Jenny Delyon, é uma das 43 crianças que nasceram inexplicavelmente de mulheres aleatórias, sem ligação entre si, que no dia anterior não apresentavam nenhum sinal de gravidez, não sendo adotada pelo egocêntrico e rico Sir Reginald Hargreeves, Jenny...
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Depois de um longo dia cansativo, Jenny se preparava assim como os irmãos para o horário do almoço, aquela era uma das raras ocasiões que estavam todos na mesa e não ausentes por conta de alguma missão.
A menina observava em silêncio, ao lado de Vanya, os irmãos conversarem baixinho entre si enquanto aguardavam pelo chamado de Grace para a mesa. O badalar suave de um sino não demorou para soar, sinalizando que a refeição estava na mesa.
Marchando numa fila perfeita as crianças se espalham pela mesa, cada um assumindo seu devido lugar atrás de suas cadeiras. Jenny, como sempre, ficou ao lado de Vanya. Reginald, chegou logo em seguida assumindo a ponta, sua feição estava séria vagando por cada um dos filhos antes de decretar o início do almoço.
- Sentem-se.
E assim a refeição tradicional da Umbrella se iniciou, Jenny observava tudo com a mesma satisfação desde que a anos atrás havia chegado. Algumas coisas nunca mudavam, pensava. Allison e Luther continuavam a flertar descaradamente pensando que ninguém era capaz de notar que algo acontecia entre eles, Ben sempre absorto em seus livros era o mais alheio a tudo a sua volta, comia de forma quase automática com os olhos presos nas páginas amareladas, já Diego, em seu ritual, rabiscava com a ponta da faca o braço de sua cadeira, enquanto Klaus lutava para não derrubar uma migalha das ervas do baseado que fazia debaixo da mesa. Cinco, assim como Vanya e Jenny, nada de estranho fazia, comia em silêncio com uma calma felina e elegância cada grão de seu prato.
Mas tal silêncio não durou muito. Nunca durava, o silêncio e a Umbrella Academy eram forças opostas, como fogo e água, incapaz de habitar em harmonia num lugar, como disse Grace a Jenny certa vez.
De um segundo para outro, Cinco rodopiou a faca que antes cortava seu bife entre seus dedos e fincou na mesa. Todos se sobressaltam, primeiro encarando Diego que deu de ombros indicando Cinco.
- Número Cinco. - repreendeu Reginald, erguendo seu olhar.
- Eu tenho uma pergunta. - Cinco ignorou a advertência, lançando ao velho um sorriso cínico.
- O conhecimento é um propósito admirável, mas conhece as regras: sem conversa na hora das refeições, você está interrompendo Herr Carlson - relembrou o pai, voltando a mexer nos legumes de seu prato.
Enquanto isso, os irmãos observavam com curiosidade o pequeno debate que se iniciava entre Cinco e o pai. Daquela vez quase podiam sentir que seria diferente dos de costume, afinal, Cinco sempre estava desafiando a autoridade de Reginald.
- Eu quero viajar no tempo.- disparou Cinco.
- Não. - negou Reginald friamente.
Jenny, que também havia parado para prestar atenção, já podia ver uma veia saltar na cabeça do velho. O que não era um bom sinal, sabia.
