1983
"Os homens de poucas palavras são os melhores"
O clima estava ruim. Não o clima em si, já que o sol estava brilhando no céu. Mas o clima da cidade.
Era o funeral de Will Byers. Várias pessoas estavam no cemitério. O cerimonialista falava, enquanto eles permaneciam em silêncio. Respeitando o momento, e sentindo a dor de saber que uma criança tinha morrido de forma tão horrível.
Apesar de muitas das pessoas alí não ligarem realmente pros Byers, e estarem alí mais pra manter a aparência. Ainda sentiam a sensação agonizante em seus peitos. Poderia ser qualquer uma de suas crianças no lugar do Byers mais novo.
Elizabeth estava ao lado de Nancy, e sua família. Mantinha uma expressão impassível, apesar de sentir o peito pesado, tentava não demonstrar de mais. Já era estranho pros outros que ela estivesse alí, sendo que nunca foi próxima dos Byers. Estar demonstrando uma tristeza absurda seria muita hipocrisia.
Jonathan não estava tão diferente. Abalado, obviamente. Mas se mantendo firme. Mantinha o foco na esperança. Na chance de encontrarem Will e Bárbara bem e seguros. De concertarem aquilo, e provar que aquele que era enterrado não era seu irmão, e que sua mãe não estava louca.
Assim que a cerimônia se encerrou, os três adolescentes se afastaram. Se sentando no gramado ao longe, perto de uma lápide qualquer.
Jonathan tinha um mapa na mão, três x's marcados em vermelho. A floresta onde a bicicleta foi encontrada, a casa do Steve, e a casa dos Byers. Todos perto um do outro.
Jonathan: o que quer que essa coisa seja... Não tá se movendo muito.
O adolescente olhou pras duas morenas ao seu lado. Elizabeth estando entre os dois. Por algum motivo, ela simplesmente acabou alí. Nancy se sentou ao seu lado, e Jonathan automaticamente foi pro outro.
Lizzie: você quer ir até lá?
Jonathan: podemos não encontrar nada.
Nancy: eu encontrei uma coisa. E se... Vermos a coisa? O que fazemos?
Olhou pros dois, e Elizabeth se virou pro rapaz ao seu lado, o vendo soltar um suspiro.
Jonathan: nós matamos.
E foi assim que Jonathan roubou uma arma do carro de seu pai, Nancy pegou um taco de baseball, e Elizabeth pegou uma das armas do cofre de seu pai. Os três se encontraram na floresta antes do anoitecer. Elizabeth chegou um pouco depois de Jonathan, o vendo mirar com a arma em latinhas apoiadas em tocos de madeira.
Lizzie: trocando a câmera pela arma? Ela vai se sentir traída.
O rapaz se virou pra mais velha, essa que tinha um sorriso descontraído nos lábios, disfarçando completamente o que sentia naquele momento. Medo. Uma sensação desagradável desencadeada pela percepção de perigo, real ou imaginário.
Elizabeth era familiarizada com o medo. O medo da perda, o medo do anoitecer, o medo da chegada... Mas naquele momento ela sentia um medo diferente. O medo de encontrar aquela coisa, de acabarem se machucando ou até morrendo.
Jonathan: que câmera? Steve fez questão de quebra-la.
A menção do acontecido fez a garota se sentir mal, mas o tom do rapaz não era de pesar ou raiva, ele estava... Sorrindo.
Lizzie: isso a gente pode resolver depois. Por agora... Acho que precisamos treinar sua mira.
Se aproximou mais do rapaz, deixando o casaco no chão e apontando com a arma pras latas.
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Always you - J.B
FanfictionSempre você. Todos sabiam que a rainha da Hawkins high School não era como os amigos que a cercavam. Lizzie não tinha nada em comum com Carol, Tommy e todas as outras pessoas que insistiam em fingir serem seus amigos por popularidade. A única pessoa...