Capítulo 33 - Visita aos mortos

1.5K 153 32
                                    

Max

Depois de aproveitar cada gota de água quente e com algumas partes do meu corpo vermelhas de tanto esfregar para tirar o sangue seco, que por sinal não era só meu, saio do banho me sentindo muito mais leve.

A roupa que eles haviam deixado era quase igual à outra, tirando que essa parecia ser mais grossa e com uma qualidade melhor, o que é para mim não faz a menor diferença já que mal sinto o frio desse lugar, embora sempre ouço alguns prisioneiros implorarem por alguma coisa a mais para aquecê-los.

Na maioria das vezes eles são apenas ignorados já em outras seus pedidos são atendidos, mas não como eles esperavam. Muitas vezes é possível ouvir os guardas espancando eles, sempre em trios, e uma vez ou outra era ouvido gritos de pura agonia. Antigamente eu até poderia ter algum gatilho com isso, mas agora a única coisa que eu sinto é prazer e uma imensa vontade de assistir isso pessoalmente.

Após me vestir, finalmente saio do banheiro e bem na hora eles terminam de arrumar tudo. As roupas que estavam jogadas foram todas recolhidas e as mesas arrastadas para as paredes juntos com as cadeiras, apenas os sacos permaneceram no lugar já que estavam pregados no teto e uma mesa com o dobro do tamanho das outras foi colocada no centro com plantas da prisão espalhadas por ela.

Os defensores estavam bem espalhados, alguns encostados nas paredes, outros sentados nas cadeiras com as pernas inquietas e os mais ousados estavam envolta da mesa, esperando eu me aproximar com paciência, coisa que eu fiz sem a mínima pressa.

Quando me aproximei por completo à primeira coisa que fiz foi apoiar as mãos na mesa, enquanto olhava cada planta atentamente e já imaginando os melhores lugares para o que eu planejava. Ninguém ousou dizer uma palavra enquanto eu pegava algumas plantas e marcava alguns círculos, com a caneta vermelha que havia sido deixada em cima de uma das plantas.

- Então você já tem uma noção do que vai fazer? - Perguntou um defensor aleatório, que estava envolta da mesa, após eu começar a riscar outros lugares.

- Sim, tive tempo o bastante para pensar nisso - Respondo sem fazer questão de levantar a cabeça.

- E o que exatamente você vai fazer? - O corajoso de antes pergunta.

Permaneço em silêncio enquanto terminava de fazer as marcações, ao fazer isso volto minha atenção para ele e o olho de cima a baixo antes de parar no seu emblema assinado com seu nome, primeiro sargento Bryan Miller, vou guardar esse nome.

- Na hora certa você saberá, Miller.

- É sargento para você, e se vamos arriscar nossas vidas e carreiras por essa merda o mínimo que você vai fazer é nos dizer o que está planejando!

- Para os covardes ficarem com e medo e nos entregarem? Sem chance, basta vocês fazerem o que eu mandar e eu garanto que tudo vai sair perfeitamente - Principalmente para você que acaba de entrar na minha lista ­­- Sargento - Completo com puro sarcasmo em minha voz.

- Não se preocupe com os covardes, todos tem plena consciência do que vai acontecer com quem nos trair! - Ryan fala ameaçadoramente, mostrando a sua parte de subtenente pela primeira vez para mim.

- E o que vai acontecer? Quem sabe eu mesma não possa fazer isso! - Me empolgo sem conter um sorriso sádico.

- Não! Você deve focar no plano e somente no plano! - Responde de forma autoritária e estreitando os olhos, onde estava essa marra toda quando não tinha tanta gente perto de nós?

- Não achei que você fosse do tipo estraga prazeres! - Disse o encarando de volta.

Agora meu sorriso já havia morrido e o medo já estava voltando ao seus olhos, o vejo engolir em seco antes de sermos interrompidos por um barulho de rádio. Ambos voltamos nossa atenção para o defensor que estava se comunicando através do radinho em seu ombro.

Estou com vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora