✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶
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No ano de 1989, em primeiro de outubro, um número indeterminado de crianças superpoderosas nasceram de mulheres que não demonstravam sinais de gravidez quando o dia se iniciou. Dentre essas crianças estava um serzinho pálido e frágil com apenas um pequeno tufo de cabelo louro no meio da miúda cabeça, apenas dias mais tarde tal bebê receberia um nome de sua progenitora. Seu nome era Jenny Delyon.
Entretanto, essa história não é de Jenny e sim de sua irmã logo ao lado, Lenny. Um mês após o nascimento das gêmeas, Cinthia Delyon recebeu a visita de sua irmã que não via a anos pedindo-lhe desesperadamente por um favor, o favor em questão não era algo simples, pelo contrário, a irmã, que se chamava Vivian, implorava para que Cinthia cuidasse de suas filhas gêmeas, essas sendo Lenny e Jenny, em troca de uma grande quantia que poderia a ajudar nas despesas e também quitar as dívidas que Vivian sabia que a irmã, dependente quimicamente de álcool e drogas, tinha.
Sem alternativas o favor foi aceito, Cinthia ainda tinha esperanças que um dia Vivian retornasse para buscar suas filhas, mas isso nunca de fato aconteceu. De forma que alguns meses depois não foi Vivian batendo na sua porta querendo as filhas de volta e sim um senhor intitulado Reginald Hargreeves que afirmou estar interessado em comprar uma bebê.
- Eu gostaria de comprar sua filha - repetiu o senhor impaciente.
- Você faz parte do tráfico de crianças ou algo assim? É algum policial ? - perguntou Cinthia, desconfiada.
Naquele dia Cinthia acabou deixando aquele estranho senhor entrar em sua casa, ele havia oferecido uma fortuna em troca de uma das bebês, de fato algo tentador, mas ela não poderia simplesmente entregar uma bebê assim, o que faria se sua irmã voltasse? Pensava ela avaliando a situação diante de si. Sim, ela ainda tinha esperanças que Vivian retornaria.
Se levantando lentamente do sofá em que estava, Cinthia murmurou que deveria tomar um tempo para pensar melhor. Assim, Reginald foi deixado sozinho na sala enquanto a mulher se dirigia ao quarto no final do corredor.
Adentrando o quarto simples que não continha nada além de uma cômoda e um berço, Cinthia observou as duas criaturinhas que repousavam acordadas em meio aos cobertores, ela não podia entender o que alguém via demais em uma simples bebê. Ela mal podia falar qual era qual, vivia confundindo Lenny com Jenny e viceversa, os nomes pioraram tudo, mas sua falta de criatividade não permitia que mudasse por outro, as bebês também não pareciam aprovar como se pudessem ser capazes de a entender e ousavam não atender ao chamado caso outro nome lhes fosse dado.
Naquele dia em especial a confusão era pior, Cinthia teve o azar de ter trocado as bebês após o banho e tê-las deixado idênticas, ambas trajando um minúsculo pijama azul bebe.
- O que vocês têm de especial? - murmurou Cinthia.
Como se notassem a curiosidade da mulher sob elas, ambas bebês abriram suas pequenas bocas encarando profundamente os olhos de Cinthia antes de unirem suas pequenas mãos. Jenny e Lenny agora eram uma só, uma espécie de mutante com 4 braços, cabelos ruivos como fogo e olhos de um azul tão intenso que chegava a ser bizarro, o serzinho se mexeu novamente rindo, sua risada pareceu ecoar no fundo da mente da mulher, era surpreendente e assustador, quando Cinthia piscou novamente as bebês estavam lado a lado, mas a conexão de suas mãos havia sido cortada.
Agora, podendo entender tudo e raciocinar rapidamente, Cinthia abaixou-se para pegar uma das bebês.
- Creio que é Jenny. Bem, não importa de qualquer jeito. - sussurrou consigo mesma, voltando a caminhar até a sala.
Cinthia tinha um plano milionário, como aparentemente o senhor que a aguardava não parecia ter o conhecimento dela ter duas bebês gêmeas e não apenas uma, ela daria-lhe um golpe, uma das bebês ficaria, a outra renderia-lhe um bom lucro no futuro, esperava ela. Cinthia sabia que caso Reginald tivesse tal conhecimento iria querer ambas e isso não lhe agradava agora que sabia o quão poderosas aquelas coisinhas podiam ser. Cinthia já podia imaginar como aproveitar de tais dons.
- Aqui está - murmurou baixinho, entregando a bebê ao homem que arqueou uma das sobrancelhas desconfiado. Coçando a garganta, informou: - Essa é Jenny.
- Jenny de Jennifer? - indagou ele.
- Jenny de Jenny, Jenny de Jennifer, Jenny do que você quiser, senhor. Ela é sua agora. - sorriu Cinthia, nervosa.
Para o alívio de Cinthia, Reginald pareceu satisfeito com aquilo. Dando mais uma olhada na bebê que o fitava curiosa, o senhor murmurou:
- Pensava ter ouvido o choro de mais uma bebê.
- Mais uma? Tem certeza? Creio que é a da vizinha...- mentiu Cinthia descaradamente, passando a mão pelos cabelos ralos.
- Entendo - murmurou o mais velho, ainda intrigado, mas decidindo deixar passar. Deveria ser coisa de sua cabeça, aquele Reginald se lembrava bem dos eventos em Dallas a algumas décadas atrás, não recordava-se de ter alguma número 9.
Deixando sua maleta cheia de dinheiro para trás e indo embora com a bebê, Cinthia ficou na frente da porta do apartamento até que o sujeito sumisse de sua vista, quando feito, fechou a porta apressadamente e correu até o quarto.
- Quem eu entreguei? - pensou em voz alta. Lembrando-se de algo importante, estalou a língua - Oh, Lenny tem uma pintinha atrás da orelha direita e Jenny não tem!
Pegando a bebê solitária que restou no berço, Cinthia examinou minuciosamente a procura da pintinha, porém, como temia, não foi capaz de achá-la. Bem, o que ela imaginava ter acontecido estava correto, ela entregou Lenny pensando ser Jenny.
Entrando num carro preto onde seu motorista o aguardava, Reginald balançou a criança no colo com um leve sorriso nos lábios. A última peça que faltava em seus planos havia sido achada.
- Jenny de Jennifer. - disse em voz alta.
- Perdão, senhor? - o motorista indagou, confuso.
- Não acha que o apelido Jenny vem do nome Jennifer?
- Me parece adequado, senhor. Apesar de Jenny também ser um nome próprio.
Assentindo, Reginald alisou seu bigode. Sim, apenas podia ser Jenny de Jennifer, pensava ele.
Mal sabia Reginald que ele estava com a bebê errada, mas como poderia adivinhar? Tudo que o velho sabia era o "apelido", como pensava, de "Jenny". Em Dallas não foi capaz de ver sua aparência, pois o único momento curto de interação que teve com a figura foi enquanto a verdadeira Jenny estava no corpo possuído de Allison e para piorar a situação ele também não tinha conhecimento de seus poderes, estando no escuro quanto a tudo aquilo. O verdadeiro motivo para Reginald decidir adotar novamente o que pensava ser Jenny era que em Dallas notou o potencial na garota, sua forma de falar e inteligência era surpreendente, em seus planos ela poderia ser-lhe útil. Jenny de fato parecia uma das únicas que poderia salvar na Umbrella Academy na qual conheceu, ela e, é claro, Ben.
Quando chegou a mansão da Sparrow, como apelidou seu novo grupo, deixou a bebê aos cuidados de uma das babás enquanto se direcionava a seu escritório pensativo quanto aos poderes da nova hóspede da mansão.
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Notas da Autora
Decidi escrever esse primeiro cap apenas para deixar com vocês um gostinho do que esta por vir. Podem fazer teorias, deixo aqui a dica que nunca, NUNCA, algo é por acaso nessa fic. Fiquem espertos, quem decidir reler vai encontrar pistas na Pt.2 que os ajudaram a criar boas teorias conspiratórias sobre Lenny, ou melhor, nossa Jennifer.
Seria essa Jennifer a mesma Jennifer do incidente que causou a morte tão mistériosa de Ben? Outro questionamento que deixo no ar.
Até breve, pessoal!
Não me matem... KSKKSKSKSKS
*Saída dramatica*
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Pilar • The Umbrella Academy
DiversosJenny Delyon, é uma das 43 crianças que nasceram inexplicavelmente de mulheres aleatórias, sem ligação entre si, que no dia anterior não apresentavam nenhum sinal de gravidez, não sendo adotada pelo egocêntrico e rico Sir Reginald Hargreeves, Jenny...