40 • Pequena Londres

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Alice não tinha me contado muitos detalhes do seu encontro com Helena, e eu agradecia pois o que eu mais queria era poder eliminar a existência da outra da minha vida

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Alice não tinha me contado muitos detalhes do seu encontro com Helena, e eu agradecia pois o que eu mais queria era poder eliminar a existência da outra da minha vida.
Mas já que não conseguiria, pelo menos tentaria anular qualquer informação a respeito.

Porém algo que não conseguia ignorar era que desde então Ana estava cada vez mais certa de que deveria voar pra Londrina o mais rápido possível - apesar de não saber o que houve para uma aceleração tão repentina em seus planos, tinha plena noção da ligação direta com o encontro com a outra morena.

Por conta disso estávamos naquele momento nos preparando para voar até a casa dos pais da fotografa.
O convite para que eu a acompanhasse me pegou totalmente desprevenido, mas estava ciente que naquela altura do campeonato faria tudo que estivesse ao meu alcance para o bem estar de Alice.

- Já posso escutar minha mãe planejando até nosso casamento com essa sua ida pra Londrina - a morena falou tentando parecer calma, mas era perceptível sua aflição diante de todo o contexto da situação

Estar voando para ver uma pessoa que lhe fez tão mal, com certeza, não devia estar nos seus planos pelas próximas 4 encarnações, mas cá estava ela.

- Imagino, minha mãe faria o mesmo - respondi calmo, fazendo um carinho de leve em sua mão que segurava a minha

- Mães... Você ouviu a minha já imaginando netos - negou com a cabeça

- Não podemos negar que seriam crianças lindas

- E com temperamento forte, tadinhos de nós quando formos pais - sua naturalidade e o conteúdo da resposta da morena me surpreendeu, mas tenho que admitir que adorei saber que ela já se sentia confortável pra falar daquilo.

- Imagina uma mini Ana Alice, seria a coisa mais fofa e bruta do mundo todo

- Ah não! Eu tenho maior cara de mãe de menino... Vem um mini Dieguinho aí, dando carrinho e gritando na cara do povo - não conseguimos conter a risada

E apesar de parecermos dois retardados gargalhando no meio de um voo comercial lotado, estava feliz em vê-la mais calma.

Depois de um pouco mais de conversa sem nem um pouco de fundamento, observei Ana adormecer no meu ombro.
Ela realmente estava muito tensa desde a noite anterior, dando pra perceber por seu sono agitado.

Deixei que ela descansasse pelos próximos minutos de viagem, até que precisasse tentar afivelar seu cinto para o pouso e ela acabasse acordando no susto.

- O que houve?

- Já estamos em preparação para o pouso, só estava tentando colocar seu cinto - expliquei deixando que ela mesma fizesse aquilo

- Nossa, parece que levei uma pancada na cabeça - revelou enquanto massageava as têmporas

- Você precisa descansar um pouco mais quando chegarmos na casa dos seus pais - avisei preocupado, mesmo que não achasse que ela fosse acatar essa minha ideia

XERIFE • Diego CostaOnde histórias criam vida. Descubra agora