Estou com você

Capítulo 42 - E sem surpresa, mais uma morte

Terceira Pessoa

Ekko havia se afastado alguns passos, observando como Jinx olhou para a mascarada boa de mira. Ele se recuperou do choque e, no minuto seguinte, já tinha recuperado a arma. Ele considerou atacar Jinx no seu momento de distração, mas a garota desconhecida tinha os olhos focados nele, pronta para atingi-lo de novo, imaginou.

— Ninguém te ensinou que é feio meter o nariz onde não é chamado?

A garota desceu do lugar que estava e se aproximou enquanto ele se afastava simultaneamente. Jinx parecia hipnotizada, não queria tirar os olhos da assassina e quase lamentou quando ela ficou de costas para si, pois Max havia se colocado entre ela e seu amigo de infância. De certa forma, era bom pensar que ela ainda confiava o bastante em Jinx para ficar de costas para ela.

Ekko negou levemente antes de murmurar um foda-se e se preparar para atacar à mascarada. Não importava quem era a garota, se estava protegendo a Jinx, então, era tão ruim quanto ela. Sem hesitar, novamente o rapaz de cabelo branco partiu para a briga. No entanto, era perceptível que o esforço anterior cobrara o preço, pois seus passos não eram tão rápidos quanto os de antes e sua força não era a mesma, mas sua determinação era a mesma, se não, maior.

Diferente de Jinx, Max não estava com vontade de brincar com o garoto, cada tentativa falha de acerto era retribuído com um soco ou chute em pontos certeiros. Seus movimentos pareciam leves e suaves, provavelmente pelo tanto de prática que teve com eles, mas seus golpes eram duros e desnecessariamente fortes. Ekko se manteve firme, mas não podia negar tamanha habilidade.

Cada lugar atingido parecia latejar e fraquejar, e ela nem sequer usou suas outras adagas, era uma luta corpo a corpo. Houve mais uma tentativa de acertá-la que resultou na sua própria arma atingindo seu joelho, com isso, não teve como evitar cair de joelhos e largar sua arma. Nessa posição, era fácil nocauteá-lo e acabar com isso de uma vez, Max teria feito isso, se não fosse pelo tiro disparado em direção ao céu.

Todas as atenções se voltaram para a responsável do barulho e naquele momento, a assassina congelou no lugar. A última pessoa que planejava encontrar estava na sua frente com o rifle apontado para o céu e fumaça saindo da sua ponta. Por um minuto inteiro nenhuma palavra foi proferida e nenhum olhar foi desviado apesar da vontade. 

Ninguém sabia o que dizer, Max não queria vê-la tão cedo e isso era visível em seu olhar que facilmente transmitia sua vontade de fugir. Caitlyn, por outro lado, sabia que encontraria a irmã nessa fuga da prisão, mas, ao vê-la pessoalmente, era angustiante, mas seu olhar ainda mostrava uma felicidade por ver sua irmãzinha.

— Isso que chamo de reunião de família. — sem surpresa, Jinx foi a primeira a falar e brincar nesse clima. — Que bom momento, não acham?

Foi Max quem desviou o olhar enquanto tirava a máscara da boca, ela nem se quer reparou, mas havia se afastado do garoto ainda ajoelhado e ido parar ao lado da Jinx. Caitlyn aproveitou e a olhou de cima a baixo. O sangue em sua roupa foi o que menos a incomodou, na verdade, ela só conseguia reparar no seu braço exposto que era completamente preenchido por uma horrível cicatriz de queimadura. Além dessa, havia a cicatriz em seu olho que ela tinha consciência de que fora responsável por causar.

— Max... — a xerife a chamou sem saber ao certo como continuar a frase. Foi então que a compreensão passou pelos olhos de Ekko.

— Cait... — respondeu no mesmo tom, sentindo a mesma sensação de quando era criança e Caitlyn a repreendia por fazer algo errado.

— Jinx. — Violet também chamou pela irmã, mas não pelo mesmo motivo que as outras duas, mas sim, pela mão da irmã quase sacando sua pistola.

— Violet. — Foi à única que respondeu com um sorriso no rosto enquanto piscava inocentemente, mesmo assim, afastou um pouco a mão da pistola.