Dezessete

808 94 14
                                        

Rafaella liderou o grupo para fora do bar de coquetéis. O volume da festa aumentou em proporção direta com o consumo do álcool. Agora estavam fazendo tanto barulho quanto o motor de um jatinho. Mariana e Erin eram as líderes, e Mônica estava fazendo um esforço considerável e corajoso para acompanhá-las.

O passeio de iate foi um sucesso. Bianca não se afogou, e Rafaella resistiu ao impulso de empurrá-la contra a parede da caverna e beijá-la até que se esquecessem de que havia um mundo lá fora. Provavelmente foi melhor. Desde então, levou o grupo de volta para casa, trocou de roupa, saiu para o jantar e então para um bar de coquetéis com as paredes e o menu dourados, o que Mônica declarou que era digno de uma princesa. Depois disso, o grupo todo renomeou a noiva como Princesa Bianca.

- Qual é o próximo passo da Princesa Bianca? - Mariana perguntou.

Rafaella checou o celular. A próxima parada era o Club Orange, o único lugar que ela não sabia se Bianca ia gostar. Enviou uma mensagem ao motorista para avisar que estavam prontas, e ficaram esperando a alguns metros da entrada.

A minivan apareceu alguns minutos depois, e Rafaella abriu a porta, avisando para onde iriam em um francês fluido. Sempre gostou daquele idioma, e estava animada para praticar mais. Nunca falhava em impressionar mulheres, o que também era um ótimo efeito colateral. Hoje, não foi exceção.

- Você não faz muito meu tipo, Rafaella, mas eu poderia te ouvir conversar com o motorista a noite toda, mesmo que você só esteja falando qual o melhor caminho para chegarmos ou para fazermos uma parada para o banheiro.

Rafaella sorriu para Frankie quando se sentou.

- Posso perguntar onde é o McDonald's mais próximo também.

- Não consigo comer mais nada. Talvez um francês estonteante chamado Jaques - Mônica disse, gargalhando da própria piada.

Bianca deu um tapinha nela.

- Mãe! O que eu falei? Pare de me envergonhar. E também baixe a bola com o desejo de devorar franceses. Se não tomar cuidado, você vai acabar gravando isso e vai mandar para o meu pai.

Mônica soltou um gritinho.

- Marcos ficaria bem. Vocês jovens são tão antiquados. Beijei quatro homens na minha despedida de solteira, e ninguém morreu por isso. É um rito de passagem. - Ela pressionou o indicador no ombro de Bianca. - Você não beijou ninguém. - Mônica ergueu uma sobrancelha quando Rafaella finalmente fechou a porta da van. - O que acha, Rafaella?

Ela se virou e olhou diretamente para Mônica.

- O quê?

- Bianca precisa pegar alguns homens essa noite. Isso faz parte dos planos?

Rafaella sorriu, olhando de soslaio para Mariana e depois para Bianca.

- Bem, não está na planilha, mas a vida não é só feita de planejamento, não é?

Gritos de comemoração ecoaram na van. Mônica cutucou a filha com o cotovelo.

- Vamos encontrar um ruivo, um loiro e um moreno no Club Orrannge? - perguntou, usando um sotaque francês na última palavra.

Rafaella sorriu. Mais gritinhos soaram enquanto Bianca sorria arrependida.

- Tenho escolha?

- Nãooooo! - foi a resposta.

- Há ruivos na França? - Martha perguntou. - Acho que nunca vi um.

- É claro que sim, mas chamam de Roux.

-Adorei - disse Mônica. - Prontas?

- Prontas! - Foi a resposta entusiasmada.

***

MADRINHA DE ALUGUELOnde histórias criam vida. Descubra agora