Vinte e cinco

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Neil insistiu para que Bianca fosse para casa mais cedo, então ela chegou antes da hora em casa. Na cabeça dele, provavelmente a estava preparando para o futuro, onde longos dias e noites viriam, e estava aproveitando para lhe dar uma folga de algumas horas. Seja lá qual fosse o motivo, Bianca estava grata, mas não poderia ter sido mais absurdo entrar em seu prédio carregando um bolo enorme escrito parabéns. Bem, já tinham comido metade no escritório. Agora, havia apenas as letras “Para”.

Naquele momento, nada parecia valer uma comemoração. Colocou o bolo no balcão da cozinha, foi até o sofá e se afundou nele.
Não era bem a contagem regressiva para o grande dia que havia lido nas revistas. Mas tinha quase certeza de que nenhuma das noivas dessas revistas transou com a madrinha. Ela se inclinou para frente e pegou a Noiva Perfeita da pilha da mesa de centro. Ela a comprou logo depois que Martin fez o pedido, determinada a ter um casamento perfeito. Mas logo perdeu o interesse, e Martin tomou conta dos preparativos. Ele era o noivo perfeito. Merecia a noiva perfeita. Bianca ainda podia ser essa pessoa?

O celular tocou com uma mensagem. Rafaella. O tremor familiar atingiu seu corpo. Estava quase acostumada agora.

Precisamos conversar. Estou na sua rua. Qual o número da sua casa?

O coração de Bianca deu um sobressalto e foi direto para a garganta quando se levantou do sofá. Caminhou até a enorme janela da sala e olhou para fora. Rafaella estava do outro lado da rua, olhando em volta e para o celular, trocando o peso de um pé para o outro. Bianca não conseguiria evitá-la ali fora. Então a madrinha olhou para cima, e seus olhares se encontraram. O coração de Bianca explodiu de alegria. Que traidor.

Não era essa a pessoa com quem ela estava se casando. Precisava se conter, aceitar a promoção no trabalho e se tornar a sra. Montgomery. Tudo estava organizado. Devia isso a si mesma. Além disso, se casar com Martin não era um plano ruim. Para todas as outras pessoas no mundo inteiro, era o melhor plano do mundo. Ela precisava colocar tudo em perspectiva. Mas Rafaella estava certa. Conversar a ajudaria a colocar a cabeça no lugar.

Bianca apontou para a porta da frente e respirou fundo. Ajeitou algumas almofadas no sofá, apesar de ter quase certeza de que Rafaella não estaria preocupada com isso. Então correu para o espelho e ajeitou o cabelo. Ainda estava vestida com a roupa do trabalho. Um vestido vermelho era uma boa armadura? Duvidava. Os olhos ainda estavam inchados, mas retocou a maquiagem no trabalho. Fez o melhor que pôde.

Quando abriu a porta, qualquer sentido racional a deixou. Como ela achava que podia pensar em qualquer coisa quando Rafaella estava de perder o fôlego? O cabelo era como o verão pintado na cabeça. Os lábios, perfeitos para serem beijados. Bianca se lembrava de ter feito exatamente isso. Queria se aproximar e fazer de novo. Era tudo o que queria fazer. Mas em vez disso, se afastou. Rafaella apertou os lábios.

- Entre — Bianca disse.

Receber Rafaella em seu apartamento era estranho. Ela não parecia se encaixar. Era o lar de Bianca. Não tinha a ver com ela, Martin ou qualquer outra pessoa. O apartamento era o seu santuário, mas Rafaella não a deixava calma. Não quando o jeans abraçava sua bunda daquele jeito.

- Sente-se, por favor. — Rafaella se sentou na beirada do sofá. - Como me encontrou?

- Você me disse que morava na rua Charity, então só olhei no mapa. — Bianca engoliu em seco.

- Você lembrou.

Rafaella encontrou o seu olhar.

- Faz pouco tempo. Eu me lembro de tudo.

Bianca estremeceu sob o olhar dela. Também se lembrava.

- Quer chá? — Não tinha ideia do que estava falando. Estava no piloto automático. Rafaella balançou a cabeça.

MADRINHA DE ALUGUELOnde histórias criam vida. Descubra agora