21 • Renascimento

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Depois daquela conversa onde praticamente só  eu falei, o clima ficou bem melhor entre nós e apesar de não demorar muito mais pra que o Diego anunciasse sua necessidade de ir embora, não houve mais indícios de desconforto

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Depois daquela conversa onde praticamente só eu falei, o clima ficou bem melhor entre nós e apesar de não demorar muito mais pra que o Diego anunciasse sua necessidade de ir embora, não houve mais indícios de desconforto.

Por mais estranho que parecesse me sentia mais leve depois de finalmente colocar aquela história pra fora sem que estivesse sobre efeito hipnótico e sequer lembrasse de ter dito depois.

Eu havia desabafado por vontade de própria e apesar do assunto carregar um peso imenso, a noite tinha acabado de uma forma até agradável - ainda era estranho pensar que tinha aberto justamente essa parte delicada da minha vida logo com o Diego.

E mais estranho ainda foi o fato de pensar que tinha feito isso por livre e espontânea vontade, sendo a coisa mais correta que fiz em anos.

A imagem de babaca que tinha montado sobre ele na minha mente estava começando a se desfazer, afinal era quase impossível que a mantivesse intacta visto a tamanha sensibilidade que o mesmo teve comigo e com meus problemas.

Ainda mais depois do ocorrido exatamente uma semana atrás, e que por mais que eu tentasse negar e enganar a mim mesma apenas lembrar da sensação de ter seus lábios nos meus me molhava inteira.


Fui desperta de mais um sonho quente pelo barulho frenético da campainha, acordei tão atordoada pelo nível de realidade daquele sonho que minha mente levou alguns segundos pra processar que eu teria que levantar e abrir a porta pra finalmente cessar aquela barulheira.

Por sorte, ou não, estava na sala - era assustador pensar que mesmo adormecendo no conforto do meu quarto, tenha despertado pela segunda vez no estofado do sofá.

O cheiro forte do perfume do Diego invadia minhas narinas, e talvez por isso tenha acordado um tanto zonza.

Porém, enquanto divagava sobre isso alguém continuava insistentemente apertando o botão do outro lado da porta.

Mas que porra!

- CALMA CARALHO! - gritei, levantando e imediatamente me arrependendo.

A pressão da gata foi diretamente do pré sal.

Apesar da tela preta saí me segurando nas paredes até vislumbrar meus progenitores atrás da divisória de madeira

- Olha garota, que eu vou lavar essa sua boca com sabão dona Ana Alice - minha mãe foi a primeira a se pronunciar - Isso é jeito de receber seus pais?

- Ai Andréa menos, não ta vendo que a gente acordou a garota? - não seriam meus pais sem uma discussãozinha - Bom dia filhota! - meu pai foi mais cordial ao passar por mim e deixar um beijo no topo da minha cabeça sem dificuldade nenhuma - Você tá bem minha pulguinha? Tá pálida

Resolvi ignorar aquele apelido ridículo e me limitei a murmurar um "Bom dia!"

- Filha você está realmente apática. Aconteceu alguma coisa? - minha mãe mudou a feição imediatamente, indo de raivosa a preocupada em segundos.

XERIFE • Diego CostaOnde histórias criam vida. Descubra agora