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~ Narrador
- Eu não vou forçar você a nada como é óbvio, mas.... Pode me dar uma oportunidade de mostrar que sou completamente diferente daquele cara?....
- Bokuto-san.... Eu realmente não sei... você... eu... isso não daria certo. Nós dois temos os nossos problemas e eu não quero passar os meus problemas para você, quer dizer... eu consigo transar violentamente se a gente não tiver nenhuma ligação, mas se estivermos numa relação séria... um mínimo toque seu pode me fazer recuar... eu posso ter flashbacks e ficar com medo de você e você vai me odiar...
- Não vou odiar você. - disse com um sorriso confortante. - O máximo que pode acontecer é você me odiar mas eu sinceramente não me importo com isso. Me deixe te ajudar...
- Você promete que.... não vai ser como ele? Promete mesmo?
- Prometo. - O platinado se ajoelhou e beijou a mão do omega que arregalou os olhos em surpresa.
Um Alfa se ajoelhando para um omega era uma situação inédita e Keiji tinha a certeza que o orgulho alfa de Bokuto sofreu uma boa quebrada o que fez o omega sorrir contido.
Talvez ele possa dar uma oportunidade para aquele Alfa.
- Eu posso tentar....
- Então aceita namorar comigo? - perguntou esperançoso.
- Sim.... Eu aceito.
Bokuto se levantou e com calma segurou o rosto do omega perguntando de forma muda se podia beija-lo e recebendo a confirmação segundos depois.
Se beijaram calmamente por alguns minutos e agora estavam apenas na cama aproveitando a companhia um do outro.
- Eu já falei um pouco de mim. Me fale um pouco de você também.
- Meu nome é Bokuto Kotarou, tenho 27 anos—
- Coisas que eu não saiba se for possível.
- Eu fui traído pela minha ex namorada, mas você já sabe disso, só não sabe que eu tenho problemas com a minha personalidade e por isso ela me traiu. Digamos que com ela eu era muito bobo, idiota, que "nunca" entendia piadas de duplo sentido, inocente, enfim, coisas que nenhum omega gosta num alfa. Eu inventei esse "eu" no ensino médio porque a garota que eu gostava disse que preferia alfas assim e eu fui na dela. Só não fui assim com você porque você já conhecia minha verdadeira personalidade e nossa relação era pura e simplesmente carnal.
- Entendo... mas mesmo assim você continua sendo um idiota as vezes. - Riu.
- Eu sei. - sorriu. - Mas bom... você deve ter percebido que eu não sou pobre, né? - o omega assentiu. - Eu nunca trabalharei na vida. Meus pais e minha irmã morreram num acidente de avião e eu fiquei com a herança deles os três já que era o mais novo e meus avós já tinham morrido há muito tempo. Meu pai era empresário, minha mãe advogada e minha irmã médica.
- Eu sinto muito.... Eu não fazia ideia.... Sendo sincero, por um momento até pensei que fosse um mafioso ou algo do tipo...
- Da para entender. - sorriu e tentou fazer um carinho na cabeça alheia mas omega recuou. - Desculpe...
- Não! Desculpa eu.... - Se escondeu embaixo da coberta pela vergonha. - Eu posso pedir uma coisa para você?...
- Quantas quiser. - Assentiu.
- Eu... posso morar com você a partir de agora? Sei que é muito repentino, mas... eu acho que assim eu consigo me habituar melhor com a nossa relação...
- Pode, claro que pode. O Tetsuro praticamente mora lá mas ele não vai incomodar você, eu prometo. Mas agora... eu posso fazer uma pergunta? - o moreno arqueou uma sobrancelha confuso mas concordou. - Qual é o nome desse alfa seu ex?
- Porquê?.... Será que você é mesmo um mafioso e vai matar ele?
- Eu não sou um mafioso, mas posso matar ele se você pedir. Afinal, como é que esse filho da puta não tá preso depois do que ele fez com você?
- Ele falou para o juiz que estava apenas "educando o omega" e como era a palavra de um omega contra a de um alfa ele saiu em liberdade. Disseram que eu estava apenas sendo muito dramático....
- Esses merdas... - Rosnou. - E então, qual é o nome dele?
- Sakusa Kiyoomi. - Murmurou. Dizer aquele nome ainda o causava arrepios. - Você não precisa matar ele.... Com a quantidade de drogas que ele usa deve morrer um dia desses.
- Entend—- Foi interrompido pelo som estrondoso da porta e adivinhem quem era? O pai de Akaashi Keiji, o senhor Akaashi Akira o que deixou o omega intrigado pois eram 11 da noite e o turno do seu pai só acabava às 6 da manhã.
- Keiji! O que está fazendo aí com ele? E porquê que eu ouvi o nome daquele filho da puta?! Não vai me dizer que eles os dois tem alguma relação, pois não?
- Não! - Se levantou e tentou acalmar o seu pai. - Eu e o Bokuto-san decidimos acabar com a casualidade.... Estamos namorando.... Você ouviu o nome daquele cara porque eu estava falando dele para o Bokuto-san.
A essa altura Akira tinha os olhos arregalados e Bokuto já estava fora da cama a algum tempo pois ficar lá podia ser considerado desrespeitoso. Embora tenha se arrependido de ter feito isso quando viu o alfa mais velho andar em passos rápidos na sua direção.
- Eu juro que se você fizer alguma merda te quebro em 250 pedacinhos! Ta me ouvindo?!
- Sim, senhor.
- "Sim, senhor" o caralho! Se eu algum dia receber uma reclamação que seja do meu filho eu mato você. - Disse com fumaça saindo da sua cabeça e saiu batendo o pé.
- Eu já volto, Bokuto-san. Como já está tarde, pode dormir aqui.
- É melhor eu ir para casa... - disse inseguro. Não estava afim de lidar com o pai do omega a noite toda mas Akaashi tinha dois trunfos.
Ele era um omega e Kotarou estava apaixonado por ele.
- Vai me deixar aqui sozinho... depois de eu ter contado um assunto tão sensível?... Eu pensei que.... Você ia ficar comigo só essa noite...
- Certo, tudo bem! Eu vou só para casa trocar de roupa e volto pode ser? Eu você quer ir dormir lá comigo?
É verdade que Alfas podem controlar omegas se usarem a vez de comando, mas, mesmo omegas submissos como Keiji conseguiam controlar seus alfas se usarem as expressões e as palavras certas.
- Eu vou com você. Pode esperar até eu acabar de tomar banho?
- Posso, claro.
Akaashi sorriu e caminhou até o banheiro rapidamente. Ele ainda precisava falar com o seu pai mas isso pode ficar para depois.
Bokuto se confortou na cama e pegou o celular vendo coisas aleatórias na internet até sentir aquela presença que é das poucas que o fazia se sentir atormentado.
- Onde está o meu filho? - perguntou olhando para o outro alfa com claro desprezo.
- Ele está no banheiro, senhor.
- Então o que você ainda está fazendo aqui?
- Ah... estou esperando por ele... ele vem para minha casa hoje.
- É? Antes pode vir comigo? Nem que eu tenha 98 anos vou deixar meu filho ir para casa de um estranho. Vamos nos conhecer melhor, Bokuto-kun. - sorriu cinicamente o que só fez o outro mais novo estremecer ainda mais.
