Paciência e Ana Alice na mesma frase era uma coisa que sequer combinava, ela era era a brutalidade em pessoa até quando tentava não ser. Não que ela tentasse muito, ou fizesse questão de ser mais agradável, ela achava o máximo e dava seu melhor pra...
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Já fazia quase duas semana desde que havíamos voltado de Londrina, desde então minha cabeça estava um caos de pensamentos, minhas crises de ansiedade estavam se tornando diárias e pra completar Diego tinha viajado para passar um tempo com a família em Campo Grande - E mesmo que ele tivesse insistido muito para que eu fosse junto, não poderia ignorar que já estava quase sendo demitida da empresa por ausência no trabalho, coisa que pra mim nem era assim tão relevante já que não tinha intenção nenhuma de continuar naquele emprego.
Mas haviam contas a serem pagas, e isso era algo ao qual eu deveria me preocupar.
- Linda, você precisa fazer algo pra resolver isso - Diego tentava me acalmar diretamente de uma videochamada que havia sido iniciada no meio de mais uma das minhas crises de ansiedade - Você não pode ficar ai sozinha nessa situação, eu não sou muito adepto do machismo, mas se você não pegar o próximo voo para Campo Grande eu vou ai te puxar pelos cabelos igual aqueles homens das cavernas - sorri com aquele comentário, e sua feição suavizou.
Tem sido assim nos últimos dias, ele sempre falava algo pra me fazer sorrir, e esse era o início do fim de cada crise.
- Mas é sério amor, vem pra Campo Grande - pediu pelo que deveria ser a centésima vez só naquela meia hora - Sua médica já disse que você tem direito a atestado, e até mesmo sua empresa já lhe ofereceu um acordo - repetiu o que eu já sabia - E não venha com papo de dependência emocional, mocinha. Já disse que isso é papo pra outra hora, a gente tem que resolver um problema de cada vez - me cortou, já prevendo o que eu iria dar como justificativa.
Suspirei derrotada e sem saída, sabendo que ele tinha razão.
- Posso pensar um pouco? - perguntei, e ele assentiu mesmo contrariado
- Você tem até o final da tarde - avisou - Se não, eu faço o que prometi no início e te trago pra cá a força - sorri novamente, dando aquele assunto por encerrado.
Ainda conversamos por mais um tempo até que a ligação fosse finalizada, e minha mente fosse tomada novamente por uma onda de pensamentos intrusivos.
Parte do gatilho das minhas crises era por medo de está adquirindo dependência emocional, mesmo que tanto o Diego quanto minha terapeuta descartem essa ideia.
Mas momentos como esse só faziam comprovar pra mim mesma que eles estavam errados.
Porém, por hora, iria seguir os conselhos deles e focar em um problema de cada vez. E se estar com ele resolveria o problema das crises de ansiedade - então eu já sabia o que fazer.
Já estava abrindo um guia no computador pra buscar meu voo, quando o nome e a foto do jogador de número 4 brilhou na tela do meu celular.
- Em minha defesa ainda estou dentro do prazo que você me deu - falei assim que a ligação se iniciou, arrancando uma risada do moreno do outro lado da linha
