Jungkook passou muitos anos debaixo das asas de seus pais. Uma família rica e com poder como a dele, era sinônimo de que ele nunca iria ter controle sobre a sua própria vida. Com os pés dentro da faculdade, Jungkook passou a viver com as suas regras...
O capítulo será narrado pelo Taehyung, finalmente vocês irão conhecer um pouco mais da personalidade dele. O cap vai seguir em frente na história, não vou por as cenas que já passou na visão dele, ok?
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❝Quando você é incapaz de enfrentar seus medos, acaba interferindo onde não deve ❞
— Meia-noite no Hotel Pera Palace
TAEHYUNG
As vozes das crianças do lado de fora chegaram perfeitamente em meus ouvidos. Eu já estava acostumado. Os meus vizinhos acabavam servindo como o meu despertador matinal.
Nunca conheci pirralhos tão animados para a escola como eles.
Não tinha nenhuma lembrança minha dessa forma quando eu era criança, mas de uma coisa eu lembrava: eu sempre odiei a escola, e tudo que a envolvesse. Ao me tornar adulto não mudei muito, ainda odiava muitas coisas, mas a diferença é que aprendi a guardá-las para mim. Diferente da minha adolescência, onde eu era movido pela emoção.
Perdi mais do que ganhei durante a minha vida. E, para ser sincero, eu estava cansado de perder tanto. Talvez fosse por isso que há mais ou menos quatro ou três anos, seguia a minha regra de que, quanto menos coisas eu tiver, menores são as chances de perdê-las. Apliquei essa regra às pessoas também.
Até então estava dando certo, e eu esperava que continuasse assim.
Levantei do sofá, fazendo uma careta de dor, eu fedia a whisky e nicotina. Não conseguia nem lembrar em que momento peguei no sono em cima do sofá. Batidas me despertaram ainda mais, então, eu apenas cambaleei até a porta, abrindo-a.
— Tio Tae, tio Tae! — os pirralhos gritaram animados quando me olharam, abraçaram a minha cintura não dando a mínima para o meu odor ou a minha cara de bunda.
Firmei meus pés no chão para que eu não caísse com eles.
— Deixem ele respirar um pouco — Ryujin puxou um de cada vez , os mantendo ao seu lado novamente. Sorri soprado ao encarar a cena.
Sabia que ela ainda estava chateada comigo pela noite anterior, mas sabia também que era fácil tirar toda a sua marra. Mesmo que esse fosse um dos seus maiores charmes.
Ryujin parecia durona e rabugenta, mas no fundo, era apenas uma garota doce que buscava formas de se manter intacta para não desabar. A mãe dela e os irmãos gêmeos eram meus vizinhos. Ryujin morava sozinha em um apê no centro, mesmo longe ela sempre os ajudou como pôde. Seu pai os deixou a alguns anos atrás. Ryujin me disse que foi uma benção. Ele era um homem agressivo. Apesar das dificuldades que sua família passou, o amor entre eles nunca faltou. Era como uma força vital que os mantinha vivos.
