22- Emergency Call

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     Dirigi até o hospital que estava nas mensagens, entrei procurando pela recepcionista, que por sinal não estava em lugar algum.
     Ainda esperei quase cinco minutos, até alguém aparecer, pediram meus dados e me deram o andar em que Alice estava. Peguei o elevador e apertei o número correspondente ao lugar.

– Hey, como ela está? — Imediatamente fui de encontro a Piper, que estava sentada. Podia ver Alice pela parede de vidro do quarto.
– Bem, ela teve um ataque forte. Apenas me assustei, achei que deveria te informar. Ela iria querer que estivesse aqui.
– Fez bem em me avisar. Eu gosto dela. — Continuei observando a mais nova.

Alguns minutos do mais puro silêncio, até Piper abrir a boca.

– Será que podemos conversar agora?
– Aqui não é lugar. Não se aproveite de uma situação delicada para tocar em um assunto mais delicado ainda.
– Não estou fazendo isso, apenas... —respira fundo – Droga, Alex. Por que você faz questão de ser assim? Que porra de orgulho é esse?

– Aí merda, vai começar. — olhei para ela. – Eu não sou orgulhosa. Apenas tenho consciência dos meus atos, diferente de você.
– Quantas vezes quer que eu explique aquilo? Eu estava puta com você e simplesmente procurei um...- é interrompida pela morena.
- Simplesmente procurou minha melhor amiga e a beijou na minha frente. — torci a boca contendo o ódio.
– Tá bom o que você quer? Que eu peça desculpas? Desculpa! Eu tô correndo atrás de você tem tempo, eu não sei mais o que fazer com relação a isso.
– Por que tá correndo atrás de mim? Eu não tô nem aí pra você, Chapman. Está correndo atrás de mim por quê é boba. Você já me fez de otária uma vez, não vai rolar a segunda.
– Não precisa falar desse jeito também. — abaixa o tom de voz e em seguida a cabeça, tentando conter as lágrimas.
– Apenas falei a verdade, eu sou idiota até a metade da página um... Depois, nunca mais. Você sabe, sempre soube.

                   Ambas ficam em silêncio, Piper sentiu cada pontada de cada letra que saiu da boca de Alex. 
           Enquanto isso, Alex por sua vez se arrependeu mentalmente por ter falado daquela forma com ela. Lógico que talvez fosse necessário, mas sem exagero, já que doía nela também.
     
     Mais tarde, Alex precisou sair para ir trabalhar. Hoje teria uma reunião importante e não poderia faltar. Alice, estava bem apenas vai ficar um pouco sobre observação.

         A reunião foi falha, apenas seu corpo estava presente. Sua cabeça estava no que disse a Piper mais cedo, se arrependeu já que quase tudo o que disse era mentira.

– Eu me importo. — pensa alto e as pessoas da mesa a encaram com expressões confusas. A mesma tenta concertar –...Eu me importo com a reunião, mas não acho que esteja dando algum resultado. Han.... Acho que devemos remarcar com argumentos melhores. Obrigada a todos. — se levanta rapidamente e sai. Todo mundo fica meio perdido mas nem sequer comentaram.

           A morena foi direto para a sua sala e pegou as chaves do carro. Saiu da empresa sem avisar ninguém e retornou ao hospital. Dessa vez parou em uma lanchonete e foi para o andar em que Alice estava.

– Hey, novidades? — a morena ainda de terno, com dois copos de café nas mãos vem até a loira.

– Oh sim. Ela está se arrumando, não foi nada demais e ela já está bem.

– Fiquei bem preocupada. Toma, eu comprei um para você. — entrega o copo a ela, que a olha surpresa. – De nada. — fala debochada e se senta.

– Obrigada. — toma um gole e fecha os olhos no mesmo instante – Hummmmmm....

– O que foi?

– Isso é... Tão, bom! — na última frase da uma leve revirada nos olhos e Alex se obriga a pensar em qualquer coisa que não seja nisso.

– Que bom que eu ainda acerto alguma coisa. — toma um gole do seu.

Piper iria dizer alguma coisa, mas a enfermeira sai do quarto e em seguida Alice. A criança abre um sorriso enorme ao ver Alex, ali.

– Não acredito que está aqui. — vai na direção dela e a abraça. – Minha mãe disse que veio, mas não acreditei.

– Aqui estou eu, baixinha. — sorri e a mais nova sai do abraço. – Está melhor?

– Muito melhor. Você vai ir pra casa com a gente? — os olhos dela brilham e Alex olha para a ex.

– Querida, acho melhor não. Eu já estou chamando um táxi. — a loira fala mexendo no celular.

– Deixa disso. Vamos, levo vocês. — a morena se levanta e vira outro gole. – Você deve ter que passar em alguma farmácia comprar alguns medicamentos, eu suponho.

– Não quero dar trabalho a você.

A morena só assente e passa por elas, indo para o elevador. – Não custa.

            As três vão para o estacionamento e entram no carro dela. Alice, embarca atrás e Piper na frente como sempre. Enquanto dirigia, muita coisa passava na sua cabeça. De fundo tinha uma trilha sonora do Bon Jovi tocando, o que mexia ainda mais com a cabeça.
             Alex, para na farmácia mais em conta que conhecia e estaciona.

– Vocês voltaram? — no banco de trás a mais nova solta as palavras, enquanto Piper já estava no estabelecimento.

– Não.

– Então por que está aqui?

– Por você. — olha pelo retrovisor para ela. –  Nós não temos mais volta.

– Pronto. — a loira entra no veículo novamente e Alex liga o carro, em seguida já parte.

           Vai até a casa da loira, todas em silêncio e estaciona na frente da casa dela.

– Entregue madames.

– Eu vou abrir a porta mãe. — a pequena sai do carro. – Tchau, Alex. Obrigada por vir. — fala com um sorriso e sai sem olhar para elas.

            Novamente o silêncio predomina no carro. Alex, se mantinha olhando para frente e Piper estava dividida entre olhar a rua e olhar para a mulher ao seu lado.

– Fala. — a morena, diz entre os dentes e a loira suspira.

– O que foi que aconteceu com a gente?

– O tempo passou, tomamos caminhos opostos. — olhava imóvel para frente.

– Nós sempre nos demos tão bem. Por quê é que a gente não se suporta?

– Porquê a gente se ama. — as palavras saíram com toda a sinceridade e mágoa que sentia. 

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