31 • O que é imortal, não morre no final

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01/10/2022Final da Copa Sul-Americana

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01/10/2022
Final da Copa Sul-Americana

Desapontada... Triste... Brava... Falida...

Todos esses eram sentimentos claros em mim.

Mas na confusão de tudo que sentia, preocupação era o que dominava tudo.

Tinha acabado de deixar Arthur e mais alguns amigos no quarto do João, dominado pelo maior clima de velório.

Por minha vez, eu deveria estar indo para o meu quarto tomar um belo banho e buscar relaxar, mas meus pés me traiam. Ao contrário do que deveria fazer, meu corpo trilhava por entre os corredores que me levariam até o quarto de Diego.

Tinha plena noção de as chances de dar de cara com a porta eram bem maiores do que as que tinha de ver o zagueiro.

Mas estava disposta a tentar a sorte.

Apesar de esperançosa, minhas batidas foram leves me fazendo questionar se o mesmo teria sequer escutado.

- Já disse que estou sem fome, Nestor - sua voz apesar de abafada saiu bastante irritada, denunciando que poderia não ser a primeira vez que dizia aquilo

- Oi... Sou eu... Alice - falei receosa - Sinceramente nem sei o que estou fazendo aqui... - tentei continuar apesar de nenhuma resposta - Bom... Na verdade... Sei sim... Queria saber se você estava bem - silêncio mais uma vez - Que pergunta mais idiota, é claro que não está bem - praguejei pra mim mesma - Entendo que talvez não seja o melhor momento...

Se isso fosse uma série de comédia esse seria o momento em que entraria a trilha sonora de grilos.

- Bom... Espero que apesar de tudo você fique bem. Estou indo de volta pro Brasil no primeiro voo de amanhã. Mas, caso queira conversar, ou nem precisa falar nada, se quiser apenas uma companhia... sabe onde pode me encontrar - finalizei derrotada, caminhando pelo mesmo lugar de onde vim.

- Um abraço seria ótimo, mas estou destruído e não queria que me visse desse jeito - a voz do zagueiro soou baixa do outro lado, mas estava perto o suficiente para ainda ouvi-lo

- Diego... Você já fez tanto por mim. Acho que está na hora de devolver o favor - respondi voltando para a entrada do quarto

O clique da porta se abrindo me fez soltar um suspiro de alivio, e quando a porta se abriu revelando o zagueiro ainda com calção de jogo, mas sem a camisa, não esperei mais que 1 segundo para acolhe-lo em meus braços.

Nenhuma palavra foi dita.

Não precisava.

Os pequenos soluços e a respiração descompassada do jogador eram os únicos sons do ambiente.

Vê-lo naquela situação me destruía, mas me manteria forte por nós dois.

Esperei até que ele estivesse mais calmo para que pudesse reagir de alguma forma.

XERIFE • Diego CostaOnde histórias criam vida. Descubra agora