26- Emergency Call

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Pé na estrada, quase quatro da manhã. Só havia mato por todo lado, logo estariam na casa. Quanto mais perto chegava mais nervosa ambas ficavam, Alex lembrava mais ou menos onde era, apesar de ter visitado uma ou duas vezes.

- Pretende fazer o quê? Chegar lá e meter porrada nele?
- Eu nem sei se foi ele.
-Ainda tem dúvidas? -elas se olham e voltam a olhar a escuridão.

Mais alguns minutos, elas chegam na entrada do lugar. Tem um carro parado na frente da casa, era ali mesmo.

- Eu vou lá.
- Eu vou com você.
- Não, fica aí e espera elas virem. Assim que a Alice sair da casa você mete o pé daqui.
- Pode deixar. - nega com a cabeça e passa para o banco do motorista.

Alex, entra no campo indo na direção da casa. Tentava não fazer barulho e ouvir alguma coisa, mas nada. Silêncio total.

 Ao entrar na casa vê apenas uma bagunça e muitas garrafas pelo chão, procura andar o mais silencioso possível e escuta roncos altos vindo de cima. Possivelmente o sequestrador nada profissional havia dormido, temendo ter mais alguém ali continuou com cautela. Achou uma porta no primeiro andar debaixo da escada, que leva ao porão. Devagar, abre a porta e com a ajuda do celular ilumina os degraus para descer.

- Tem alguém aqui? - sussurra e escuta um murmúrio.

Alguém estava tentando mostrar que estava ali, pois dava para escutar gritos abafados e algo batendo o chão.
Então continua descendo e ao andar pelo lugar e finalmente vê Piper, amarrada.

- Graças a Deus. - Abaixa e a abraça. - Vou tirar isso. - tira a mordaça da boca da loira.

- Salva a Alice, por favor. Salva ela! - suas palavras saíram desesperadas.
- E cadê ela? - olha em volta.
- Está com ele, por favor Alex... A minha menina tá com um homem perigoso. - pedia em clemência.

A mesma foi para fora do porão, torcendo para que estivesse tudo bem. Subiu para o segundo andar e foi seguindo o som do sono do homem. Ao achar o quarto, o vê deitado na cama e a pequena acordada, amarrada e amordaçada na cadeira. Ao ver a morena na porta, a mesma começou a chorar e implorar com o olhar por ajuda.

- Oi. Eu disse que viria. - abaixa a mordaça, solta seus pulsos e pés.

- Vem, vamos sair daqui. - Levanta, tentando levar ela em silêncio, mas o mesmo acorda.

- Quem é você? E para onde está levando a minha menina? - Levantou imediatamente, nu e bravo. Não era o David, era alguém bem diferente.

- Vá ajudar a sua mãe, debaixo da escada tem uma porta, vai logo. - A mais nova sai correndo do quarto. - Se você tocou em um fio de cabelo dela, eu mato você.

- Você não vai tirar elas daqui! - vem pra cima da Alex, a pegando pelo pescoço e encostando-a na parede. - Elas são minhas.

- Me solta. - tenta puxar ar para si.

- Bem que me disseram que você era muito intrometida, eu devia ter te matado e não apenas colocar você para dormir.

- Seu filho da puta, foi você! - ambos escutam a sirene das polícias ao mesmo tempo. - Você já era.

- Não mesmo. -acerta um soco em sua boca e tenta correr, mas Alex segura o pé do mesmo e ele cai no chão, pela falta de de equilíbrio. E rapidamente ela se levanta, saindo do quarto e fechando a porta, para o atrasar.

Sem saber o que fazer, segura a maçaneta da porta com toda a força que tinha enquanto ele tentava abrir.

Cadê esses policiais que não chegam nunca.

A força acaba e ele consegue abrir. Empurra ela para a parede da frente com violência a fazendo bater seu corpo inteiro.  

- Eu vou matar você! - se armou para bater nela, mas antes que desse o soco, um pé o empurra para o meio do corredor, o derrubando.

- Correção: Eu que vou matar você. - Piper ignora qualquer possibilidade daquilo ser extremamente ruim e pisa no órgão genital que estava a vista e em seguida um grito de dor ele. - Você não devia ter mexido com a minha família. - pelo cabelo, ela puxa ele que se obriga a levantar o pescoço e mete um soco seguido de outro no mesmo.

A surra rolava solta, Alex nunca tinha visto Piper com tanta raiva. 

Juntou suas forças e afastou  a loira dele, segundos antes da polícia invadir.

- PARADOS! - armas enormes invadiram o andar.

Algemaram o indivíduo e foram fazendo perguntas para as vítimas. Todas estavam visivelmente bem, os médicos coletaram dados das duas.

Enquanto Alex observava Piper recebendo os cuidados médicos, pensava em como teve a coragem de fazer o que fez, todos os riscos que correu em questão, por uma garota que amou incondicionalmente.
A loira é liberada pelos socorristas e os agradecem, em seguida vem na direção de Vause.

- Alex, obrigada. - Abraça a ex com delicadeza para não a machucar.
- Você está bem? Ele fez algo com... - Antes que terminasse de falar Piper a beijou de um jeito como se precisasse disso para sobreviver e foi mais do que recíproco.

- Não aconteceu nada. - sussurra ainda encostada nos lábios da morena. - Eu quero ver a Alice, onde ela está?
Alex ainda meio desnorteada, falou- No meu carro, eu vou te levar pra casa.

Ambas saem e vão na direção do carro, logo a mais nova vem correndo até elas e as abraça.

- Por quê você não veio comigo mãe? Ele podia ter te machucado! - a mais nova falou em prantos.

Alex da espaço para elas e vai até o carro, onde é recebida por um abraço da amiga.

- Puta que pariu, que vontade de te matar! Você é louca de tentar ir contra a um cara louco?

- Eu sou louca... - olha para as duas- Por elas. E nada iria me impedir de defende-las.

- Nossa como você consegue ser boiola e estúpida ao mesmo tempo! Se você morrer em um ato de idiotice sua, eu te ressuscito e você vai se ver comigo.

Observam as duas conversando, até Alice abraçou a mais velha novamente, agora Piper também chorava. Isso cortava o coração de Vause. Elas vieram abraçadas na direção das duas e entram no carro.
Piper e Alice no banco de trás, Alex iria dirigir até a cidade, mas Lyonne insistiu para que não já que ela tinha dirigido na ida.

- Arranha o meu carro e eu arranho a sua cara. - Sentou no passageiro e olhou para trás.

Piper a olhava com gratidão e sorriu agradecida novamente. O banco da morena estava bem folgado para trás então Alex pode segurar a mão da ex e seguiu viagem assim, até a loira pegar no sono e sua mão se soltar aos pouquinhos.

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