Disasterology

Scars

~~Kellin~~

- Eu vou ficar, um dia sem aula não faz mal.- continuo a insistir, me sentando na cama.
- Kellin, eu vou ficar bem, você não precisa faltar por minha causa, eu sei que é importante.- Vic continua a pedir que eu vá, eu apenas não quero deixá-lo sozinho.
- Mas eu quero ficar.
- Se eu não me sentir bem, eu te ligo ou te mando uma mensagem- ele diz pegando o seu telefone o deixando ao seu lado.
-Okay, mas eu vou fazer o possível para sair mais cedo- digo beijando a sua testa.

Saio de casa, uma pequena pontada de preocupação em meu coração, sinto que não deveria ir para a escola, ainda mais com Vic assim, ele insistiu em ficar por não estar se sentindo bem, mas me obrigou a ir, não tenho muito o que fazer contra a palavra dele.
As primeiras aulas demoram a passar, minha preocupação estava tomando lugar em minha mente, eu continuo sem conseguir me concentrar em coisa alguma, o recreio chega mais rápido do que eu esperava.

-Kellin-Nick me chama, me viro em sua direção acenando- onde está o Vic?- ele me pergunta, olhando ao meu redor.
-Ele não estava se sentindo bem.
-Vamos, eu tô morrendo de fome- Justin diz passando ao nosso lado, puxando Gabe para dentro do refeitório.

Nos sentamos em uma mesa vazia, me sento ao lado de Nick, Jack se senta ao seu lado, Gabe e Justin se sentam no lado oposto de nós, eles discutem sobre algo que eu não consigo ouvir. 

-Você parece preocupado demais- Nick diz me olhando.
-É só um sentimento ruim- eu digo, olhando para a mesa.
-Sobre o Vic?
-Sim, ele me convenceu a vir para a escola, mesmo não estando bem- me viro para ele- eu disse que ia tentar voltar mais cedo.
-Você devia ir, eu falo com o professor, digo que você não estava se sentindo bem.
-Obrigado- eu digo sorrindo.

Mando uma mensagem para Vic, esperando uma resposta que nunca chega, fazendo a mesma preocupação de cedo voltar. O sinal toca, sinto um sentimento ruim, apenas não me sinto bem, como se eu pudesse sentir que algo ruim está prestes a acontecer.
Ando pelos corredores à procura de Mike, sinto que devo falar com ele. O encontro nas escadas junto de Tony.

-Seu irmão não está me respondendo minhas mensagens, eu estou começando a ficar preocupado.- eles me olham, posso notar uma preocupação aparecer no olhar dos dois- eu acho melhor ir para casa.
-Eu te levo- ele diz se levantando, se despedindo de Tony antes de ir.

Olho para a casa, assim que paramos na frente dela, ainda sinto um frio no estômago, o mesmo sentimento de que algo estava para acontecer ali e eu só não sei o que. Mike abre a porta da frente, me deixando passar primeiro, subo as escadas rapidamente, ele sobe atrás.

-Eu acho que eu deveria entrar sozinho, talvez não seja nada- eu digo o olhando, colocando minha mão na maçaneta.
-Me chame se você precisar de ajuda- eu digo balançando minha cabeça, concordando, ele se encosta na parede contrária da porta.

Abro a porta sem o encontrar deitado na cama, por mais que suas coisas continuem nela, seu telefone parece estar no mesmo lugar que estava de manhã, sua jaqueta está na beirada da cama. O mesmo sentimento ruim continua, o quarto estava silencioso demais, como se ninguém estivesse ali, a preocupação toma conta, a cama arrumada não parece pertencer ao quarto, como se ela nunca tivesse feito parte dele.

- Vic?- o chamo, sem alguma resposta- Vic?

Sigo em direção à porta do banheiro fechada, ali seria o único lugar onde ele poderia estar, bato na porta sem uma resposta novamente, bato novamente, nada, então apenas abro-a, encontrando o garoto moreno no chão e sangue ao seu redor, cortes profundos derramando o sangue pelo chão do banheiro, o pânico me atinge, ajoelho-me ao lado dele segurando seu pulso.

- Vic!- ele não tinha nenhuma reação- Vic! Por favor! Vai ficar tudo bem, as coisas vão melhorar- digo o abraçando- Mike! Mike!
- O que tá acontecendo?- ele diz colocando a cabeça para dentro do banheiro, entrando em desespero.
- Chama uma ambulância, rápido!- ele sai correndo atrás do seu telefone.
-Vic- eu o chamo novamente, ele me olha, ele parece tentar sorrir para mim- Mike está chamando uma ambulância, você vai ficar bem, você vai ficar bem.