamou por elas e acendeu o interruptor.

Caminhou até a sala e o susto veio.
Tudo revirado, parecia que um furacão passou por ali.
Assustada Alex e Natasha subiram as escadas correndo a procura das meninas. No quarto de Alex, não tinha ninguém e nem no de Natasha. Mas a bagunça dominava o corredor, coisas quebradas e espalhadas.

— PIPER? — gritou pela casa e nada.
— Alex, shh. — Natasha fez um sinal, tocou o ouvido e apontou para um dos quartos de hóspede.

Ambas caminharam o mais silencioso possível, abriram a porta e não havia nada. Mas havia um armário, as duas com cautela se aproximaram onde ouviam algo.
  Quando abriram a porta viram Piper e Alice sentadas abraçadas e as mesmas as abraçaram no mesmo instante, chorando desesperadas.

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Minutos antes

  Piper organizava tudo, o som estava tão alto que não percebeu que alguém havia entrado. Quando ouviu palmas e mais palmas, ao se virar David estava na entrada da cozinha.

— Que belo show. — puxou a tomada do aparelho.
— O que você quer?
— Estava com saudades suas. — sorriu. — Cadê a minha filha? Está por aí? — olhava pelos cantos analisando. 
— Não. — engolia a seco e tentava se manter firme.
— Hum... Está sozinha?
— Não.
— Claro que está, a não ser que tenha mais uma amante por aí. — ele sabia.— Então a gente pode conversar sem incômodos.

Caminhou na direção dela e a mesma contornava a mesa.

— Não se aproxima.
— Ah por quê? — riu maquiavélico.
— A Alex já chega e se ela te ver aqui você tá morto.
— Eu que vou matar aquela vagabunda, sapatona. Quem ela pensa que é? Pra ficar dando uma de mãe da minha filha. Se a Alice ficar doente por causa de vocês, eu juro que eu mato ela também. Prefiro uma filha assim do que virada numa lésbica sem futuro igual a mãe.
— Não fala assim, cala a boca pra falar da minha família, seu doente, homofóbico!
— Que família? Três doentes e uma criança que está seguindo os passos da mãe? Não criei filho pra isso Piper. Você sabe que existe uma cura pra isso, não é? Vem comigo e eu te mostro.
—NUNCA!

Ele corre atrás dela mas ela contorna a mesa de novo.

— Me deixa em paz. Vai embora!
— Não, hoje não. — pula pela mesa e novamente Piper corre.

  A loira correu pela casa, mas ao subir na escada ele a pegou pelo braço e a agarrou.
  O choque a fez lembrar do que viveu a alguns meses atrás, estava assustada e paralisada.

— SOLTA ELA!

Um grito agudo de Alice ecoou pela casa, a mesma correu na direção pra tentar afastar o homem da mãe e o mesmo empurrou ela contra a parede.
A garota que estava no chão, olhou para a cara do homem e começou a chorar mais.
— Pai? Por quê?
—Filha, desculpa. — se aproximou dela e Piper veio pra cima dele o acertando com um vaso de flor.

Então rapidamente correu para o outro andar com Alice e se esconderam.
David andava gritando pela casa, revirando tudo, quebrando tudo o que via.
Ameaçou tanto matar todas que o clima estava mais do que pesado.

— EU SEI QUE VOCÊS ESTÃO AQUI! VAMOS EMBORA!

O mesmo entrou no quarto de hóspedes, onde as meninas estavam escondidas. Andou pelo quarto, olhou embaixo da cama, ficou em silêncio para ver se escutava algo.

— Eu acho melhor vocês saírem de onde estiverem, vão vir comigo por bem ou mal e eu acho que vocês não querem do jeito ruim, né?

Passou pelo armário e ficou o encarando. Quando se aproximou para abrir, ouviu barulho de porta de carro batendo, então saiu correndo de onde estava, para o alívio das meninas que estavam desesperadas.

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  Quando Piper contou para elas, Natasha saiu pela casa enfurecida atrás dele.

— Venham.

Alex puxou Alice e Piper pela mão e abriu o escritório que estava chaveado.

— Fiquem aqui e não saiam. — abriu uma gaveta e pegou uma arma. — Tranca a porta.

Ambas estavam com tanto medo que só trancaram e ficaram abraçadas tentando se acalmar.
  Alex e Natasha, faziam rondas pela casa, entraram em todos os cômodos olharam canto por canto. Até que começaram a ouvir vários latidos dos cachorros da rua, já era tarde alguém estranho estava por perto.
  As duas sairam correndo pra fora e rondaram o quintal todo, seguiram os latidos ambas movidas a ódio mas nada, nem sinal. Voltaram rapidamente pra casa, trancaram tudo e fizeram mais uma varredura.

— Porra! — Natasha dá um soco na porta de raiava.
— Ele fugiu, que merda! — colocou a arma na cintura e tentou respirar fundo.
— Ninguém mexe com a minha família, eu vou achar ele.
—Nós vamos, Nath, tenha certeza disso.

Subiram novamente e Piper abriu a porta quando ouviu a voz de Alex. Se abraçaram novamente e a morena podia sentir todo o corpo da loira tremendo, o coração acelerado e a raiva só dominava seu interior.  Alice estava abraçada em Alex também, e a morena fitava Natasha que estava com os olhos cheios de lágrimas e de raiva, Alex faz um sinal pra se juntar e o abraço fica coletivo.

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