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I WOULD GO TO HELL FOR YOU

Eu tenho um guarda costas, é isso. quando saímos do galpão de onde eddie estava, voltamos para casa, eu voltei para a minha mas Steve - como eu havia dito, tenho um guarda costas - se grudou em mim.

- Onde vai? - Steve pergunta, eu dava um passo e ele perguntava. - vou com você.

- Stee, eu só vou na cozinha tomar um copo de água apenas. - digo e abro a porta do quarto. - não vou morrer se você ficar um minuto longe de mim, relaxa.

- Eu só quero proteger você. - o mesmo deu um pequeno sorriso triste me fazendo o olha-lo intrigada. - eu não consegui nas outras vezes quando coisas ruins aconteceram com você, Andy. Mas quero tentar pelo menos fazer algo agora, não posso perder você.

- Admiro sua atitude, mas caso você tenha uma solução pra acabar com esse desgraçado acabando também com as mortes, eu sou toda ouvidos.

Ele suspirou desistindo e voltando a se sentar na cama.

- Eu já volto.

Vi ele assenti antes de sair, desci as escadas e fui até a cozinha. Meus pais não estavam em casa, não sei para onde foram, eles haviam levado a Holly também.

Pego o copo d'água e vou até o telefone e aperto os números da residência Byers.

"Residência Byers, que está falando" solto um pequeno sorriso ao ouvir a voz da onze.

- Sou eu On. - digo, não sei como, mas conseguia saber que ela sorria.

"Dy!" ela exclamou animada "Como você está? Estou com saudades."

- eu tô bem e morrendo de saudades de você. - começo a enrolar o fio do telefone em meu dedo. - Mike está bem?

"Ah... Sim! Estamos jantando, o Argyle está aqui."

Ele sempre está.

- diz que eu mandei um oi. - me encosto na parede respirando fundo. - pode chamar o Will pra mim? Quero falar com ele.

"Claro, pera aí." A linha ficou silenciosa, até que ouvi sua voz. "Mandy! Oi."

- Will! Feliz aniversário. - digo, antes de vir para hawkins eu já tinha lhe dado seu presente adiantado.

"Ah, obrigado." Ele não parecia muito animado o que me deixou desconfiada.

Aí lembrei.

- Tenta não ligar. - falo de repente. - sei que não tem como mandar no coração, mas isso não faz bem pra você, ainda mais quando não é correspondido.

"Eu não lig-"

- não minta, não para mim. - comecei a escorregar até me sentar no chão. -sabe, nunca se sabe o que irá acontecer amanhã então é por isso que eu quero que viva intensamente sem ter medo, porque o medo te impede de fazer coisas incríveis e de sentir sensações maravilhosas. - dei um longo suspiro enquanto segurava as lágrimas. - Will, me promete cuidar da mamãe?

"O quê? Por que tá dizendo isso?"

- só prometa. - eu apertava meus dedos, a vontade de chorar me dominava. - a minha irmã, fica sempre ao lado dela, por favor.

"Eu não tô entendendo, tá acontecendo alguma coisa?"

- Não! Não... - eu não queria preocupa-lo, ainda mais em seu aniversário. - é que como estou longe, tenho medo que algo aconteça com vocês, só isso.

"É só isso mesmo? Mandy eu te conheço desde que eu era bem pequeno."

- É sim, tigelinha, só estou preocupada com vocês. - escuto ele rir com o apelido. - não deixa o desmiolado do Jonathan exagerar na maconha.

"Falou tarde de mais, mamãe tá desconfiando só pelo jeito que ele ta no jantar."

- Deixa eu adivinhar, você tá quase se jogando da janela por conta disso.

"Acertou em cheio" ele pareceu falar com alguém. "Mamãe disse oi, ela vai pro Alaska."

- ela vai fazer o que no Alaska?

"Coisas do trabalho, Murray também está aqui e parece que ele vai junto."

Murray e Joyce juntos em um ambiente, algo está errado.

"Jonathan irá cuidar de nós, o que eu não sei se é bom ou ruim no moment..." Ele para de falar, e quando volta parecia um pouco irritado. "Argyle, não querendo ser chato, mas eu tô tentando falar com a minha irmã aqui."

- Coitado Will. - dou uma pequena risada.

"Coitado de mim que te que aguentar um irmão e o melhor amigo do meu irmão chapados."

- É, você tem razão. É mais fácil você ficar como responsável do que o Jonathan no momento.

"Você não mentiu, Mandy eu terei que desligar, mas liga amanhã? Sinto sua falta o tempo inteiro." Sorrio pela fala do garoto. "Bom, não tanto quanto a on, ela passou a dormi no seu quarto agarrada no seu urso de pelúcia que deixou aqui"

Olho para minha pulseira e sorrio brevemente, também sinto falta dela.

- Ligarei amanhã, não se envolvam em confusão.

"Não prometemos nada."

- Will...

"Tchau eu te amo" Ele desliga para fugir do assunto.

- Também te amo. - digo ainda com o telefone no ouvido, o coloco de volta na parede e continuo ali, sentada.

- pensei que só viria tomar água. - olho para a porta encontrando Steve, sorri sem mostrar os dentes e ele se aproximou sentando no chão ao meu lado. - você está bem? E por favor, a verdade.

Então foi ali que eu decidi falar a verdade de como estava me sentindo, se eu for morrer, quero ser sincera com as pessoas que amo.

- Não. Eu não tô bem. Eu não quero deixar vocês, não quero morrer. - com os olhos lacrimejando, eu o olho. - quero estar viva e realizar o nosso sonho dos seis pimpolhos, morar em uma chalé e ter empregos chatos. Ficar ao seu lado até envelhecermos. - eu já não segurava as lágrimas, elas escorriam cada vez mais. - quero ver a onze, Will, Dustin, Mike, Lucas, Max se formarem e entrarem para faculdades, ou talvez não. Quero fazer a viagem de melhores amigas que Robin fala desde que voltei, quero ver o Jonathan se casar com Nancy por que ele disse que eu seria a madrinha. Saber que eu posso perder tudo isso me destrói, meus pais ficariam arrasados, e a Joyce, ela é como uma mãe pra mim, ela não aguentaria perder um filho. Quando achou que havia perdido Will ela quase enlouqueceu, não quero que ela fique mal.

Volto a olhar pra frente, encarando qualquer coisa, fecho os olhos sentindo as lágrimas molharem cada vez mais minhas bochechas.

- eu não vou te deixar morrer, eu não sei o que será de mim se te perder e com certeza nem os outros. - ele pega minha mão, suas mãos tremiam. - você é como a irmã mais velha de todos, os garotos iriam perder a irmã, Robin e Jonathan a melhor amiga, Joyce, Karen e Ted a filha, e eu... eu perderia o amor da minha vida.

Suas palavras me pegaram de jeito, eu sentiria falta dele, muita.

- Não posso ficar sem você, eu não aguentaria. - ele colocou sua mão em minha bochecha, secando minhas lágrimas. - tudo que tivermos que fazer, iremos fazer. Eu vou até o inferno por você, Mandy Wheeler.

Eu sei que ele iria, mas...eu não permitiria.

Eu preferia morrer do que deixar que qualquer um deles se sacrificasse ou algo do tipo.

Talvez... Talvez essa fosse a solução.

Esse talvez seja meu final.

𝗧𝗛𝗘 𝗢𝗧𝗛𝗘𝗥 𝗪𝗛𝗘𝗘𝗟𝗘𝗥 - 𝕊𝕥𝕖𝕧𝕖 ℍ𝕒𝕣𝕣𝕚𝕟𝕘𝕥𝕠𝕟Onde histórias criam vida. Descubra agora