Jenny Delyon, é uma das 43 crianças que nasceram inexplicavelmente de mulheres aleatórias, sem ligação entre si, que no dia anterior não apresentavam nenhum sinal de gravidez, não sendo adotada pelo egocêntrico e rico Sir Reginald Hargreeves, Jenny...
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✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶
Com a ajuda de Herb, assisti atônica ao lado de Diego o vídeo que mostrava claramente o futuro que nos esperava, nele o motivo do apocalipse e como exatamente ocorreria.
- Vanya é a bomba. Ela sempre será a bomba.
- Começou com Vanya, termina com a Vanya. - conclui, temerosa.
Assentindo silenciosamente, Diego alternou o olhar preocupado entre mim e Herb.
- Precisamos voltar para Dallas.
- Precisamos de La Résistance. - disse Herb, determinado.
Fitando Diego, dei de ombros diante a seu silencioso questionamento sobre o que seria "La Résistance", esperamos Herb mostrar-nos.
- Só pode estar brincando! - exclamei junto a Diego, após entrarmos numa sala com um monte de funcionários da Comissão reunidos ao redor de uma mesa.
- Sei que não parece muito,mas somos muito inventivos.- se defendeu Herb, sorrindo de maneira nervosa para os colegas de trabalho.
- Não se meta com a gestão de processos! - disse bravamente uma mulher.
- Menos, Dot.- murmurou Herb.
...
Point of View Narrador
Cinco tinha um novo plano, plano esse que não era nada agradável quando se envolvia negociar com seu eu idoso do passado e no meio disso agonizar aos poucos por estar coexistindo num espaço muito próximo à sua outra versão.
- O que acha? - perguntou Cinco.
- Eu acho... que preciso fazer xixi.- respondeu o Cinco de aparência mais velha, se levantando do banco da mesa que estava e pegando suas maletas por via das dúvidas.
Luther que até aquele momento tinha deixado a conversa para os mais grandes, murmurou tentando ser positivo enquanto limpava o suor da testa do irmão:
- Bem, além do suor escorrendo, acho que foi muito bem, estou certo?
- Não, tem algo.. Tem algo errado nisso. - negou Cinco, se mexendo inquietamente, ele não queria demonstrar fraqueza para o irmão e dizer que seu corpo inteiro parecia estar dentro de um formigueiro.
- Como assim?
Suspirando, Cinco apontou para o banheiro.
- Não confio nele.
- Mas ele é você.
- Exato.
Concordando, mesmo que ainda confuso, Luther indicou que também iria ao banheiro e checaria como estava o outro Cinco. Sozinho na mesa, o Cinco original levantou a manga da blusa coçando agoniado o braço que já estava avermelhado como se tivesse sido picado por mil insetos.
Enquanto Cinco ficou esperando na mesa levantou a mangá de sua blusa e começou a coçar deixando o lugar avermelhado.
- Não deveria fazer isso, vai piorar.- uma voz envelhecida, mas muitíssimo familiar soou docemente ao seu lado.
Imediatamente, o garoto parou o que fazia, olhando assombrado para o lado.
- Jenny!- exclamou, surpreso. Mas logo se recompôs, coçando a garganta - Você realmente me seguida para o todo lado.
- Ossos do oficio. - Jenny disse, risonha - Como minha outra eu está? Visto que não te segue não deve ter se recuperado.
Abaixando o tom de voz, diante os olhares intrigados das pessoas nas mesas em volta do restaurante, Cinco respondeu:
- Sim, ela ainda não saiu do estado de coma - suspirou.
- Nem quero imaginar o que me levou a entrar nele.
- Impedirei isso, não deixarei acontecer de novo. - Afirmou Cinco, convicto - Mas para isso...
- Ah, sim, precisa convencer aquele velho rabugento - riu Jen - Sabe que ele deve estar
tentando convencer o idiota do Luther para ir pro lado dele, certo?
Sorrindo, tanto por achar graça, quanto pelo leve peso tirado em seus ombros por poder falar com Jenny novamente, mesmo que não fosse a original, Cinco quase se esqueceu de todos os efeitos que corriam em seu corpo apenas por aquela interação estar ocorrendo.
- Típico de mim. Já esperava isso.
Ficando em silêncio por alguns segundos, Cinco ouviu Jenny suspirar.
- Farei o possível para te ajudar.
- Sei que fará.
Ele podia senti-la examinando-o intensamente.
- Não sei o que aconteceu no futuro, mas apesar de tudo de ruim, acho que gosto de uma parte. - contou ela.
- Parte? Qual parte?
- Bom... a gente. - admitiu - Veja, posso falar normalmente com você e você não parece nada surpreso de tudo isso, o que significa que eu te contei toda a verdade, continuando bem com isso.
- É...é verdade. - concordou Cinco.
Uma batida soou na mesa, certamente vinda de Jenny.
- E isso também significa que consegui livrar-me da identidade de Dolores!
Levando a mão à testa, Cinco maneou a cabeça.
- Você realmente odiava isso, não é?
- Profundamente.
- Deveria ter me contado mais cedo.
- Havia riscos. Há.
Inspirando fundos, Cinco disse:
- Eu sei...- Brincando com o canudo de plástico, prosseguiu: - Você faz falta.
Jenny ficou em silêncio por alguns segundos, procurando por uma resposta adequada.
- Tenho certeza que... eu...também sinto sua falta - segurou sua mão - Eu vou ficar bem. Sempre fico. Dou meu jeito.
- O seu "dou meu jeito" me preocupa. Você sempre se doa muito por todos e não tem medo de se sacrificar mesmo que te custe muito...
- Porque são importantes para mim - defendeu-se ela.
- E você para mim. - tossiu, corrigindo - Para nós. Por favor, não faça coisas desse tipo.
