020| O karma é uma droga Hope Mikaelson

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「New Orleans」𝗛𝗢𝗣𝗘 𝗔𝗡𝗗𝗥𝗘𝗔 𝗠𝗜𝗞𝗔𝗘𝗟𝗦𝗢𝗡

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「New Orleans」
𝗛𝗢𝗣𝗘 𝗔𝗡𝗗𝗥𝗘𝗔 𝗠𝗜𝗞𝗔𝗘𝗟𝗦𝗢𝗡

Acordei sobressaltada ao som da voz do meu pai.

— Hope?

Ele estava parado ao lado da minha cama, me observando com uma expressão de urgência.

— O que aconteceu? — perguntei, ainda confusa.

— Choe desapareceu.

Antes que eu pudesse reagir, ouvimos um grito vindo do andar de baixo.

— KLAUS! — era Elijah.

Meu pai e eu descemos correndo as escadas, nossos corações batendo forte. Assim que chegamos, vimos Marcel entrar apressado, com uma expressão grave.

— Cinco pessoas mortas. — ele anunciou, direto ao ponto.

— O quê? — Rebekah perguntou, levando a mão à boca, chocada.

— Cinco pessoas mortas, e tudo indica que foi um vampiro recém-transformado. — continuou Marcel. — Ou melhor, uma vampira recém-transformada.

— Choe. — meu pai e eu falamos ao mesmo tempo.

Elijah fechou os olhos, como se já soubesse o que viria a seguir. — Se ela matou cinco pessoas...

— Não. — meu pai o interrompeu, balançando a cabeça com firmeza. — Não. Eu a criei melhor do que isso. Ensinei a Choe que isso é a maior fraqueza de qualquer vampiro. Ensinei que essa é a pior decisão que qualquer um de nós pode tomar.

— Do que vocês estão falando? — perguntei, sentindo uma angústia crescer em meu peito.

Kol, que estava encostado na lareira, respondeu sem rodeios. — Sua irmã desligou a humanidade, Hope.

— O quê?

— É a única explicação para ela ter matado tantas pessoas em tão pouco tempo. — disse Rebekah, cruzando os braços.

— E o número só aumenta. — Marcel completou.

Meu coração parecia uma pedra dentro do peito. Choe sem humanidade? Minha irmã gêmea, minha outra metade, transformada em algo tão sombrio?

— Temos que encontrá-la. Agora. — falei, dando um passo à frente, mas Elijah me deteve com a mão no meu ombro.

— Não, Hope. Apenas nós, vampiros, vamos atrás dela.

— Por quê?

— Porque Choe é uma Mikaelson sem humanidade. Ela mataria qualquer um sem pensar duas vezes. E você, Hope, é uma híbrida. Se morrer, você morre de verdade.

As palavras de Elijah eram frias, mas verdadeiras. Mesmo assim, eu não podia aceitar ficar de fora.

— Vocês vão precisar de uma bruxa. — argumentei, olhando diretamente para meu pai. — E eu sou a única aqui que pode enfrentar a magia dela. Além disso, sou irmã gêmea dela. Talvez eu consiga trazê-la de volta.

— De um jeito ou de outro, a híbrida tem razão. — disse Marcel, após um longo silêncio.

Meu pai respirou fundo, como se odiasse concordar, mas não tinha escolha. — Vamos.

[...]

As buscas por Choe começaram imediatamente.

Ela conhecia New Orleans como a palma da mão, e parecia saber exatamente onde se esconder. Cada rastro que deixava era intencional, como se quisesse brincar conosco. Mas as mortes continuavam a se acumular, deixando um rastro de sangue pelas ruas da cidade.

Por fim, encontramos algo em um lugar que nenhum de nós esperava: o bar que pertencia aos nossos pais.

Entramos às pressas e a vimos no centro do lugar, segurando um humano pelo pescoço. Assim que meu pai a viu, ele gritou:

— CHOE!

Ela virou-se lentamente, deixando o corpo do humano cair ao chão. Seus olhos estavam escuros, selvagens, e um sorriso debochado brincava em seus lábios.

— Klaus Mikaelson. — ela disse, limpando a boca com o dorso da mão, enquanto nos encarava.

— O que você está fazendo? — perguntou Rebekah, horrorizada.

— Não está claro? — respondeu ela, sarcástica. — Estou me alimentando.

— Isso nós percebemos, Choe. — disse Marcel, cruzando os braços.

— Então, qual é a dúvida? Ou será que a tia Rebekah está com problemas na visão? — zombou, soltando uma risada cruel.

Eu dei um passo à frente, tentando apelar para o que restava dela. — Choe, você não é assim.

Ela virou-se para mim, os olhos cheios de ódio. — Não sou assim? VOCÊ me fez ser assim, Hope.

Suas palavras foram como um golpe no peito.

— Você, com todas as suas acusações, todas as suas mentiras, todas aquelas histórias. Você sempre foi tão boa em apontar o dedo, mas a verdade é que tudo o que você dizia sobre mim era um reflexo de quem você é.

— Choe... Eu—

— Cale a boca! — ela gritou, aproximando-se mais. Seus olhos brilhavam com a intensidade de sua magia. — A verdade é que você é uma criança mimada e egoísta que nunca conseguiu ver o quanto a mamãe te amava. Ela se sacrificou por nós, e você nunca soube dar valor. A culpa da morte dela não é minha. É sua.

Eu recuei, as lágrimas já escorrendo pelo meu rosto.

— E todos vocês são ainda piores por terem deixado ela me tratar assim por anos. — continuou ela, olhando para os outros. — Vocês a deixaram me destruir, e agora querem me dizer como devo viver minha vida? Não. Acabou.

Ela se aproximou de mim, sussurrando ao meu ouvido: — A culpa é toda sua.

E então ela sumiu.

[...]

Depois que Choe partiu, o silêncio tomou conta do bar. Ninguém disse nada. Todos sabiam que ela estava certa, mesmo que não quisessem admitir.

Eu mal consegui encarar meu pai. Ele parecia destruído, como se o peso do mundo estivesse sobre seus ombros. Quando voltamos para casa, fui direto para o meu quarto e me tranquei.

Deitei na cama, encarando o teto, as palavras de Choe ecoando na minha mente. Como eu deixei a nossa relação, que antes era tão próxima, chegar a esse ponto?

Minha irmã gêmea agora era minha maior inimiga.

E, pela primeira vez, eu não sabia como trazê-la de volta.

THE NOT PERFECT SISTERS, legaciesOnde histórias criam vida. Descubra agora