Dezesseis

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A embarcação era um super iate. Um pedaço do céu na água.

— Cacete — foi a primeira coisa que Rafaella disse quando subiu a bordo, admirando o deque de madeira polida. Já tinha visto esse nível de opulência, mas experimentar isso em um barco ainda era como receber um presente.

Marcella veio correndo do deque debaixo, e segurou o braço de Mariana.

— Você tem que ver os quartos — ela disse, sem deixar escolha. — É surreal. O tecido é um luxo! Há muitas almofadas! E tem espelhos em todos os cantos.

Rafaella seguiu as primas de Martin, Arielle e Martha, e parou no deque do meio. O sol já estava quente, e agora conseguia ver a verdadeira extensão do luxo. Além da mesa redonda do lado de fora que acomodava dez pessoas, havia uma sala e um bar que podiam ser acessados através de portas duplas de vidro. Estavam escancaradas, e um barman loiro trabalhava lá.

— É bom eles terem ao menos uma piscina aqui. — Arielle se virou para Martha. — É melhor não repetirmos o desastre que foi a viagem da Cassandra.

Martha estremeceu. Ela apontou para as portas duplas.

— Pelo menos, o barman é gato. O iate da Cassandra não tinha piscina e só havia mulheres trabalhando. Foi a despedida de solteira mais caída de todas.

Rafaella já estava sentindo pena de Cassandra.

Subindo mais um lance de escadas, encontraram o último deque. Mônica estava lá, boquiaberta. Ela gesticulou para que Rafaella e Manu se aproximassem.

— Venham ver isso! — Seu sotaque escocês estava ainda mais acentuado desde que subiu ao navio. — Tem uma piscina! Dentro do barco!

Rafaella e Manu seguiram obedientemente. A água azul brilhava no meio do deque superior, rodeado por sofás e cadeiras.

Talvez Arielle e Martha não fossem deixar uma resenha tão ruim sobre o final de semana.

O sol ainda ardia enquanto Rafaella se deitava em uma das cadeiras de praia. Era um barco e tanto para dez garotas ocuparem, mas elas tentariam o melhor.

Ao lado de Rafaella, Mônica estava expondo sua pele clara escocesa. Ela se sentou ao lado da filha, que herdou o mesmo tom. Se Bianca envelhecesse como Mônica, Martin estaria feito. Mônica estava vestindo um biquíni preto e mostrava pernas torneadas e músculos que chamaram a atenção de todo o grupo.

— Me conte, Mônica. Qual é o segredo para estar tão linda e jovem aos sessenta anos? — Rafaella ergueu o celular. — Me conte agora e vou fazer uma live no Instagram para que o mundo aprenda.

Mônica inclinou a cabeça para trás e gargalhou.

— Salsicha lorne no café da manhã e molho pardo. — Ela sorriu. — Sabe o que é isso, querida?

Rafaella negou. Não tinha a menor ideia do que Mônica estava falando. A mulher deu um tapinha na coxa de Bianca.

— Você precisa levá-la para comer salsicha lorne. No geral, comemos no café da manhã, então talvez você tenha que acordar bem cedo. Ou então dormir lá em casa. Vocês duas têm que recuperar o tempo perdido, então não seria problema, não é? — Ela piscou para as duas.

Rafaella olhou para Bianca, que estava encarando a mãe com o olhar universal de “mãe, por favor, pare de me envergonhar”.

Ela sorriu.

Também ficou ocupada pensando como seria passar a noite na casa de Bianca, mas em vez do café, estava imaginando transar a noite toda e acordar nua e saciada, a pele das duas roçando de um jeito novo e delicioso.

MADRINHA DE ALUGUELOnde histórias criam vida. Descubra agora