Jenny Delyon, é uma das 43 crianças que nasceram inexplicavelmente de mulheres aleatórias, sem ligação entre si, que no dia anterior não apresentavam nenhum sinal de gravidez, não sendo adotada pelo egocêntrico e rico Sir Reginald Hargreeves, Jenny...
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De volta ao Meio, apelido carinhoso que dei para aquele lugar no qual havia acordado, perambula pensativa pelos corredores, não seguindo nenhum destino pré-estabelecido. Repassava mentalmente todo o meu discurso a Reginald, pensando se tinha realmente sido uma boa ideia falar tanto.
- Eu deveria ter mantido minha boca fechada. - conclui, irritadiça.
Teria continuado a brigar comigo mesma entre resmungos se um corpo se chocando contra o meu não tivesse me tirado da minha linha de pensamentos.
Falar sozinha havia se tornado uma espécie de terapia a ajudava a pensar melhor e reorganizar sua mente.
- Desculpe! - disse uma voz masculina surpresa, segurando-me pelo cotovelo para me estabilizar no chão.
- Tudo bem... eu estava distraída. - tranquilizei, erguendo meu olhar.
Puxando meu cotovelo de volta, troquei um peso de um pé para o outro. Aquela era a primeira vez que conversava com alguém ali que não era Ben ou Jannet. Era estranho de certa forma.
- Eu sou o Blake - estendeu a mão - Você é Jenny Delyon, não é?
Franzindo o cenho, cruzei os braços.
- Sou... como sabe?
- Oh, isso pareceu estranho... - murmurou consigo mesmo - Perdão. Faz tempo que não converso com outra pessoa. Ahm... você é apenas famosa por aqui.
Aparentemente não era só entre a Comissão que era famosa. Na vida após a morte também, genial!
- Ah, então eu tenho fãs por aqui. - brinquei, sorrindo.
- Pode se dizer que sim. - concordou, rindo baixinho.
- E você seria um deles?
Coçando a nuca envergonhado. O rapaz que não devia ter mais de 20 anos acenou afirmativamente.
- A Admiro muitíssimo - revelou, sem jeito - Alias, eu sou o Blake.
- Você já disse isso. - ri ao vê-lo franzir as sobrancelhas escuras.
- Não tinha certeza se tinha me apresentado, por via das dúvidas decidi repetir.
Avaliando Blake, desde seu cabelo castanho escuro espetado para os lados até sua camiseta regata cinzenta e calça jeans preta com rasgos nos joelhos, decidi: Ele poderia me ajudar.
- Você é daqui a muito tempo?
- Quer perguntar se estou morto ou quase morto a muito tempo? - sorriu, brincalhão.
- Exatamente.
- Estou. A vida na Terra não é mais para mim - deu de ombros - Por que?
Olhando para os lados, me aproximei um pouco mais abaixando meu tom de voz.
