Jenny Delyon, é uma das 43 crianças que nasceram inexplicavelmente de mulheres aleatórias, sem ligação entre si, que no dia anterior não apresentavam nenhum sinal de gravidez, não sendo adotada pelo egocêntrico e rico Sir Reginald Hargreeves, Jenny...
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O novo trabalho de Cinco digasse de passagem era tedioso, principalmente para mim que nada tinha para fazer além de flutuar pelo teto sem rumo. Vezes ou outra via Cinco tamborilar os dedos na própria mesa, um gesto secreto que decidimos para ele chegar se eu estava por perto e bem. Como naquele exato momento.
Seus dedos finos atingiram a mesa numa sequência de três batidas rápidas e uma devagar. Atenta o segui do ar para fora da sala.
- Receio que não seja o procedimento.- repreendeu a Gestora, surgindo atrás de Cinco.
Sinceramente, aquela mulher sim era silenciosa como um fantasma. Mesmo de saltos era quase impossível ouvir sua chegada.
- Cinco, conheça a Glória, Glória talvez seja a engrenagem mais vital em nossa máquina.- apresentou ela, gesticulando com pouco caso para uma mulher baixinha de cabelos grisalhos num penteado tosco - Glória, esse é o número Cinco.
O lugar onde Glória trabalhava era deveras intrigante. Um sistema curioso de maquinas.
- Olha só para você, coisinha mortal - o seu sorriso não alcançou nossos olhos - Estou muito feliz que decidimos rescindir o contrato sobre sua vida.
A naturalidade na qual Glória falou a última frase era de fato assustadora.
- Você já tem fama por aqui - contou a Gestora o óbvio - E parece que a está desenvolvendo aqui.
Após uma breve demonstração intelectual da parte de Cinco ele retomou seu trabalho por mais alguns minutos antes de ver a oportunidade para surrupiar uma pasta sobre o apocalipse escondendo-a debaixo da blusa.
A sequência de batidas se repetiu pela segunda vez num curto período de tempo e como um cachorrinho seguindo o mestre me pus atrás de Cinco atenta ao nosso ao redor.
Felizmente, Cinco teve consciência ao entrar cabide do banheiro e deixá-la aberta por alguns segundos para que passasse antes de fechá-la. O cubículo preto era pequeno, de forma que Cinco ficou sentado na privada enquanto eu ficava em pé escorada na porta, claro, ainda invisível.
Tirando a pasta vermelha de baixo de sua blusa, Cinco abriu-a rapidamente, folheando distraidamente em busca de alguma coisa útil. Desafortunadamente, sua busca foi interrompida por um barulho de saltos muitíssimo familiar.
- Merda! - resmungou baixinho, erguendo a blusa para guardar a pasta novamente.
Imediatamente o interrompi, puxando a pasta de sua mão a tornei tão invisível quanto eu. Tive que me segurar para não rir da expressão surpresa de Cinco.
- Que tal seu primeiro dia? - perguntou a Gestora, enquanto abria a porta da cabine do lado.
- Não podia estar melhor! - mesmo que a Gestora não pudesse ver abriu um sorriso falso.
