Slow conversations

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Acordo com meu telefone tocando, olho a tela tentando ler o nome, porém as palavras parecem não se formar, acabo por atender o telefone, esperando reconhecer quem é pela voz.

-Bom dia, querido- Kellin diz, animado- você tem três minutos para abrir a porta, antes que eu comece a apertar a campainha.

Antes que eu possa perguntar mais alguma coisa, ele desliga o telefone. Olho o relógio ao lado da minha cama, pego meu cobertor e me enrolando nele. Desço as escadas, indo em direção a porta, abro-a vendo o garoto de cabelo escuro na minha frente.

-Você sabe que horas são?- pergunto com um tom sarcástico, esfregando meus olhos.
-Claro- ele diz entrando, fecho a porta tentando não fazer barulho- queria te ver, passar a manhã com você.
-Então vir aqui às 5:00 da manhã foi seu melhor plano- digo puxando o cobertor, o ajeitando.
-E por que não seria?-ele diz colocando suas mãos na minha cintura me puxando para mais perto e me beijando.

Subimos as escadas, indo para o meu quarto, me deito novamente na cama, ele tira seus tênis se deitando ao meu lado. Ele põe sua cabeça em meu peito, passo minha mão pelo seu cabelo, o vendo fechar os olhos e começar a dormir, talvez eu devesse fazer o mesmo, mas não sinto mais sono e observá-lo parece a melhor opção.
Um tempo se passa, para mim apenas alguns minutos, mas o relógio me diz que foram horas, não às notei passar, talvez porque não queria que o tempo passasse. Continuo a passar minha mão pelo cabelo de Kellin, lentamente vejo um sorriso se formar em seu rosto.

-Bom dia- o digo, acariciando a sua bochecha .
-Desculpa dormir desse jeito- ele diz pegando a minha mão.
-Não precisa se desculpar.

Me deito na cama, ficando cara a cara com ele, seus olhos brilham causando borboletas em meu estômago. Coloco minha mão em sua nuca, lhe beijando, quando nos separamos, encosto minha testa na sua, fechando meus olhos e desejando que aquele momento durasse para sempre. Ele coloca a sua mão em minha bochecha, sorrindo, não posso evitar mas sorrir também.

-Fiquei sabendo que o Mike vai dar uma festa hoje- ele diz se sentando na cama, me olhando nos olhos.
-Meus pais ficarão fora esse final de semana, então Mike quer dar uma festa e convidar algumas pessoas.
-E eu estou convidado para esta festa?
-Só se eu ganhar um beijo- digo pegando a sua mão e o puxando de volta para que ele se deitasse ao meu lado.

Ele me dá um beijo, tornando-se mais intenso a cada minuto, ele se senta em meu colo, passo minhas mãos pelo seu cabelo, sinto suas mãos levantando minha blusa, sinto o frio delas passando pelas minhas costelas e repousando ali. Nos separamos por um segundo para recuperar o ar, ele começa a beijar meu pescoço, posso sentir borboletas em meu estômago, o meu coração dói de tão rápido que está a bater. Coloco minhas mãos em suas coxas, as apertando de leve. Minhas mãos começam a subir, parando na barra de sua camiseta, pequenas batidas na porta nos fazem parar.

-Ei, eu vou comprar algumas coisas para a festa- Mike, sua voz ainda meio sonolenta- quando eu voltar, você vai me ajudar, okay?
-Okay- eu respondo.

Escuto passos se afastarem, olho para Kellin ainda sentado em meu colo. Posso vê-lo corando levemente, começo a rir, uma risada genuína que não tenho dado a muito tempo, vejo um sorriso se formar em seu rosto, ele coloca seu rosto em meu peito, rindo.
Ele se deita ao meu lado, ainda posso notar o corado em seu rosto, o olho em silêncio, ele me olha, um pequeno sorriso se forma em meus lábios, sinto como se eu pudesse ficar desse jeito pelo resto da minha vida, nada me incomodaria. Kellin se senta, ainda me olhando.

-Posso te fazer uma pergunta?- digo me sentando na cama- Por que 5:00 horas da manhã?
-Eu queria te ver- ele diz me dando um pequeno sorriso.
-Eu agradeço, mas eu sinto que isso não é tudo.
-Okay, eu não queria ficar em casa.
-Seu pai?
-Sim- ele diz dando uma pausa- eu só não queria estar lá, não com ele bebendo do jeito que ele sempre faz. É cansativo, ainda mais quando ele nunca parece melhorar, às vezes eu só quero poder ignorar essa parte da minha vida.
-Você pode vir pra cá quando isso acontecer- eu digo o olhando- só, por favor, não às 5:00 horas.
-Que tal às 4:00?- ele diz, sorrindo.

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