018

614 61 2
                                    






1984


"Quem vive com medo morre mil mortes, mas os valentes enfrentam-na uma única vez."




Era claro que, Rafe e Steve não esperavam que deixar Lizzie sozinha os causaria tanta preocupação, principalmente depois dos acontecimentos com o pai deles. Eles também não esperavam que ela não estivesse mais na casa dos Harrington ao voltarem da aula.

Mike: o que tá fazendo aqui?

Lizzie: o que você tá fazendo aqui?

Ela passou pelo mais novo, ignorando facilmente a barreira que ele tentou fazer com o próprio corpo.

Mike: perguntei primeiro.

Lizzie: é a casa do meu namorado.

Ao analisar melhor o ambiente, sua expressão se tornou um pouco confusa. Os papéis espalhados com aqueles rabiscos, era confuso, porém familiar.

Lizzie: o que tá acontecendo?

Joyce: Lizzie? Querida o que tá fazendo aqui?

Ela se aproximou com Will, e a atenção da adolescente caiu pro mais novo. Tinha algo errado.

Lizzie: o que aconteceu?

Will: o Hopper... Acho que ele vai morrer.

A frase sem contexto já era ruim, com contexto ficava ainda pior. Depois de ouvir sobre tudo, Elizabeth tinha plena certeza que seu lapso de memória era o último de seus problemas. Ver Will daquela maneira acabava com ela, e mesmo que não fosse a mesma situação, a lembrava de sua mãe e a avó. E como as duas se tornaram durante o período da tristeza, antes da morte.

Encostada perto da escrivaninha, Elizabeth observava Will usar os giz de cera pra fazer linhas paralelas na folha de papel. O azul e o preto predominando.

Joyce: foi aqui que você viu ele? Aqui que você viu o Hopper?

Will: acho que sim.

A mulher pegou a folha na mão, tentando compreender o desenho, antes de se virar pra olhar os que estavam espalhados pela casa. Um quebra cabeça praticamente. Mike a ajudou a encontrar o lugar, e ela colocou o desenho que se encaixava com os outros.

Joyce: tá. Então o Hopper está aqui.

Mike: agora só falta descobrir onde é aqui.

Enquanto isso, Elizabeth olhava pro cunhado na escrivaninha. O olhar vago dele a trazia sensações esquisitas. Como um arrepio subindo por sua espinha. A adolescente se desequilibrou e quase caiu quando o mais novo se virou de uma vez pra ela. Os olhos indo de encontro aos seus. Ela não gostava. Detestava. Muito.

Sua atenção foi roubada quando ouviu um carro. Uma pequena esperança de ser Jonathan a fez sair do quarto rapidamente, mas só encontrou Bob na sala. Olhando confusa pra Joyce que deu de ombros. Achava que ele podia ajudar, precisava arriscar ou Hopper poderia não sobreviver.

Bob: você desenhou isso sozinho?

Will apenas concordou com a cabeça.

Bob: por que exatamente?

Joyce: eu já falei as regras, sem perguntas. Tá bom, só precisamos que você nos ajude a descobrir onde.

O lembrou da condição que impôs, Lizzie a olhando como se ela fosse doida. Meter ele naquilo e ainda não responder as perguntas dele? Sério?

Joyce foi até o outro cômodo e chamou pelo homem, mostrando o último desenho de Will.

Joyce: onde é isso?

Always you - J.B Onde histórias criam vida. Descubra agora