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1983



"Os miseráveis não têm outro remédio a não ser a esperança"



Nancy: preciso de ajuda.

A Wheeler estava parada na porta de Elizabeth. Não tinham se falado muito na escola, mas era perceptível o quanto Nancy estava afetada pelo desaparecimento de Bárbara.

Lizzie: okay?

A mais nova fez sinal pra fora, e a outra assentiu, pegando as chaves do carro no chaveiro, e saindo com ela em seguida.

Lizzie: pra onde estamos indo?

Nancy: loja de caixões. Jonathan tá lá.

A mais velha franziu o cenho, mas não questionou, apenas dirigindo. Chegaram na loja e Elizabeth reconheceu o carro de Jonathan estacionado alí perto.

Lizzie: é um momento delicado... Então não alimente esperança nele.

Olhou séria pra mais nova que apenas assentiu. As duas desceram e esperaram na porta até Jonathan as ver, pedindo licença pro vendedor e se aproximando delas.

Jonathan: oi.

Nancy: oi. Eh... A sua mãe disse que você ia tá aqui.

Lizzie: a gente pode conversar por um segundo?

Apontou pra fora da sala, desconfortável com o ambiente. O rapaz concordou e as acompanhou pra fora. Nancy e Jonathan se sentaram enquanto Lizzie se encostava na parede a frente. Nancy entregou a foto remendada pra ele, mostrando a figura no canto.

Jonathan: parece distorção de perspectiva... Mas eu não tava usando a grade angular. Eu não sei, é estranho.

Entregou de volta pra Nancy, e a garota o olhou.

Nancy: e tem certeza de que não viu mais ninguém por lá?

Jonathan: não. E ela tava lá em um segundo e no outro... Sumiu. Eu achei que tivesse fugido.

Lizzie: é o que os policiais acham.

Disse chamando a atenção do rapaz pra si de novo, Nancy concordando com a cabeça.

Nancy: mas eles não conhecem ela... Voltamos lá... Pra casa do Steve. E eu achei... Ter visto alguma coisa. Um... Homem estranho ou... Eu não sei o que era.

Ela olhou pro rapaz, percebendo seu olhar perdido.

Nancy: me desculpa... Não devíamos ter vindo aqui. Desculpa. Eu sinto muito.

Se levantou e ia saindo, Elizabeth ia se preparar pra seguir ela quando o Byers voltou a falar.

Jonathan: como ele era?

Nancy: o que?

Se virou pra ele e Elizabeth se desencostou da parede.

Jonathan: esse homem que você viu na floresta... Como ele era?

Nancy: eu não... Eu não sei. Era como se ele não tivesse-

Jonathan: não tivesse rosto?

Elizabeth olhou pros dois. Aquilo era estranho... Muito estranho.

Esperança. É o sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja; confiança em coisa boa; fé.

Elizabeth nunca soube ter esperança. Sempre esperava pelo pior. E o pior sempre aconteceu. Quando você já espera o pior, você não se decepciona quando ele chega.

Always you - J.B Onde histórias criam vida. Descubra agora