Jenny Delyon, é uma das 43 crianças que nasceram inexplicavelmente de mulheres aleatórias, sem ligação entre si, que no dia anterior não apresentavam nenhum sinal de gravidez, não sendo adotada pelo egocêntrico e rico Sir Reginald Hargreeves, Jenny...
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No ano de 1989, em primeiro de outubro, 43 crianças superpoderosas nasceram de mulheres que nem demonstravam sinais de gravidez. Dentre as 43 crianças estava um serzinho pálido e frágil com apenas um pequeno tufo de cabelo louro no meio da miúda cabeça, apenas dias mais tarde tal bebe receberia um nome de sua progenitora. Seu nome era Jenny Delyon.
Era tarde da noite numa minúscula cidadezinha que se localizava no interior dos Estados Unidos, os ventos frios do inverno bagunçavam as longas cortinas azul cobalto , o ar gelado dançava até chegar a duas figuras no centro do cômodo. No meio do quarto cinzento estavam Cinthia Delyon e sua filha Jenny, a segunda que ainda não passava de um bebe com um pouco mais de oito meses.
A mulher adulta com em torno de seus trinta anos ninava Jenny apenas com uma das mãos, na outra levava um cigarro de marca barata que havia comprado naquela manhã. Afastando os ralos cabelos loiro-escuro da face abatida Cinthia deu uma tragada antes de soltar a fumaça esbranquiçada.
- Durma logo... - murmurou baixinho, encarando a filha com pouco caso.
A pequenina estava a um fio de se entregar completamente ao sono, mas uma batida repentina na porta do apartamento a fez abrir novamente os grande olhos castanho-claro assustada, dali desatou a chorar fazendo Cinthia grunhir em derrota, amaldiçoando internamente quem ousava a incomodar tão tarde da noite.
Ainda levando Jenny consigo, a mulher continuou a balança-la em um dos braços, não largando de forma alguma o cigarro dentre os longos dedos magros. Quando chegou à sala caminhou até a porta com passos duros e olhos semicerrados de raiva e exaustão. Abriu-a de uma vez, não se importando de olhar pelo olho-de-vidro.
- Senhor Willian! - saudou surpresa, sua postura desleixada logo sendo deixada para trás, até mesmo jogou o cigarro disfarçadamente para trás da porta, passando a mão pelos fios desgrenhados que caiam em sua testa - A que devo sua visita?
O homem baixinho e roliço, com longos bigodes escuros bem cuidados e a careca mais brilhante que Cinthia admitia ter visto, estufou a pança, lambeu os lábios finos e ergueu uma das sobrancelhas grossas colocando em frente da mulher uma dezena de papéis brancos.
- Senhorita Delyon, perdoe a indelicadeza de aparecer tarde da noite, mas foi a única opção que tive visto que a senhorita nunca está em casa de manhã e muito menos a tarde - começou o homem sem rodeios - Você já deve imaginar por que estou aqui, certo?
A mulher deu uma rápida olhada para a bebe que curiosamente tinha parado de chorar, seus olhos agora estavam bem abertos, mais abertos do que nunca.
- Sua filha sempre teve esses cabelos ruivos e olhos azuis tão lindos? - questionou o Sr.Willian, se inclinando apenas um pouquinho para observar melhor a bebe envolvida em cobertores quentinhos.
